A estratégia do islão radical terrorista está em marcha!

Os últimos acontecimentos sangrentos ocorridos em Bruxelas (Bélgica) e que, mais uma vez, originou um grande sobressalto no Ocidente e, em particular, na Europa foram organizados e desencadeados por uma organização que tem rosto, que tem pensamento e que tem estratégia. Na verdade, esta organização islâmica de natureza radical e terrorista está em pleno desenvolvimento no seio da Europa. Os factos mostram que desde o derrube das Torres Gémeas na cidade de Nova Iorque (E.U.A.) em 2001, que o islamismo radical terrorista não pára de mostrar ao que vem, colocando em alerta máxima todos os países da Europa.
O Ocidente tem que prestar muita atenção ao que tem acontecido. Em particular, a Europa não deve minimizar os acontecimentos com o argumento de que na voragem do terrorismo sangrento quem mais sofre são os próprios muçulmanos e o que acontece na Europa são apenas danos colaterais fruto de uma longa luta fratricida. De facto a luta é fratricida mas também é muito clara que a estratégia global é a islamização do Ocidente e, em particular, da Europa que já começou há muito anos e não parará!
Antoine Basbous, conhecedor profundo do movimento islâmico radical, refere na sua obra – “Islamismo – revolução abortada?” – que a influência islâmica de natureza violenta tem deixado um rasto de sangue e morte de inocentes em diversos continentes.
Em boa verdade, o islamismo radical terrorista é um movimento que transcende a mera prática religiosa e devoção a Deus (Alá). Faz do militantismo e mesmo do proseletismo as armas ideais para alcançar o poder politico nas sociedades e nos Estados em que está radicalizado ou deseja conquistar. Correntemente é aceite que, o islamismo radical defende também o recurso às armas para impor o seu pensamento único de natureza ideológico-teológico.
As notícias aí estão nuas e cruas reveladoras do que os islamitas radicais são capazes de fazer: utilizam, sem descanso, os meios violentos e sangrentos para atacarem os seus irmãos muçulmanos que discordam do uso de actos criminosos para realçar o valor do islão e actuam contra os estrangeiros porque os consideram “impuros” por pisarem, constantemente, a “Terra Santa” que é deles. Depois atacam os Estados ou as dinastias reais que mantêm sob as suas juridições e controlo os lugares sagrados do islão. Afinal os islamistas radicais terroristas clamam ao mundo que a verdade é deles e está com eles porque Deus (Alá) lhes concedeu essa prerrogativa!
No mundo ocidental existe um enorme receio de que a violência desencadeada pelo movimento islâmico radical de índole terrorista aumente a dimensão dos ataques criminosos, com a utilização de armas não convencionais (ex. nuclear, química e biológica) dada a quantidade brutal de recursos financeiros que esse movimento dispõe. Em boa verdade, pode haver sempre alguém, grupo ou país que a troco de alguns biliões de dólares não se importe de colocar nas mãos de fanáticos terroristas radicais meios letais consideráveis que podem mudar a forma de viver no planeta.
Estratégicamente as organizações islâmicas radicais e terroristas apresentam-se sempre como amantes e paladinos da paz: nas comunidades em que se encontram em minoria expressam o seu pensamento e acção no respeito pelos credos dos outros e fazem um esforço para se integrarem plenamemte no seio dessas comunidades; depois, bem depois, quando o número de aderentes e simpatizantes é significativamente expressivo começam então a clamar que as suas tradições, hábitos e cultura merecem respeito e, por isso, devem beneficiar de um estatuto jurídico particular, onde o direito corânico e a lei islâmica devem ser tidos em conta no direito positivo dos paises de acolhimento. Finalmente a estratégia fica plenamenta concretizada porque então já são a maioria da população e conseguem aplicar a todos, sem excepção, a lei islâmica onde as minorias então terão muitas dificuldades em valer os seus direitos. Extraordinário para quem se afirma como amantes da paz!
Com base na estratégia evidenciada, o pensamento islâmico radical terrorista ganha alento e começa a agir repudiando violentamente os valores ocidentais porque os considera indignos e contrários à lei islâmica (“sharia”) e entendem que as “fatwa” são os únicos meios legítimos para todo o tipo de acções contra os ocidentais e para quem segue as orientações do profeta Maomé.
De facto, o pensamento sunita de raíz wabbista que enforma o movimento islâmico radical terrorista está também convicto que com o dinheiro dos magnatas do Golfo e com o apoio de clérigos radicais que ensinam em madrassas e escolas corânicas radicais, serão capazes de: a) destruir os governos muçulmanos que não aplicam a (“sharia”) lei islâmica de forma exclusiva; b) e de islamizar as sociedades marcadas pela cultura estrangeira herdada dos colonizadores cristãos. Assim o islão radical terrorista pretende reencontrar-se com a história e voltar à identidade original rejeitando, liminarmente, as culturas que se oponham à sua.
A chamada “Primavera Árabe”, expressão ocidental para definir um movimento social e político que proclamava um conjunto de mudanças qualitativas nas sociedades muçulmanas onde a separação dos poderes tinha, decerto, papel relevante, sofreu um brutal revés com a sucessão de atentados sangrentos nos paises em que as populações ansiavam por essas mudanças e em algumas cidades capitais de países da Europa. Com esses ataques ficou claro que a ortodoxia religiosa mantém o seu “status quo”, com relevo para a lei islâmica (”sharia”) que não aceita o que está expresso na Declaração Universal dos Direitos Humanos porque, na sua essência, é um documento exclusivamente elaborado pela cultura ocidental de base laica e cristã.
Os acontecimentos sangrentos ocorridos no Ocidente e os sucessivos atentados perpetrados por radicais islâmicos fanáticos terroristas nos países do norte de África e em países da Ásia, revelam que a “Primaver Árabe” ainda não floriu e desabrochou em direcção à concretização dos direitos humanos. Infelizmente ainda não estão criadas as condições suficientes para que a ortodoxia religiosa de natureza fanática e terrorista se aquiete e deixe fluir harmoniosamente o direito internacional com destaque para a expressão livre dos Direitos Humanos. A modernização das sociedade muçulmanas ainda está abafada por uma clique de clérigos privilegiados que lançam para a fornalha jovens que querem viver com dignidade. Os tempos ainda estão toldados pela insensatez mas a mudança não tardará para bem de todos porque os direitos humanos, constantes da Declaração Universal dos Direitos Humanos são um bem civilizacional que o Ocidente não pode esquecer nem subalternizar.
Mangualde, 25 de Abril de 2016
José Augusto Amaral
(Texto escrito na ortagrafia antiga)
Bibliografia:
Basbous, Antoine – Islamismo- uma revolução aortada? – Ambar, Porto, 2003
Huntington, Samuel P. – O choque das civilizações e a nova ordem mundial – Gradiva, 1996.