EDITORIAL Nº 679 – 15/2/2016

SR

Caro leitor,

Sabemos que uma imagem significa mais do que mil palavras e sabemos também que qualquer imagem é percepcionada de forma diferente porque todas as pessoas também são diferentes. Ora, sabemos também que a imagem pode ser retocada com inúmeros e variados aperfeiçoamentos.
Podem-se assim criar Marcas e incutir perceções favoráveis. Munidos com as armas tecnológicas desta era moderna, procedem-se a pequenos ajustamentos, provocam-se pequenas nuances e fazem-se infusões de cores. Colocam-se no sítio aconselhado, na altura ideal e da forma acertada para maravilha do mercado.
Prometem-se fundos e mundos, com a artificialidade da perfeição que encanta e convence qualquer transeunte. E podemos estar a falar de batatas, de tesouras que fazem crescer o cabelo ou, até mesmo, do orçamento de estado para 2016.
Mexe-se em tudo, na previsão do défice, no IVA, nas pensões, nas sobretaxas, nos escalões do IRS e nas horas semanais de trabalho. Põe-se à mostra e vamos ver o que acontece.
Insurgem-se todos em críticas dispersas, como sempre de resto.
Voltam ao desenho, baralha-se mais um pouco a imagem. Mais um jeito, um ajuste e um retoque e espera-se que o “povo” se cale. Dizem rapidamente o bloco e o PCP que o acordo não era assim. A União Europeia diz por sua vez que o orçamento não é o desejado. E lá vai o Primeiro-Ministro a marcar passo.
Volta-se aos conteúdos originais, a formatos menos originais e às cores de sempre. A imagem não fica no entanto a mesma. Deixa-se uma marca e a imagem muda, mas esquece-se a ideia da Marca. Faz lembrar um ditado antigo... Pobre de quem vende nem puxa nem estende.
Um abraço amigo,