As Eleições Autárquicas


As Eleições Autárquicas realizaram-se no passado Domingo, 26 de Setembro. Já se sabem os resultados.
Iniciou-se o mês de Outubro, começou o Outono em 22 de Setembro, as chuvas e o frio a chegar de mansinho, a natureza a tomar a côr do bronze e as àrvores perdem as folhas. As vindimas estão feitas e os vinhos entram nas Adegas.
Os cogumelos, os tortulhos e os míscaros, com as primeiras chuvas, começam a espreitar nos pinhais.
É neste panorama que se vai iniciar o próximo mandato autárquico para os próximos quatro anos.
Embora de carácter local, as Autárquicas têm sempre uma leitura nacional. E não raro rolam cabeças!
Depois de uma campanha que em certos casos foi de muitos meses e não no período indicado de 15 dias, os candidatos procuraram dirigir-se ao eleitorado que temos, pois não há outro.
Todos se servem dos mais diversos métodos de comunicar. Será que a propaganda política resulta ?
À primeira vista parece que não, pois não tem conduzido à participação, não mobiliza o eleitor, já que a abstenção tem vindo a subir de eleição para eleição. Mas, as eleições Autárquicas ainda são as mais participadas ainda com uma abstenção inferior a 50%.
Os estudiosos das Campanhas Eleitorais, Os Politólogos, estrategas da Comunicação, interrogam-se e têm sérias dúvidas se os Cartazes, os Slogans vazios e indefinidos, encaixando em todos os partidos ( já que qualquer um os podia usar) têm impacto e efeito no eleitor.
As Campanhas eleitorais também entraram no mundo digital. Há porém o senão do eleitorado português que ainda vota, ser de um estrato social muito envelhecido, pouco dado às novas tecnologias.
Por sua vez, os jovens, desinteressados, votam cada vez menos.
A televisão é o alvo principal, mais para os grandes partidos que mais fácilmente têm acesso, para atingir as grandes Metrópoles.
A pandemia veio baralhar um pouco as campanhas, pois permite menos contactos físicos, menos abraços e beijos.

Quanto ao Governo, devia abster-se, pois a sua intervenção é sempre tendenciosa e baralha muitas vezes, intencionalmente, a Campanha, como aconteceu nestas eleições com a “Bazuca”, uma espécie de panaceia nacional. Intervenção deplorável.
Nas Autárquicas o foco principal é o Candidato, de Partido, ou Independente. Se é recandidato o tema é o que fez e não devia ter feito, o que devia ter feito e não fez.
Todos os Munícipes deviam participar na vida autárquica, no seu funcionamento e na sua vigilância.
Por isso a lei prevê que os eleitores, os cidadãos, possam participar nas reuniões das Assembleias e a Ordem de trabalhos prevê um período para a intervenção dos cidadãos, previamente inscritos.
Até nas Reuniões de Câmara, quando são públicas, os munícipes podem participar.
Há ainda uma prática corrente de o Presidente, ou um Vereador poderem atender os munícipes.
E quando as coisas funcionam mal há ainda o Livro de Reclamações.
Por sua vez a Junta de Freguesia é uma ponte com a Câmara.
Vistas bem as coisas, democraticamente, o Munícipe é que é o Titular do Poder.
O Presidente da Câmara não passa de um gestor ao serviço do Munícipe.
Nós, o Povo, é que verdadeiramente somos o dono do Poder.