A nova Zona Industrial


“Nada será menos industrial do que a civilização nascida da revolução industrial.”
Jean Fourastié
No Jornal Renascimento de 1 de Janeiro passado, a Câmara Municipal de Mangualde, publicou o Orçamento para o ano de 2021, o maior na história da Autarquia, um poderoso instrumento de gestão municipal, sob a orientação do Presidente Dr. Elísio Oliveira. E por isso a Câmara e o seu Presidente estão de parabéns.
Salientar também e isso é de grande importância, a ambição de desenvolver uma nova Zona Industrial, em local que tem todas as condições de ser o ideal, dada a sua posição estratégica. A localização vai ser junto à A25, a zona mais atractiva e procurada. Está a ser feito o levantamento topográfico para seguidamente poder concorrer aos fundos comunitários.
Como estamos em ano de eleições Autárquicas é fundamental que a futura Câmara dê continuidade ao projecto e que este não seja usado apenas como chavão de campanha eleitoral.
Tem-se escrito muito sobre a pandemia, a crise que esta acarretou e as dificuldades que trouxeram paragens, despedimentos e falências. O seu impacto afetará os próximos anos e a sua recuperação não será imediata. Começa agora, com o aparecimento das vacinas, a vislumbrar-se uma luzinha, ténue, ao fudo do túnel e é preciso aproveitar esta oportunidade com força, para que tudo volte ao que era. É o início do caminho da recuperação, mas é preciso andar depressa, pois não podemos cair na velha frase do economista Kane, que diz, “a longo prazo estamos todos mortos”. Andar bem e rápido é o que é preciso.
Sabe-se que não é com o Sector do Turismo, que vai demorar a reeerguer-se, que será debelada a crise, mas sim com a industrialização, que cria infraestruturas, contribui para o PIB, fomenta a exportação, atrai inovação tecnológica e não menos importante, revitaliza toda a economia do interior pela chegada de novas famílias com necessidades de emprego, educação e serviços, contrariando assim a sua desertificação.
Mangualde tem uma localização estratégica, já que está na via rodoviária que liga o mar, atravessa o centro, entra em Espanha e segue para a Europa. E uma linha de caminho de ferro, internacional, a sofrer grandes transformações, quer nas estações, sinalização e nas linhas, para que brevemente possa ter combóios rentáveis e com uma quantidade de carga transportada consideravel.
Também importantes são as obras a decorrer no porto de Aveiro, permitindo ser um escoante da produção do interior e que pela proximidade e bons acessos serve, ou deve servir todo o interior.
A solução está encontrada e desta vez os fundos estão disponíveis. É preciso aproveitar, desafiar, inovar. A Revolução Industrial acontece todos os dias e cada vez mais depressa. Não podemos continuar à espera, sob pena de quando lá chegar-mos estarmos todos mortos, como dizia Kane.