CONSULTÓRIO

AS DOENÇAS E O FRIO
Estas semanas que antecedem o Natal têm vindo com bastante frio. E, na verdade, o frio pode agravar algumas doenças.
E, com o Inverno acabado de chegar, está na altura de nos prepararmos para o mais frio que ainda estará para vir!
É costume, com o Inverno, virem os frios grandes! E o nosso organismo tem de se preparar para lutar contra as baixas de temperatura. As reacções que o frio origina são susceptíveis de interferir com algumas doenças, nomeadamente cardíacas ou respiratórias. O mesmo acontece para alguns medicamentos.
O frio agrava algumas doenças
Quando começa a fazer muito frio o corpo aumenta, por todos os meios, a sua produção de calor para manter uma temperatura corporal adequada. Para além dos arrepios (reflexos da actividade muscular) e de um aumento geral do metabolismo, observa-se uma vasoconstrição cutânea (diminuição da circulação do sangue à superfície da pele) e um aumento do ritmo cardíaco.
Sendo assim, é de esperar que um período de tempo com mais frio seja susceptível de agravar algumas doenças pré-existentes, nomeadamente cardiovasculares e respiratórias, paralelamente ao risco de acidentes agudos como a hipotermia e os enregelamentos.
Alguns medicamentos modificam as nossas defesas contra o frio
Do mesmo modo, alguns medicamentos, com grande frio, podem provocar ou agravar os sintomas ligados ao frio.
Por exemplo, medicamentos que actuam sobre o sistema nervoso central podem impedir este de dar origem aos arrepios e aos calafrios, ou a uma diminuição da circulação sanguínea à superfície da pele (evitando, assim, a perda de calor).
Existem outros medicamentos que podem ir contra o organismo na sua reacção contra o frio. É caso, por exemplo, de alguns tratamentos contra a hipertensão arterial ou a angina de peito, mas também os anti-epiléticos, os neurolépticos e medicamentos que actuam sobre a vigilância.
Quais as pessoas de maior risco?
As pessoas de idade e, no lado oposto, as crianças dos 0 aos 2 anos.
As pessoas portadoras de doenças cardíacas ou respiratórias, como a asma, o hipotiroidismo, qualquer doença neuropsiquiátrica ou uma infecção respiratória.
Os indivíduos portadores de sequelas de um acidente vascular cerebral, de um traumatismo cerebral, de uma paralisia…
As pessoas mal-nutridas.
Os trabalhadores ao ar livre.
Não interromper o tratamento de moto próprio, nem modificar as doses
À mais pequena dúvida convém pedir conselho ao médico.
Em todas as situações não interrompa o tratamento por sua iniciativa, nem modifique as doses, porque pode correr o risco de eventuais complicações ligadas à paragem da medicação ou à doença que não é mais tratada.
Algumas recomendações contra o frio
Em período de grande frio, limite os seus esforços físicos.
Evite os esforços bruscos e as passagens rápidas do quente ao frio.
Para sair, agasalhe-se com roupas quentes e cubra bem as extremidades (cabeça e mãos). Cubra igualmente o nariz e a boca para respirar menos ar frio.
Contrariamente a certas ideias pré-concebidas, o consumo de álcool não aquece. Inversamente o álcool agrava a hipotermia. Entorpece e faz desaparecer os sinais de alerta do frio.
Não sobreaqueça a sua casa, mas aqueça-a normalmente e assegure-se que é bem ventilada para evitar qualquer risco de intoxicação com o monóxido de carbono.