A VIDA NUM ROTEIRO DO MANGUALDENSE PEDRO COELHO

O autor Pedro Coelho nasceu em Mangualde em 1972. Licenciou-se em Sociologia na Universidade Nova de Lisboa e especializou-se em Coordenação de Necessidades Formativas. Foi formador de “Cidadania e Igualdade de Género” e concretizou o sonho de conhecer novas culturas, o que o levou a mudar-se para o Luxemburgo país onde vive e que defende ser o “ideal de uma sociedade”.
Com o confinamento, o autor recuperou muitas das suas reflexões sociológicas e sentiu que numa altura de crise pandémica como a que se vive era importante mostrar às pessoas que o fundamental do “Stay at home” era  o olhar para interior do EU, perceber o EU, modificar e aperfeiçoar.
A VIDA NUM ROTEIRO foi a apresentada em Mangualde no passado dia 28 de maio e no próximo dia 30, pelas 18H30, será a vez de ser apresentada em Viseu nos Cláustros do Museu Nacional Grão Vasco.
Em entrevista ao Renascimento Pedro Coelho, dá a conhecer um pouco do autor e da sua obra.

Quem é Pedro Coelho?
Sou uma pessoa normalíssima, com gosto e entusiasmo pelas Pessoas e pelas Sociedades. Desde as lides do associativismo que já sentia esta vontade de intervir, de participar com otimismo. Somos sempre um pouco de nós, mas somos também um pouco o reflexo do que os outros pensam de nós.
Mas sou e serei sempre um inconformista, um inquieto, um insatisfeito, um exigente de mim mesmo.  Continuo inquieto com as desigualdades.
Trabalha-se muito em Portugal e as pessoas não conseguem passados tantos anos da entrada na UE serem remuneradas com dignidade. Insatisfeito, por sentir que não consigo, apenas por palavras transformar o Mundo, o indíviduo.
Exigente com o que se passa no meu Tempo e nos Tempo que se avizinham. 
Sempre tive esta dimensão de ser uma pessoa franca, lúcida e ouvinte, dimensão que a minha educação me foi proporcionando, fazendo de mim uma pessoa aberta ao mundo.
Mas também tenho o meu lado divertido e disperso-me pelos meus gostos: adoro o Mar, adoro crianças, fazer caminhadas, gosto imenso de futebol, gosto de livros, gosto do simples.

Que idade tem, que ‘hobis’ tem na vida?
Tenho 48 anos. Sou Sociólogo, Sinto que sou um peregrino por viver fora de Portugal, no Luxemburgo.
Aqui devido à diversidade de nacionalidades, a minha vida pertence à Europa, pois os meus amigos mais íntimos, com quem partilho reflexões, dúvidas, alegrias e tristezas são portugueses, luxemburgueses, franceses, belgas, alemães e africanos. Por isso digo que sou um peregrino sempre a deambular entre Portugal e o Luxemburgo.
Aqui no Luxemburgo encontrei um País onde existem muitas oportunidades e onde o ideal de sociedade é apaixonante, aqui ninguém fica para trás.

Como vê a Sociedade de Hoje?
Preocupam-me estes tempos depois da Pandemia, preocupações pesadas (apesar de ser otimista, vontade de transformar, de mudar), acerca da Vida das pessoas, dos enormes contrastes sociais de Norte a Sul do país. Mas Amo ser Português, gosto dos portugueses, agora mais do que nunca, uma vez que estou a viver fora.
Quando falo com as pessoas sinto que dentro delas, lentamente, existe todo um mundo de palavras, que necessitam vir cá para fora.
Portugal está a necessitar de novos indivíduos, novos cidadãos que tenham uma linha de pensamento para Pensar Portugal nos próximos 20 a 30 anos. Educar, educar, educar é o caminho.

Como nasceu a ideia de escrever este livro?
Sempre fui muito ativo. As palavras foram uma maneira de me ligar aos outros. Sempre tive perguntas invisíveis, olhares de quem vai olhando atentamente, ouvir e ir atrás das palavras do outro e por entre as palavras desorganizadas da oralidade, da sociedade, a escrita é uma atividade contemplativa. As palavras, por vezes são música, música pura, as palavras são conceitos, são ligações difíceis de estabelecer com os pensamentos que queremos transpor para as folhas.
Escrever  é dar um pouco do nosso coração aos outros.
Com o confinamento recuperei muitas das minhas reflexões sociológicas e senti que numa altura em que vivíamos esta crise pandémica era importante mostrar às pessoas que o fundamental do “Stay at home” que o Mundo vivia, era  olhar para dentro do nosso interior, perceber o meu EU, modificar e aperfeiçoar. E assim nasceu o Livro que espero ser um bom instrumento para se ter junto à cabeceira da cama.
 
Porquê este título?
A VIDA NUM ROTEIRO é um título que pretende demonstrar aos leitores que a nossa Vida é construída por percursos. Cada um de nós, enquanto pessoas, deve construir o seu Roteiro que orienta, que guia a inquietação dos nossos dias. Não há tempo para as pessoas pensarem hoje em dia, tempo para parar. Como podes evoluir, como te  podes  potenciar mais, se não te aperfeiçoas? É um livro atual e que pode ser lido e relido vezes sem conta e com a certeza que aprendemos algo mais sobre nós e os outros.
 
De que fala?
Dividido em 15 Capítulos o LIVRO retrata temas actuais da Sociedade de Hoje. Fala de o individuo se conhecer melhor, a si mesmo, olhar para dentro, mudar, seguir em frente, cair mas saber que a queda provoca em nós um novo amanhecer e um novo levantar.

Porquê a sua apresentação na cidade de Viseu?
Sou um Beirão e pretendo apresentar o ROTEIRO por todos os concelhos para incentivar a Leitura, para incentivar a “olhar o EU” de cada individuo, poder debater questões e dar o meu exemplo. Já o fiz nas cidades de Mangualde, Santa Comba Dão e agora será a vez de Viseu e Coimbra abraçarem A VIDA NUM ROTEIRO.

Tem mais projectos na manga?
Sim tenho um projecto comunitário. Um sonho para melhorar o dia a dia das pessoas mais carenciadas, mas não queria ainda alargar-me muito sobre este trajecto que já esta a ser preparado.