EDITORIAL Nº 704 – 15/3/2017

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Caro leitor,
Hoje vou dizer algo sobre o tema da sexualidade que, sendo agora discutido mais abertamente, na minha adolescência era tabu. Com a era da informação, ganhamos um melhor entendimento. Naturalmente que muitos dos problemas que perturbam a vida afetiva e a sexualidade de cada um decorrem da falta de informação, compreensão, verdade e comunicação.
Durante a infância e adolescência, muitos de nós recebemos mensagens confusas e contraditórias sobre o que é o sexo e a sexualidade, mas isso pode ser corrigido se os pais compreenderem as necessidades dos filhos e lhes derem as informações de que necessitam nas diferentes fases da idade. Quanto mais tarde se falar de assuntos sensíveis, mais difícil se torna falar dos mesmos. Enquanto que questões como a contraceção, a infertilidade e problemas sexuais em geral, tanto dos homens como das mulheres, podem ser solucionados de forma simples e aberta, outras questões são mais complexas de abordar. Como é que as pessoas se apaixonam? Porque é que o amor desequilibra a racionalidade? Quais as abordagens práticas para resolver problemas de relacionamento? Aqui, as respostas são individuais e dependem da vivência de cada um. Devemos ter sempre o fio condutor da verdade, sermos honestos com nós próprios e com os nossos e, desta forma, aprofundar as relações afetivas que são essenciais à nossa formação emocional enquanto seres humanos.
Estes valores devem estar presentes em todas as vertentes da nossa vida e assim serem a base formadora do nosso carácter. Citando o Papa Francisco no início deste mês, “é melhor ser ateu que um católico hipócrita”. Devemos praticar os valores que advocamos ou afirmamos praticar. Infelizmente, é bastante comum identificar pessoas com a vida dupla de quem afirma ser católico, mas não hesita em fazer negócios sujos ou aproveitar-se de pessoas que vivem sem maldade. A hipocrisia de ir à missa mas não estende a mão a quem precisa, dada a oportunidade de o fazer, que tece julgamentos alheios sobre os outros, ou pratica a imoralidade “cinzenta”. Ser católico consiste em praticar o bem, ser humilde e viver à luz do evangelho. Temos de honrar quem dizemos ser.

Um abraço amigo,