EDITORIAL Nº 780 – 15/7/2020

DIRETOR
Na edição de hoje, apresentamos dois temas que consideramos importantes, pela sua natureza e função, no contexto concelhio de Mangualde. O primeiro, o acordo firmado ente as Câmaras Municipais de Mangualde, Viseu, Nelas, Satão e Penalva do Castelo, para a criação da empresa intermunicipal “Águas da Região de Viseu”. O segundo, a liderança da exploração dos mirtilos pela COAPE.
O primeiro tema aborda um assunto fulcral para este concelho, que é o da água. A sua carência foi, ao longo dos tempos, uma dificuldade com que os cidadãos de Mangualde sempre se depararam. Recordo-me dessa situação desde criança. Era mais acentuada nos meses de verão, quando a sua escassez provocava carências com múltiplas influências nas vivências das pessoas. Abrir a torneira e não correr água, quando a temperatura está elevada, é uma recordação que não se esquece. Esse problema, com a dimensão que sempre teve, foi objeto de várias tomadas de posições e deliberações pelas diferentes edilidades camarárias. Contudo, o problema nunca foi resolvido. Foi diminuído, sem ser subestimado pela grandeza que assumiu e assume na vida das pessoas. A sua ausência foi diminuída com o surgimento da barragem de Fagilde, mas com as alterações climáticas que aconteceram nestes últimos anos, ela própria não conseguiu dar resposta às necessidades reais. Foi mesmo necessário utilizar os bombeiros para despejarem água na barragem. Imagem tremenda, que não é esquecida pelo atual Presidente da Câmara Municipal de Mangualde, Dr. Elísio de Oliveira que a recordou, quando em 2 de Julho, pelas 16h, na barragem de Fagilde, participou na comunicação publica da criação da empresa intermunicipal “Águas da Região de Viseu” com os presidentes das Câmaras Municipais de Viseu, Nelas, Sátão e Penalva do Castelo. Esta empresa intermunicipal tem como objetivo estabelecer condições de uma maior captação, retenção e tratamento de água para consumo humano. O desafio assumido, face à insuficiência de água, nos concelhos referidos, levou ao desenvolvimento de estratégias proporcionais às suas competências e exigências físicas e humanas, no sentido de superar a citada carência.
O segundo tema que trabalhamos, nesta edição, está relacionado com a exploração dos mirtilos, no nosso concelho, e na qual a COAPE tem tido um papel ativo na liderança deste projeto. Essa liderança foi previamente assumida pela instituição citada onde temos que destacar a direção do seu Presidente, Dr. Rui Costa. Realizámos uma entrevista, da qual demos conta neste jornal. A ideia com que ficamos é a de que foi criada uma riqueza, que partiu do nada, pois, há dez, quinze anos os mirtilos não existiam em Mangualde.
Estes dois trabalhos são exemplos de apostas humanas, que partiram do zero, e que surgiram porque foram criadas novas perceções, novas formas de entender os problemas, as realidades existentes. Os impossíveis em cada uma delas tornaram-se possíveis e reais.