IMAGINANDO

PARTE 83

A Sintra lendária traz-nos algo tão surpreendente, que só com a população mais antiga, da qual me incluo, nos vamos permitindo divulgar situações tão pitorescas, como a que vou narrar.
Não excluindo a parte mística, talvez na Península Ibérica, seja a Vila que mais tem para nos oferecer neste capítulo.
Situada na freguesia de Colares e Concelho da Vila, a população de Almoçageme organiza uma feira todos os fins de semana e visitada por muitos turistas da região e não só, que ali se deslocam para comprarem os frescos legumes e leguminosas, assim como alguma doçaria, porque a feira é farta e já uma realidade de longa data.
Embora seja conhecida por aquela tradição, tentei aprofundar a razão porque lhe havia sido dado aquele nome; “Almoçageme”.
E aí, Maria Teresa Caetano e Joaquim Leite, fazem duas diferentes abordagens.
A primeira é atribuída aos mouros aportuguesados, que lhe deram o nome de “Al-Mostageme” (significa “Água que corre” ou “sítio por onde água corre”) ,
A segunda é autoria do povo daquele localidade, e segundo a lenda, uma rapariga após um naufrágio conseguiu dar à costa numa praia daquela região, a Praia da Adraga.
Dois homens passeavam em plena Praia, quando subitamente depararam com a moça estendida no chão. Prontamente acorreram em seu socorro.
Porém, a moça, ou por estar cansada ou realmente não se encontrar de perfeita saúde jazia inanimada. Sem saberem o que fazer, ficaram um tempo junto dela, aguardando que houvesse alguma manifestação de vida.
Em determinado momento e como a moça se mantinha inerte, um deles disse:
A moça está morta;
Ao que o outro retorquiu:
Não companheiro, porque “A moça Geme”.
E foi assim, segundo a tradição popular, a origem do nome da aldeia. “Almoçageme”