EDITORIAL Nº 802 – 1/7/2021

As dificuldades da Imprensa Regional
Segundo a Associação de Imprensa, com a pandemia, 30 publicações deixaram de ser impressas e correm o risco de fechar.
Faltou a publicidade e o apoio do Estado.
Há muito que nos habituamos a ver morrer mesmo os grandes títulos, alguns centenários.
Desde 2007 que o Estado só paga 40% do custo da expedição dos jornais.
Até essa data pagava a totalidade. O Estado justifica esta alteração com o declínio da Imprensa Local e Regional.
Quer isto dizer que se um Sector da Economia corre mal, é melhor não dar apoio e deixá-lo morrer. Um raciocínio torcido, sem lógica e pouco inteligente.
Se um Sector está mal o Estado deve apoiá-lo. Assim deve ser um Estado competente!
Qualquer dia o Estado corta mesmo o apoio pois chega à conclusão que a Imprensa já não interessa.
Mas, a falta de sensibilidade e de apoio à Cultura e ao seu desenvolvimento, já não é de hoje, mas de sempre.
Aqui se justifica a falta de resposta do Governo aos sucessivos pedidos de apoio. O Governo não responde aos apelos feitos.
O Orçamento do Estado para 2021 não reflete nenhuma melhoria para a Imprensa Regional.
E este Sector, a Imprensa Regional, é extraordinariamente importante para o fortalecimento democrático e da coesão do País.
Com a pandemia os custos de distribuição são negativos em certas regiões do País. Vai daí a VASP, que é a maior distribuidora , a partir de 4 de Julho aplicará uma taxa diária de entrega de 1,50€ de segunda a sabado e de 1€ aos domingos.
O Distribuidor não tem possibilidade de aguentar os prejuizos e há o perigo de certas regiões do País deixarem de ter jornais.
É a morte anunciada de muitos jornais, principalmente dos mais pequenos, dos Regionais.
A Imprensa Regional é a guardiã das tradições e da identidade e presta um serviço local que nenhum órgão nacional presta.
Os grandes noticiários dão-nos o mundo e o país, enquanto a Imprensa Regional que vive paredes meias com as pessoas e os factos diz-nos o que se passou no fundo da nossa rua, a vida da Vila e da Aldeia. Pressionam os poderes locais e levam ás comunidades de imigrantes o que se passa na sua terra.
Este jornalismo de proximidade defende as culturas locais e é um compromisso entre a Região e as Pessoas.
A sua independência é fundamental! A sua Liberdade vital!
Quando não houver liberdade de Imprensa é porque a Democracia morreu!