EDITORIAL Nº 680 – 1/3/2016

SR
Caro leitor,
A maior invenção do mundo foi há muito tempo considerada a roda, considerando todas as facilidades que criou e os desenvolvimentos que assim permitiu.
De igual forma, a internet é agora das melhores candidatas ao título. Com ela veio a era da informação e a vida de muitas pessoas, a par com as suas realizações pessoais e sucessos profissionais, viu-se para sempre tranformada. Não obstante ter contribuído para o acesso indescriminado do conhecimento, tornado acessível a todos, gerou também alguma dependência dos meios tecnológicos.
Sempre apostei na informática. O primeiro computador que comprei, de marca Schneider, custava na altura quinhentos mil escudos, o que atualmente corresponde a cerca de dois mil e quinhentos euros. Com este valor comprava-se, naquele tempo, um lote de terreno urbanizado para construção de uma moradia. No entanto, foi uma aposta que decidi fazer na época, para o desenvolvimento, descoberta e deleito do meu filho. Tinha apenas oito anos de idade, mas foi com o entendimento precoce do que era o computador que se manteve até hoje interessado nesse e noutros brinquedos que a tecnologia produziu.
Ainda hoje, e de hoje em diante, criam-se novas ferramentas e instrumentos, que são surpreendentemente facilitadores de trabalho e gestores de vidas profissionais e pessoais. Mas lembro-me bem de outros tempos, com outros trabalhos, mais manuais e morosos e bastante menos virtuosos. Tive de apostar no trabalho diário, sem ajudas automáticas. A primeira máquina que comprei para cortar pedra foi paga com uma dúzia de cheques pré-datados, com todo o meu vencimento mensal em cada um da minha ex Guarda Fiscal, que dela estou aposentado. Vivemos na era das redes sociais e muitas vezes dou comigo a pensar que não existe tempo que chegue para falar tanto, quando há ainda muito por fazer neste mundo. Tenho de zelar pelo dia-a-dia e certas ferramentas não me servem.
Sou, contudo, nos tempos atuais, obrigado também a não descurar esse novo mundo que é já tão imensamente distinto do seu começo. Vou utilizando o que de bom encontro, mas com o discernimento de ignorar as inúteis ferramentas que só consomem tempo.

Um abraço amigo,