IMANGINANDO

francisco cabral
PARTE 63
Continuação
Mantendo o tema iniciado da parte 62, há uma outra lenda sobre o menino do Cabo da Roca. Conta que ele havia sido raptado por uma bruxa que o escondeu num buraco naquele local. A mãe já pensava que a criança tinha morrido por ter caído ao mar, mas a sua alegria foi tal, quando uns pastores que salvaram o menino, lhe bateram à porta  devolvendo-o à sua progenitora. Entretanto em conversa com sua mãe, a criança conta que sobreviveu todo aquele tempo por causa de uma velhinha que diàriamente o alimentava com uma sopa de cravos. A mãe emocionada com o que o filho lhe acabara de contar, ambos se dirigiram à Igreja da sua aldeia para agradecer o milagre. Foi então que o menino descobriu que aquela humilde velhinha, era nem mais nem menos do que Nossa Senhora.
Sobre a Lenda do Palácio de Seteais. Hoje transformado num hotel de cinco estrelas, tendo um sumptuoso jardim a ornamentá-lo à sua frente. Após o Sim perante a Igreja ou Notário, muitos noivos se deslocam àquele maravilhoso jardim, tirando fotos para recordação futura.
Conta a lenda que neste local  ao gritar a palavra “ai” o seu eco é devolvido sete vezes e a mesma diz, que foi causada por uma jovem moura apelidada de Anasir. Anasir era prisioneira dos mouros e estava condenada a morrer, se pronunciasse a palavra “ai” sete vezes. Num momento de fuga foi salva por um fidalgo de nome Mendo Paiva, que por ela se apaixonou. Infelizmente a jovem foi encontrada pelos mouros e o seu desespero foi tal que incessantemente gritou a palavra “ai”, vindo a morrer degolada ao pronunciá-la pela sétima vez.
A lenda do Penedo dos Ovos, conta a história de uma velhinha que acreditava que debaixo desse penedo, havia ouro. Como acreditava que o ouro era todo seu, começou a atirar ovos para aquele mesmo penedo e a lenda diz que o musgo de côr amarela que o envolve, é fruto dos ovos que ela atirou ao penedo e que o amarelo seria a gema desses mesmos ovos. A velhinha nunca encontrou o que dizia ser o seu tesouro.
Há uma outra lenda do Jardim da Lendária, e um dos que rodeiam o Palácio Nacional de Sintra, que conta a história que este seria o local  para as jovens mouras se banharem e desfrutarem da beleza daquele local, despertando o olhar dos rapazes que entre as ramadas espreitavam e apreciavam a alegria destas donzelas destacando-se um, que seguia a doutrina cristã e por quem uma das donzelas se apaixonou. Só que o rapaz desconhecia que a mesma era casada. Quando seu marido descobriu o adultério matou-a. No entanto diz-nos a lenda, que esta Moura todas as noites vem ao jardim, à procura do jovem cristão por quem ela se apaixonou.
Por estas Lendas e perante o mistério que envolve a Serra de Sintra, fico resignado que ela tem uma História profunda, que só a floresta e os minerais que a compõem podem desvendar. Séculos se passaram e este local, nunca deixou de despertar a curiosidade de gerações. Isto define que estamos perante um enigma que só os próprios elementais da natureza nos podem contar a sua verdade, que creio seja apaixonante.
Continua
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