Balanço de 5 anos do Presidente Marcelo Rebelo de Sousa

Quando Marcelo Rebelo de Sousa (MCR) tomou posse como Presidente da República no ano de 2016, com 52% dos votos dos portugueses, os Portugueses estavam à espera de um mandato diferente do seu antecessor, não esperavam era o folclore que se seguiu.
Em Julho de 2018 MRS reagiu ao alegado desvio de verbas doadas para Pedrogão Grande (incêndios de 2017) dizendo “Há que apurar o que funcionou mal”. No caso de Tancos (29 de Junho de 2017) e a posterior encenação da devolução, aparentemente ninguém sabia de nada. Também, aparentemente, foi devolvido mais material do que aquele que se julgava desaparecido! Já o caso da morte de Ihor, cidadão Ucraniano morto no Aeroporto de Lisboa por inspetores do SEF em Março de 2020, envergonha todos os Portugueses pela inércia e incúria do Estado Português. Em Dezembro de 2020, depois de nove meses de silêncio cúmplice, Marcelo abriu a caça ao Cabrita e depois apontou à Ministra da Saúde dizendo que o Governo enganou os portugueses quanto à vacina da gripe. Só foi enganado se o quis ser.
MCR falhou em muitas das suas competências presidenciais. Tornou dúbia a função presidencial. Banalizou-a e ridicularizou-a. Quando não se poupou nas selfies e nas exposições públicas impróprias e, talvez por vaidade, quis ser um influencer das redes mediáticas, com o argumento que queria ser o “Presidente dos afetos” relegando para segundo plano a sua missão de servir, que deveria sobrepor-se à preocupação com a própria imagem, em nome do povo e do interesse nacional. Narciso não teria feito melhor!
Num esforço evidente de se demarcar dos seus antecessores, Marcelo demitiu-se do dever de recato e contenção nas palavras, garantiu o que não podia garantir, falou e comentou demais e inoportunamente, ultrapassando a sua competência.
MRS não se posicionou de forma concreta e assertiva em relação aos temas estruturantes. Também deveria ter estimulado as reformas do Governo e as mudanças urgentes de que o país necessita. Para Marcelo, estagnação é sinónimo de estabilidade, a mãe do consenso, que tanto lhe interessa como recandidato. Como bem referiu Henrique Neto, “Marcelo nunca contribuiu para que os problemas do país se resolvessem“.
Apesar de ser um candidato natural do centro-direita não faltaram constantes “piscares de olho” à esquerda, por exemplo, em relação à pandemia, aceitou os moralmente ilegítimos “encontros” do PCP e mostrou-se complacente com as decisões da DGS, cujas determinações se têm apresentado mais como fretes ao Governo socialista, do que fundamentadas em conceitos de ordem técnica e científica. Foi muleta do Governo, subserviente e acérrimo apoiante de quase todas as políticas do Executivo, priorizando o “consenso” e não a Nação.
Geriu de forma desastrosa episódios graves ocorridos nas esferas social e política e compactuou com o “desgoverno”, permitindo que se instalasse um sentimento de desconfiança em relação aos órgãos de governação, Administração Interna, Forças de Segurança e Forças Armadas. Foi cúmplice de António Costa na substituição da Procuradora-Geral da República, do Governador de Banco de Portugal e do Presidente do Tribunal de Contas, com nomeações de duvidosa imparcialidade, para lugares que se pretendem independentes.
É neste reality show nacional, com tiques presidenciais, que MRS transformou a presidência numa barraca da feira franca. Dá vontade de dizer “mais uma paragem, mais uma viagem!”