A inimputabilidade e a irresponsabilidade do PS


Helena Matos escrevia no Observador “Quando criticados, gritam imoralidade. Quando erram não pedem desculpa, dizem-se tristes. Quando lhes pedem responsabilidades, declaram-se enganados. Quem afirma isto serão adolescentes irresponsáveis? Não, é o PS (Partido Socialista).”
No caso do ministro Cabrita e do acidente mortal com o carro oficial, é extraordinário constatar como as noticia que apareceram sobre o tema apontaram sempre para a fuga às responsabilidades. Desde o início se culpou o trabalhador e se empurraram as responsabilidades para a empresa que estava a fazer as obras ou para a Brisa. Ainda para mais o condutor não era nem da PSP nem da GNR, era um motorista contratado pelo Gabinete do Ministro. Também aqui se vê a falta de confiança do Ministro naqueles que tutela…
Ao longo dos anos, o ministro trouxe ao MAI uma história de mentiras, irresponsabilidade e negligência, com consequências gravíssimas e indesculpáveis. Desde que, em 2017, Eduardo Cabrita substituiu Constança Urbano de Sousa no MAI tem estado várias vezes debaixo de fogo. Golas antifumo inflamáveis, filas para votar no pico da pandemia, o contrato do SIRESP os festejos do Sporting são alguns exemplos. O caso da morte do cidadão ucraniano no SEF foi o mais grave, mas Costa segurou-o. As relações com a PSP e com a GNR também estão na rua da amargura. Veja-se o mais recente caso do suplemento de risco!
O país não confia em Eduardo Cabrita e há muito que se reclama a sua saída do Governo. António Costa não vê isto? Não vê o que toda a gente vê? É claro que sim. Eduardo Cabrita só se mantém no cargo por fazer parte do pequeno grupo de dirigentes do PS que manda em Portugal. Foi SE de António Costa nos governos de Guterres e de Sócrates e está no círculo mais apertado de confiança pessoal do primeiro-ministro. Tudo o que se decide no país tem de estar nas mãos de meia-dúzia de dirigentes socialistas ou dos seus familiares. A esposa de Eduardo Cabrita, Ana Paula Vitorino, antigo Ministra do Mar e deputada é a escolha do Governo para presidir à Autoridade da Mobilidade dos Transportes. É preciso dizer mais alguma coisa?
Eduardo Cabrita é a personificação da inimputabilidade e da irresponsabilidade do PS e, nesta fase, em que várias coisas correm mal no governo de António Costa, Cabrita é o saco de boxe ideal para encobrir tudo o resto. Na próxima remodelação governamental Cabrita deverá sair mas sabe que Costa trata sempre bem os seus amigos, sobretudo os que mais se sacrificaram pela causa socialista.