Tem 65? Então já é idoso!

A partir das 2ª Guerra Mundial ficou estipulado a divisão das populações por grupos etários consoante a sua idade. Devido ao caos da guerra, surgiu um movimento social para a reedificação da Europa, sendo natural considerar um adolescente de 15\16 anos um jovem adulto capaz de integrar no mercado de trabalho emergente e faminto por mão de obra rápida! Assim o 1ª grupo etário\ jovens era do nascimento até aos 15 anos de idade; o 2º grupo\ adultos era dos 15 aos 64 e por fim o 3º grupo\ idosos dos 65 anos para adiante…. Hoje é inconcebível considerar um jovem de 15 anos optar por uma vida de labuta e rejeitar a vida académica, no entanto são fisiologicamente mais desenvolvidos que os seus avós e são desresponsabilizados de certos comportamentos… Por sua vez, é cada vez mais impraticável iniciar a vida ativa antes dos 18 anos, sendo evidente um atraso na entrada no mercado de trabalho em cada geração. De fato, temos um nicho de doutorados desempregados que desconhecem o que é ter trabalho! Sobrevalorizamos a formação académica em detrimento do futuro profissional, para mim é comum escutar “Sabe a minha neta já acabou o curso, mas para arranjar emprego já tirou o mestrado e agora vai para o doutoramento!” Quando questionada a idade do prodígio, é que verifica-se o incómodo: “Pois tem 32, mas ainda vai a tempo de encontrar um bom emprego! Afinal não quero que seja uma balconista!” É um fato consumado que a formação é uma mais valia, mas desvalorizar quem está nas bases das hierarquias profissionais é obscurecer o atendimento ao público; é difamar quem produz os serviços prestados; é esquecer que as grandes fortunas

vieram de grande humildade e que a arrogância era um desmérito!


Mas retornando ao tema desta missiva, é curioso considerar idosa uma pessoa de 65 anos, colocando-a num espectro de debilidade e necessidade emergentes só por ter 65 anos de idade! Se por um lado existe uma panóplia de direitos associados ao idoso cronológico, por outro lado existe uma incompreensão do idoso social e produtivo! Ter descontos, gratuitidades ou subsídios por ter 65 anos…Pessoas que ainda têm uma energia e jovialidade superior a muitos de 40 anos, que nada têm de direito por serem frágeis…quer seja idoso, adulto ou jovem, mantenha sempre presente que todos chegamos a velhos, e compete a si mesmo preservar-se e não encalhar no idoso sovina que reclama de direitos sem altruísmo ou bom senso!