PROGRAMA QUADRATURA DO CIRCULO GRAVADO EM MANGUALDE

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No passado dia 3 de novembro o programa da SIC Noticias, Quadratura do Circulo, foi gravado no Auditório do Complexo Paroquial em Mangualde.
Numa sessão aberta, foram muitos os que se deslocaram aquele espaço afim de, assistirem à gravação deste programa que debate temas da atualidade moderado pelo jornalista Carlos Andrade e conta com a presença de Pacheco Pereira, Jorge Coelho, natural deste concelho e Lobo Xavier, também com raízes no concelho de Mangualde.
Durante a sessão foram abordados dois temas: As condições para o desenvolvimento regional (focando-se a abordagem no concelho de Mangualde) e a proposta do governo que pretende eliminar a responsabilidade dos autarcas em decisões que acompanhem pareceres técnicos.
O debate em si, foi antecedido pela oferta de Jorge Coelho, de certa forma como anfitrião, de um bordado manual de Tibaldinho a Lobo Xavier, a Carlos Andrade uma caixa de pastéis do patronato e a Pacheco Pereira uma edição fac-similada de um antigo jornal local, editado de 1889 a 1890, o “Novo Tempo”.
Depois deste momento inicial começou então a abordagem dos temas a debate.
Jorge Coelho começou por salientar o desenvolvimento do concelho de Mangualde, que para tal tem aproveitado várias condições especiais como, infraestruturas rodoviárias, ferroviárias ou mesmo marítimas com o porto de Aveiro a 80 km, tudo isto aliado ao facto de ter à frente dos seus destinos alguém com ambição para que Mangualde seja uma realidade muito boa.
Além do setor industrial e têxtil, também o setor agrícola foi salientado por Jorge Coelho, referindo-se em particular às cooperativas do concelho.
Seguidamente Lobo Xavier frisou o pouco empenho que o governo tem demonstrado pela descentralização, visto serem fenómenos que não se fazem sem política. Salientou que o desenvolvimento tem que vir aliado à vontade de autarcas e políticos que têm visão e lutam pelo melhor, referindo Mangualde como exemplo de diferença.
Já Pacheco Pereira mostrou algum constrangimento perante uma realidade de Mangualde, que referiu desconhecer, caindo-se portanto no risco de num programa como a Quadratura do Circulo se estar a engrandecer uma cidade que, e naturalmente também terá os seus problemas. Para se poder pronunciar, Pacheco Pereira referiu que seria necessário ouvir mais além das forças vivas de Mangualde. Salientou ainda, que tem por hábito à chegada comprar sempre os jornais locais para se inteirar um pouco e, em relação a Mangualde, viu que a oposição está ativa, salientando mesmo, cartazes com promessas do domínio autárquico que ainda não foram cumpridas.
Mostrou-se acima de tudo critico em relação à realidade do interior, onde muita coisa se foi perdendo nos últimos dez anos, salientando sempre, que Mangualde poderá ser uma exceção.
Todos os intervenientes se mostraram unânimes na importância do nó viário para o desenvolvimento e na preocupação com a demografia decrescente.
Jorge Coelho, continuou depois, afirmando que as questões colocadas por Pacheco Pereira eram pertinentes, até porque, apesar de todo o desenvolvimento, Mangualde é um concelho onde há ainda muitos problemas. Criticou duramente os governos que teimam em virar costas às realidades de muitas autarquias e deu como o exemplo o edifício recuperado ao lado do “antigo Colégio”, onde estudou, que a Câmara pretende recuperar e, apesar de imensos esforços e contactos o estado nem sequer responde.
Lobo Xavier, salientou também a posição de Pacheco Pereira, referindo mesmo, que este poderia temer estar-se a levar o programa para o lado da campanha eleitoral. Este risco, foi colocado de lado por Lobo Xavier referindo que “não pertenço à maioria do Jorge Coelho. Naturalmente, e pela minha parte, peguei em coisas bem feitas”.
A terminar este primeiro tema de debate, Pacheco Pereira, mais uma vez referiu não saber o que dizer, terminando por referir “se é verdade o que dizem de Mangualde, e eu acredito que seja, não é o retrato do interior do país”.
Já no tema que se seguiu, todos foram unânimes, com pequenas diferenças mais ou menos críticas. A responsabilização de um autarca pelo parecer ou decisão fundamentada em pareceres jurídicos ou técnicos da autarquia é completamente absurdo. Se o Presidente da Câmara fosse obrigado a ler todos os processos, não faria mais nada, noite e dia, salientaram. Lobo Xavier referiu mesmo que se corria o risco de um autarca se ver envolvido numa contenda judicial que lhe poderia custar vários anos de vencimento. Pacheco Pereira acrescentou que, e salvaguardados casos extremos de corrupção e negligência, essa responsabilização não fazia qualquer sentido.