O país tem o direito de saber qual o Plano B do Governo para acudir à situação orçamental

Passos Coelho afirmou que o executivo de António Costa não está a reverter a austeridade, mas sim a redistribuir a austeridade.
Pedro Passos Coelho recordou, na sexta-feira, dia 12, que no dia anterior, no final da reunião do Eurogrupo o comissário europeu dos assuntos económicos, Pierre Moscovici, dizia que era preciso a Portugal restaurar a confiança dos investidores. Aproveitando a presença do Primeiro-Ministro no Plenário, o líder do PSD começou por questionar a António Costa qual entende ser o motivo que levou a este pedido do comissário.
Lamentando o impulso patológico do PS e do Governo de arranjar sempre um “bode expiatório” quando as coisas lhe correm mal, o social-democrata lembrou ao Primeiro-Ministro que nos últimos 4 anos Portugal fechou o memorando de entendimento, diminui o desemprego e teve uma economia que cresceu 1,5% no ano de 2015. “Estes são os factos: a economia cresceu, o desemprego decresceu e nunca no final de uma reunião do Eurogrupo um comissário veio dizer que era preciso restaurar a confiança. E sabe porquê? Porque a confiança estava restaurada. Mas agora foi abalada”.
De seguida, Passos Coelho recordou que António Costa foi desmentido pela realidade e que, ao contrário do que prometeu, “o Governo não reverteu austeridade nenhuma, está a redistribuir a austeridade e com isso a pôr em risco a imagem de Portugal nos mercados”. Lembrando que o Ministro das Finanças anunciou que ia apresentar novas medidas para fazer face à falta de confiança dos mercados e da Comissão Europeia, o social-democrata frisou que este é um orçamento que também não merece a confiança dos portugueses “que estão intranquilos com o que se está a passar”. “Dado que a realidade já desmentiu o senhor Primeiro-Ministro várias vezes e que o senhor Primeiro-Ministro teve o seu Governo a fazer o contrário daquilo que aqui me respondeu, por mais do que uma vez, espero que desta vez tenha a oportunidade de acertar naquilo que vai dizer em termos perspetivos. Qual é o plano B que o Governo está a trabalhar para ter disponível para acudir à situação orçamental se necessário”, questionou.
Perante a ausência de resposta de António Costa, Pedro Passos Coelho recordou que no último debate António Costa não se recordou de que ele já não era Primeiro-Ministro, por isso o social-democrata sublinhou que convém que o socialista não se esqueça que é Primeiro-Ministro e que tem de responder às perguntas dos deputados.
Frisando que fica claro que o Governo não quer informar o país e o parlamento de quais as medidas adicionais que está a preparar, o líder do PSD manifestou a certeza de que elas serão acordadas em conjunto com o PCP e BE. “Na verdade, o senhor Primeiro-Ministro é responsável de estar a conduzir a política económica e financeira de uma forma arriscada, que coloca Portugal numa situação de maior vulnerabilidade. Nós sabemos que os mercados financeiros estão arriscados, mas sabemos que os juros da dívida portuguesa a 10 anos estão a comportar-se de forma diferente do que acontece com outros países periféricos que também têm problemas. O mercado está a sinalizar a Portugal que se houver mais problemas no futuro nos penalizará. O Governo está a levar o país para uma situação de risco”.
A terminar, Passos Coelho desmentiu o “processo de intenção” lançado por António Costa, de que o PSD tinha feito um esforço para que a Comissão Europeia chumbasse o Orçamento, classificando essa atitude como uma “forma rasteira de fazer política”.