IMAGINANDO

francisco cabral
PARTE 61
SINTRA
Continuação
Neste meu imaginando dou um importante destaque e talvez considere as segundas maravilhas de Sintra, os Parque e Palácio de Monserrate.
Depois da Quinta da Regaleira, considero um dos locais mais interessantes de Sintra, tanto pela sua beleza exterior, como interior. Muito gostaria de inserir diversas fotos, mas isso tornar-se-ia impossível, porque não cabia neste jornal.
Num dia dedicado à Vila de Sintra é imperativo para o leitor, uma visita a um dos mais exóticos jardins de Portugal.
Segundo historiadores foi erguida neste local uma capela onde se encontravam os restos mortais de um cristão-moçárabe que morreu em combate com um Árabe muito rico, comandante desta zona.
É esta propriedade aforada em 1601 à família Melo e Castro através de D.Caetano de Melo e Castro, Vice Rei da India.
Em 1790 um poderoso comerciante inglês, de nome Gerard de Visme, arrenda o parque  a Dª.Francisca Xavier de Melo e Castro, ficando com o compromisso de construir um Palácio, que o fez num estilo neogótico (revivalismo gótico oriundo da Inglaterra, em meados do Séc: XVIII). Demoliu a Capela e edificou uma outra. Ele e sua Empresa tinham os monopólios do Pau Brasil e Diamantes, concedidos pelo Marquês de Pombal e quando precisava repousar, era Monserrate o seu lugar preferido. Desenhou alguns caminhos dos jardins, aproveitando os já existentes.
 Em 1856 e porque na altura residiam em Goa, a propriedade é abandonada,  sendo vendida a um milionário inglês Francis Cook, proprietário de várias fábricas têxteis e  casado com uma anglo-portuguesa de nome Emily Lucas. Do produto desta venda, a família Melo e Castro construiu uma residência em Lisboa.
 Em 1870 Francis Cook tornou-se Visconde de Monserrate, pelo Rei de Portugal D.Luis I e em 1886, recebia o título de Baronete pela Rainha Vitória de Inglaterra.
Francis Cook, era uma pessoa bastante sensível à cultura. Dir-se-ia que a sua visão já ultrapassava o comum do seu tempo. Foi o momento para uma remodelação no interior do Palácio de Monserrate. Com o auxílio dos desenhadores James Knowles e James Knowles Jr., ambos adeptos do adorno e decoração, recriaram alguns estilos entre eles o padrão do Alhambra de Granada, preenchendo pràticamente todos os espaços do interior. Sendo sensiveis ao local procuraram utilizar materiais da região, tendo como referência os mármores vermelho e negro.  
Após enviuvar, Francisco Cook voltou a casar, com uma Senhora de nome Tennessee Celeste Clafin, de naturalidade Americana, grande ativista, lutando pelos direitos da criança e da mulher. Foi uma benemérita para com a Misericórdia de Sintra, tendo ainda a seu cargo o funcionamento de várias escolas primárias da Região. Após o casamento e quando do título de Baronete pelo seu marido, é eleita Lady Cook.
Os jardins deste parque, construção de Francis Cook, tiveram o toque do paisagista William Stockdale fornecendo  uma mescla de plantas oriundas de vários países, tais como a agave, que preparada em xarope pode substituir o açúcar, e a árvore taxódio naturais do México, assim como a araucária ou pinheiro de Norfolk, da Ilha de Norfolk no Pacífico, palmeiras e fetos arbórios naturais da Austrália e Nova Zelândia, o Tulipeiro da Virgínia (EUA), não esquecendo os bambús e camélias vindas do Japão, embelezados por maravilhosas cascatas e lagos, contornados por longos caminhos.
Foi no parque de Monserrate que se concretizou o primeiro relvado artificial, na altura com cerca de 10 hectares, estando hoje reduzido a 1 hectare
Não podemos esquecer, que além de grandes profissionais diariamente envolvidos neste trabalho, há a preciosa ajuda dos Elementais da Natureza, construtores e conservadores destas plantas, mantendo-as sempre na perfeição e um espititualista sensível, tem essa percepção neste local.
Continua