As Curvas da Serra


Mangualde, no sopé da Serra da Estrela, rodeada ao longe por grandes montanhas, vive, estagnada, entre as curvas da serra.
Nos últimos anos, os gestores do Concelho preocuparam-se só com a gestão corrente de assuntos corriqueiros, imediatos, ficaram adormecidos e sem visão e sem estratégia.
Reduziram a Cidade e o Concelho a uma realidade diminuída, uma população cansada e sem esperança.
Merecíamos uma Cidade e um Concelho melhor, com outras oportunidades para quem vive aqui e condições para outros que queiram vir e se sintam seguros e com futuro.
Com um crescimento irrelevante Mangualde precisa de mais futuro que passado.
É preciso converter o desânimo em esperança, ter mais ambição e preparar um futuro melhor, mais promissor e mais igual para todos os que aqui vivem.
É essa esperança, essa ambição que todos nós esperamos após as recentes eleições para que haja mais futuro para todos nós que aqui labutamos e vivemos.
Vamos esperar para ver…
A politica e os políticos portugueses, desde sempre, foram criticados pela sua inação. Já vem do passado.
Leiam o que disse o Grande Escritor Camilo Castelo Branco sobre os políticos do seu tempo :- “ E temos os oportunistas, os despeitados, os cobardes, os enfatuados, os imbecis e os inúteis; a ambição que enxovalha, a inveja que morde, o ódio que envenena, o ridículo que mata; as mentiras convencionais”.
E mais recentemente o Escritor José Cardoso Pires, referindo-se àqueles que são escolhidos para a política :- Porque têm Padrinhos no céu, afilhados no inferno e purgatório, onde se junta toda a “maralha” dos conspiradores em “part-time”.
Há ainda os que vêm para destruir o que Almeida Garrett chamou :- “Miseráveis reformadores”.
De minha lavra acrescento mais duas categorias. Os “pavões” que se espanejam abrindo os leques de penas vistosas e os “alisbonados”, aqueles que rumam a Lisboa e esquecem as suas origens e compromissos.
Esquecem-se que o “Trono” tem tanto de fictício, como de efémero.
A borboleta queima-se na chama da vela!

António Fortes