Se está a pensar em 6 horas semanais de trabalho, então o melhor que tem a fazer é mudar-se de armas e bagagens para a Suécia, porque aqui não há disso.
Enquanto em Portugal se analisam índices de baixa produtividade e alguém se esforça por chegar a conclusões brilhantes sobre o tema, sem melhoras à vista, há quem lá fora, já tenha feito esse estudo e chegado a conclusões muito divergentes daquelas que por aqui se evidenciam, fazendo-nos acreditar na velha máxima: “mais horas de trabalho, maior produtividade”.
Na Suécia, esta ideia está posta de parte e aquilo que uns veem como “loucura”, a instalar-se do mundo do trabalho, outros aplicam-na com resultados visivelmente positivos.
Uma jornada de trabalho só com 6 horas diárias parece ser inversamente proporcional ao aumento de produtividade que se espera. Não é. Não tem sido. É isso mesmo, reduzir o horário de trabalho para 30 horas semanais, sem baixar a remuneração, está provado que só traz benefícios.
Em nada me espantam, os bons resultados desta medida! Senão vejamos: aos colaboradores com este horário sobra-lhes mais tempo para dedicarem à família, tratarem dos seus assuntos pessoais, cuidarem de si e melhor poderem sentir-se de bem com a vida. Por outro lado, manter os empregados concentrados ao longo das oito horas diárias é mais difícil do que fazê-lo em seis. Com oito horas diárias de trabalho, não é fácil gerir a vida privada, acabando por misturar as preocupações pessoais com o trabalho que seria suposto desenvolver-se. Há maior concentração, melhor produção e mais tempo livre, para que a vida possa ter maior qualidade, em seis horas do que em oito.
Trabalhadores saudáveis e satisfeitos causam menos incómodo aos patrões, se tivermos em consideração que faltam menos, já que não há necessidade de se ausentarem para tratar dos seus assuntos pessoais. Inevitavelmente, maior satisfação por parte das pessoas, será geradora de mais motivação e potenciadora de maior criação de valor.
As empresas que já implementam este horário, na Suécia, reconhecem inegáveis benefícios e não pensam inverter a tendência. Dar qualidade de vida aos seus colaboradores é uma medida, que está provada, impacta diretamente no rendimento profissional e invariavelmente trará melhores lucros para as empresas.
Por enquanto, resta-nos acalentar a esperança de que em Portugal alguém copie o modelo e perceba que gente mais feliz gera, com certeza, mais lucro para todos, ou não fossem as pessoas o principal ativo de qualquer organização.