NOVO ANO LETIVO ARRANCA DE 14 A 17 DE SETEMBRO

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De 14 a 17 de setembro começará para todos os níveis de ensino o primeiro período de aulas do novo ano letivo 2020/2021. São muitas as informações que vão surgindo, mas as incertezas e os receios existem e estes só serão ultrapassados quando os alunos voltarem às escolas. Sabe-se para já, que este ano letivo será mais longo, com as aulas a começarem mais cedo e a acabarem mais tarde. Os intervalos serão também mais curtos e as cinco primeiras semanas do 1º período serão destinadas à recuperação de aprendizagens, de modo a colmatar eventuais perdas que tenham acontecido no último ano letivo, devido aos constrangimentos resultantes da Covid-19.
Perante todos as incertezas e para que os pais possam ficar um pouco mais tranquilos, Renascimento falou com o Diretor das Escolas de Mangualde, Engº Agnelo Figueiredo.

RENASCIMENTO - Engº Agnelo Figueiredo, a poucos dias de começar mais um ano letivo 2020/2021, diga-nos, depois de termos vivido de forma totalmente atípica, cerca de metade do ano letivo anterior, o que esperar deste que vai começar?
ENGº AGNELO FIGUEIREDO - Realmente, o ano letivo que finda é para esquecer. As escolas fecharam no país todo, independentemente da situação da pandemia em cada concelho, e por um tempo imenso, e o que foi catastrófico, não só para os alunos, mas toda a sociedade, já que os pais viram-se obrigados a ficar em casa com os filhos, as empresas pararam, a economia estoirou e agora temos a conta para pagar.
O próximo ano será, assim o espero, mais equilibrado.

RENASCIMENTO - Como se irá desenrolar este ano, vamos ter aulas presencias, mistas ou distância?
ENGº AGNELO FIGUEIREDO - À partida vamos ter aulas presenciais a 100%. No entanto, dependendo da evolução da doença, poderemos ter de passar para as aulas à distância, ou para um regime misto, com uma parte das aulas presenciais e a outra à distância. Outra novidade que importa ter presente é que poderemos ter uma escola com aulas presenciais e outras à distância. Isto é, a decisão de encerrar uma escola não será geral, mas dependerá dos casos concretos de doença que estejam relacionados com cada escola.

RENASCIMENTO - As aulas, escuta-se, irão dividir-se por períodos, ou de manhã ou de tarde. As Escolas de Mangualde têm capacidade e espaço de adaptação a tal situação?
ENGº AGNELO FIGUEIREDO - Decorrendo as aulas em regime presencial, temos de, para dimuir a probabilidade de contágio dentro da escola, diminuir o número de alunos presentes em cada momento. É por isso que, tendencialmente, os horários serão organizados para que uma turma que tenha aulas na segunda feira de manhã, não tenha à tarde, por exemplo, e se outra turma tiver aulas na segunda à tarde, é porque não tem de manhã. Para ser equilibrado, todas as turmas terão o mesmo número de manhãs e de tardes, de modo que não haja prejudicados. Não haverá turmas com aulas só de manhã e outras só de tarde. Note-se que este sistema vai obrigar as estender o horário, de modo que as aulas terminarão às 18:30. Claro que o que referi não se aplica a alunos dos 1.º e 2.º ciclos, que terão as aulas exatamente como tinham antes.

RENASCIMENTO - Fala-se também, em deslocar alunos para outros locais fora das instalações escolares, por exemplo, Biblioteca, Antigo Colégio e mesmo, para outros espaços na Zona Industrial. Como irão fazer face a todos os transtornos que isso irá provocar, nomeadamente nos transportes, refeições, etc?
ENGº AGNELO FIGUEIREDO - Sim, equacionámos vários cenários para diminuir a densidade de alunos nas várias escolas. É verdade que pensámos num pavilhão fabril na Zona Industrial. Todavia, tivemos de abandonar a ideia porque era financeiramente incomportável. Assim, acabámos por ficar pela ocupação das instalações do Colégio. O bloco que foi remodelado pelo ISCE, e que está muitíssimo bom, será ocupado pelas 5 turmas do 4.º ano da cidade. Ficarão em ótimas instalações, com refeitório e ginásio, para que tenham todas as condições para aprender e desenvolver. Também ocuparemos outra parte do Colégio, aquela que fica logo a seguir à Caixa de Crédito, onde colocaremos 3 turmas de Cursos Profissionais, escolhidas por não necessitarem de laboratórios específicos e por não fazerem junções com outras turmas. Desta forma, conseguiremos descongestionar a ACO e a ESFA, logo, iremos ter menores possibilidades de virmos a ter contágios nestas escolas. Acresce que, se tivermos contágios, poderemos fechar umas instalações e manter a funcionar as outras. Como se compreende, durante o mês de Agosto e início de Setembro haverá muito trabalho a ser desenvolvido pela Câmara Municipal, que, é bom que diga, esteve sempre connosco neste processo.

RENASCIMENTO - Se eventualmente a situação piorar e for necessário voltar às aulas à distância, como prevê que as coisas possam decorrer? Os alunos estarão agora munidos do necessário para o normal desenrolar das aulas desta forma?
ENGº AGNELO FIGUEIREDO - Como já disse, é pouco provável que a totalidade das turmas voltem ao ensino a distância. As que voltarem, se voltarem, beneficiarão de toda a experiência que adquirimos no ano anterior, e também beneficiarão dos equipamentos que lhes foram sendo disponibilizados. Tudo será mais fácil e mais tranquilo.

RENASCIMENTO - Uma mensagem ou algo que queira deixar aos pais/encarregados de educação por forma a ficarem mais tranquilos no meio de toda a incerteza e questões que têm surgido em relação a este novo ano letivo.
ENGº AGNELO FIGUEIREDO - Tranquilidade é mesmo a palavra de ordem. As famílias têm de se sentir seguras e tranquilas. Têm de tomar as medidas de auto proteção a que todos estamos obrigados, é certo, mas têm de ter a confiança de que tudo faremos para minimizar as possibilidades de contágios.
Precisamos da colaboração de todos e, sobretudo, de compreensão.