Arquivo diário: 11 de Fevereiro de 2014

EDITORIAL Nº 632 DE 1/02/2014

natal

Caro leitor,
Como todos nós sabemos é da terra que tudo nasce, cresce, floresce, se alimenta, morre e volta à terra.
Até as abelhas necessitam que assim seja, para se poderem reproduzir, alimentar e nos proporcionarem o saboroso mel, sem o qual muitos de nós não passamos nas nossas vidas.
Uma colmeia é como um exército onde existem regras e todas cumprem bem a sua missão. Lá dentro é um autêntico hotel de luxo com ar condicionado marca abelha. Qualquer lixo que o homem possa deixar lá dentro, durante a manutenção elas tiram e põem à porta.
Quando o enxame sai e vai à procura de nova casa, se esta não servir não chega a entrar e procura nem que seja o tronco de uma árvore furada e ali se instala com as condições que elas próprias criam.
Ainda eu era pequeno, e sem os conhecimentos que existem hoje, perguntei ao meu pai qual era o mês do enxame sair e ele disse: “o de abril mete-o no cúbil, o de maio agarrai-o, o de junho deixai-o”. Este último já era fraco. Hoje em dia tira-se a abelha mestra do enxame mais fraco, coloca-se a colmeia em cima de outra colmeia fraca com um jornal furado a separá-las, enquanto o roem e limpam a colmeia. Assim se juntam as abelhas e se forma uma nova colmeia que fica tão forte como as outras para produzir o rico mel.
Estes exércitos, para além do mel, são a manutenção da humanidade com a transmissão da polinização na maior parte da arborização. Já dizia Einstein: “se as abelhas se extinguirem quatro anos depois não existe Humanidade”. Daí a importância das abelhas e dos apicultores. É de louvar quem se dedica a esta bonita profissão, embora não parecendo, têm muito que saber.
Diria mesmo que deviam ter apoio de especialistas competentes, financiados pelo estado, uma vez que se trata da sobrevivência da humanidade, até porque estragam tantos recursos em coisas mais insignificantes. Particularmente agora, com ajuda direcionada ao combate da vespa asiática.
Esta praga que agora veio assolar os apicultores e as abelhas é a vespa asiática. Esta espera à porta da colmeia, corta-lhes a cabeça, transporta-as para os seus ninhos em cima das árvores e come-as. E as nossas abelhas ou vão morrendo assim ou morrem de fome com receio de sair da colmeia. É esta a peste da época.
Uma coisa linda que aprendi na visita ao laboratório do Sr. Celestino, foi que as suas abelhas são amigas; não ferram os amigos. Pois abriu uma das colmeias para vermos a abelha mestra - que vi plenamente - e passeou junto de nós com o favo na mão. Não tínhamos proteção alguma e nenhuma nos ferrou. Foi lindo. Estas, também sabem quem lhes faz bem.