EDITORIAL Nº 776 – 15/5/2020

DIRETOR
Com base na Resolução do Conselho de Ministros n.º33-A/2020 foi iniciado um desconfinamento da sociedade portuguesa, a realizar em três etapas (4 de maio, 18 de maio e 1 de junho), com o objetivo de restabelecer atividades nos estabelecimentos de comércio a retalho, na prestação de serviços, nos estabelecimentos de restauração e nos serviços e edifícios públicos.
Em Mangualde verificou-se a abertura das atividades comerciais e sociais previstas na citada resolução do Conselho de Ministros. Nesta edição damos conta dessa realidade. Entrevistámos diversas pessoas dos diferentes sectores comerciais, que nos falaram das suas perceções sobre o confinamento a que estiveram sujeitas por deliberação governativa.
Constatámos, de um modo geral, a aceitação das medidas impostas pelo governo, da forma como algumas atividades se desenrolaram e dos prejuízos comerciais e sociais sentidos. Existe, também, algum pessimismo sobre os apoios que o governo está a conceder ou poderá vir a prestar. Ouvimos sugestões que, de algum modo, são positivas e que formulam propostas desbloqueadoras do circuito comercial em que interagem consumidores, prestadores de serviços, vendedores e produtores.
A situação de paragem à qual a maioria das atividades comerciais, industriais e sociais foram sujeitas poderá prognosticar situações de crise social futura, se não forem assumidas as atitudes mais adequadas, não só pelos seus agentes, pelos consumidores, mas também pelas autoridades governamentais, seja a nível central, regional ou autárquico.
A sociedade portuguesa está perante um desafio a acontecer na situação social de calamidade, que poderá ressuscitar medos, ansiedades, angústias e infortúnios do período anterior. Estas figuras situadas ao nível social, poderão desencadear situações de insegurança, quadros clínicos de natureza psicopatológica, como os que já aconteceram no período da emergência nacional, e resistências a um projeto de mudança social.
Como foi referido, há um desafio que é preciso assumir e este terá que ser desencadeado nas tarefas individuais e sociais nas quais somos todos protagonistas, seja qual for o nosso papel social e profissional em que nos enquadramos. Nesse sentido, não podemos acusar a influência emocional externa. Temos que aprender a regulá-la e a não nos deixarmos influenciar por ela.
A terminar, não posso deixar de referir que a 13 de maio se comemorou mais um dia da aparição de Nossa Senhora Fátima, que não contou com a presença habitual dos fiéis no santuário. O reitor, em comunicado, publicado no dia 10 do corrente mês, referiu “que não se peregrina só com os pés, mas também com o coração” e apelou aos fiéis que acendessem uma vela e a colocassem na janela das suas casas. Por esse motivo, deixamos também aqui ficar a fotografia da nossa vela.
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