REGRESSO

VOLTEI … 
Depois de quase três longos meses, sózinho triste e mudo percorri a solidão, agora estou de volta. É verdade que pouco tempo passado depois de ter escrito o último texto comecei a sentir saudade. Aprendi que o tempo não é algo que possa voltar para trás, até um relógio parado trabalha certo duas vezes ao dia. Afastei-me, parei por algum tempo, em retiro ouvia a voz do vento e dos enxurros da água da chuva, montes de sons melodiosos e vales de extasiante silencio. Relaxei e restabeleci-me. Volto confiante com a saúde melhorada. Chegou o momento num palpitante rumor de claridade. Depois deste tempo sem escrever, apetece-me voltar. Sigo agora em frente por caminhos quase sempre compartilhados e de uma origem anímica e perfeita. Ganhei forças para vencer o obstáculo. Os sentimentos vêm e são coragem prá vida enfrentar com mais profundos olhos a saudade. O meu silencio nunca deixou de sempre vos falar e recordar. Perdi-me no tempo e regresso vestido de saudade dos meus amigos leitores. Com a alma lavada a mente e o corpo sãos. Regresso. Não sei por quanto tempo. Enquanto achar que faz sentido. Não sei com que periodicidade. Aquela que a vontade de o fazer der prazer aos meus estimados leitores e a azáfama dos dias e a saúde forem ditando. Só sei que estou feliz por regressar e por voltar a partilhar convosco bocadinhos das minhas vivencias e da minha vida. Saudosas são as imagens das flores, dos nossos campos, do nosso sol esplendoroso, do nosso sol ardente em que nas lavras se limpa o suor á manga da camisa arregaçada até ao cotovelo, da apoteose do sol poente, a neve e a chuva, o bom e o mau tempo, os nossos costumes e tradições, as nossas gentes. O que interessa é que haja cor e alegria, seja nas formas descritas ou noutras. Regressar é poder de novo respirar aquele odor que o húmus vivificante do nosso solo encerra. A minha alegria enorme é a de poder dizer: voltei …