CENTRO RECREATIVO E DESPORTIVO ABRUNHOSENSE COMEMOROU 50 ANOS DE VIDA

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Neste mês de Novembro, o Centro Recreativo e Desportivo Abrunhosense comemora o seu 50º aniversário. Por forma a assinalar condignamente a efeméride, a direção promoveu no passado dia 10 um almoço comemorativo que reuniu muitos amigos desta Associação.
Renascimento trocou algumas palavras com a presidente da direção, Caroline Almeida, que mostrou um pouco do que tem sido a vida do CRDA

RENASCIMENTO - 50º Aniversário! Como nasceu o Centro Recreativo e Desportivo Abrunhosense?
CAROLINE ALMEIDA - O CRDA nasceu no primeiro dia do mês de Novembro de 1969, embora os fundadores já tivessem tido algumas reuniões e conversas num alambique da aldeia, durante algum tempo e nos últimos anos da década de 60. Chegada a altura da decisão, empreenderam mãos à obra e fundaram esta associação que nos últimos 50 anos foi um ponto de encontro dos abrunhosenses, mas também de amigos de terras vizinhas. O futebol, por exemplo, já tinha tradição antiga, mas foi com a associação que ganhou um estatuto de clube na distrital, tendo sido campeão distrital da 3ª divisão em 1989 e tendo sido um clube que formou bons atletas, alguns que jogaram mais tarde em clubes de outra dimensão, como o Desportivo de Mangualde. Mas também o teatro e os bailes, eram motivo de encontro entre as pessoas, como foi, durante algum tempo, o jogo clandestino entre os seus frequentadores.
De entre os seus fundadores, destaco os que ainda permanecem vivos: O Sr José Carlos Marques, atualmente Presidente da Assembleia e talvez o elemento que em mais direções participou e o Sr Valdemar Neves que se encontra no Brasil mas que sempre foi um grande contribuinte da Associação, com quantias generosas da sua parte. Mas devo dizer que esta associação se fez com os fundadores mas também com a população. O povo abrunhosense sempre foi muito dedicado e generoso com esta associação, como tem sido em muitas outras coisas de relevo social e da vida da aldeia.

REN. - Como tem sido a vida desta Associação ao longo destes 50 anos?
C.A. - Tem tido uma vida de altos e baixos, como tantas outras associações do concelho, sempre suportada na boa vontade e perseverança dos seus corpos diretivos e no contributo dos seus associados e da restante população. Tem sido um motor na área desportiva, cultural e recreativa. Alcançou feitos notáveis no futebol, como já dissemos, mas também foi uma referência nas noites e tardes culturais com o grupo de jovens que se dedicou ao teatro que fazia a delícia de todos. No plano recreativo foi importante palco de namoro nos bailes que ali se faziam e que atraíam à terra os rapazes que pretendiam conquistar as belas raparigas que Abrunhosa sempre se orgulhou de ter.
Naturalmente que também, como outras terras, sentiu os efeitos duros da emigração e, apesar de nunca ter tido períodos de interregno muito duradouros, sempre foi sofrendo com a ausência dos que procuraram uma vida melhor pela velha Europa. O que o destaca de outras associações é que esses tempos eram curtos porque apareciam sempre meia dúzia de braços de mangas arregaçadas para assumir novos projetos e novas direções.

REN - A Caroline é Presidente da Direção há quanto tempo?
C.A. - Sou presidente da direção desde 2012. Apesar de todas as contrariedades de uma das maiores aldeias do concelho que não foge a regra do envelhecimento da sua população residencial, temos tido muito sucesso nas iniciativas que regularmente promovemos.

REN. - É fácil presidir a uma Associação, ou de contrário o associativismo é cada vez mais difícil de manter?
C.A. - Tem sido um trabalho de equipa exaustivo, mas como todos os elementos que constituem a direção são pessoas de garra de grande orgulho da sua terra, a programação anual que estabelecemos todos os anos tem sido cumprida. Claro que também contamos com a ajuda e colaboração de muitos voluntários, sobretudo nas iniciativas de maior dimensão, como é o caso das festas de Verão que dedicamos ao povo e aos emigrantes.

REN. - O Centro RD Abrunhosense mantém viva a sua atividade anual?
C.A - Sim, como disse atrás, apesar de difícil pela ocupação profissional da maioria dos elementos da direção ser extremamente absorvente, temos tido a capacidade de manter a associação em funcionamento com as atividades que levamos a cabo no decorrer do ano.

REN. - Quais os eventos que por norma fazem parte do plano de atividades?
C.A. - Normalmente, os eventos que mais se destacam são: A festa do Povo que se realiza no mês de agosto e que reúne os abrunhosenses. Lembro que existem muitos fora do país.
A Noite da Caipirinha, também levada a cabo em agosto.
O Almoço do dia da Mãe, é sem qualquer sombra de dúvida um dos eventos mais esperado e o passeio anual.
Ao longo do ano são realizadas outras atividades , algumas em parceria com outros grupos, nomeadamente o magusto comunitário e torneios de futebol.
 
REN. - 50 anos são já cumpridos. Que mais espera para o futuro desta Associação?
C.A. - Como já disse, Abrunhosa do Mato também está a sofrer com o fluxo migratório da população e o envelhecimento dos que ficam a residir todo o ano. Isso levanta um problema sério: são poucos os que se sentem com forças para abraçar o desafio de manter ativa a Associação, como são poucos os jovens que poderiam dar algum do seu tempo a esta causa. Mas como os abrunhosenses nunca foram pessoas de desistir nem de baixar os braços – e a nossa história e a história das nossas gentes confirma isso – estou certa que hão-de aparecer novas direções para manter a “casa” aberta e ao serviço do povo.

REN. - Outras considerações que queira deixar.
C.A. - Gostaria que esta associação fosse fonte de inspiração para tantas outras espalhadas pelo concelho, e acima de tudo esta herança, deixada pelos nossos antepassados seja motivo de orgulho e que seja perpetuada para as gerações futuras.