Autárquicas em Mangualde

Realizaram-se no passado dia 26 de Setembro as Eleições Autárquicas.
Por ser Candidato à Assembleia Municipal de Mangualde, como Independente, nas listas da Coligação PSD/CDS-PP, para cumprimento da Lei, nas Edições do Renascimento, de 1 e 15 de Setembro, não assinei os Editoriais, nem saiu a minha fotografia no Jornal.
No entanto, decidi enviar uma carta pessoal aos meus conterrâneos de Fagilde, procurando interessá-los no acto eleitoral e pedir a sua reflexão sobre a quem entregariam o seu voto.
Não pedi os seus votos, porque os votos não se devem pedir, mas merecer.
E fica na consciência de cada um saber em quem deve votar.
Há pouco tempo tive o gosto de conhecer na Aldeia da Freixiosa, um habitante que se tem dedicado a desenvolver a sua terra, à sua custa, pelo muito amor que lhe tem. E saiu no Renascimento uma notícia sobre isso.
Visitei-o e fiquei deveras impressionado com tudo o que fez e muito mais porque nunca teve apoios de ninguém. Teve sim, críticas e questões judiciais, porque há sempre quem, por egoísmo, só pense em si.
Enviei-lhe a citada carta, para seu conhecimento e para ele ver que há muitas mais pessoas a pensar como ele. E, eu, sou uma dessas pessoas.
Respondeu-me com uma simpática mensagem.
Impressionou-me a mensagem, por ser bem escrita, ponderada e oportuna e pedi-lhe permissão para a publicar.
Publico-a agradecendo a sua amizade e também com certeza, o seu Voto.
“Caro amigo Antonio Fortes,
com um pouco de atraso de minha parte, obrigado pela sua bela mensagem.
Parabéns pela sua disposição e forte convicção de trabalhar pela sua terra.
Este país está precisando de gente assim, disposta a trabalhar em prol do bem comum.
Portugal é uma esquina privilegiada do continente europeu (e do planeta).
Aliás, por isso mesmo foi resgatado pelos “primos” europeus em 1986, como um morto-vivo, um náufrago à deriva num mar revolto. Foi resgatado pela União Europeia e, a partir daí, rios de dinheiro foram aqui despejados pelos contribuintes europeus, através dos chamados fundos comunitários, que permitiram a criação de modernas infraestruturas, modernização das cidades e uma enorme melhoria na qualidade de vida de seus cidadãos. E, assim, temos hoje um Portugal moderno, um lado “A” do país, integrado ao mundo desenvolvido e civilizado, um Portugal que, aos poucos, vai-se tornando “uma das caras da Europa”, o Portugal urbano, das rotas de turismo, das cimeiras e congressos internacionais, das mídias sociais, o Portugal para onde muitos querem vir passear, trabalhar e mesmo vir para aqui viver…
Portugal foi o Estado europeu que deu a largada ao ciclo das Grandes Navegações, abrindo as rotas marítimas que colocariam a Europa em contato permanente com outros povos, culturas e civilizações do Oriente e, depois, com os povos nativos das Américas, em especial da América do Sul. E, por isso tudo, deveria ser considerado mesmo um patrimônio histórico europeu e abraçado pelos europeus. Mas, por outro lado, Portugal tem também uma história um tanto sinuosa, o que lhe valeria também a qualificação de um país um tanto estranho… Portugal foi o país que saiu na frente (em relação às outras nações europeias) e chegou por último, pois, a partir de um certo ponto, perder-se-ia pelos caminhos da História. Mas isso é conversa que iria longe (entender as razões disso) e aqui o espaço é curto; ficará para outra oportunidade.
Mas só para concluir: temos ainda um lado “B” do país, aparentemente desconhecido, que são os espaços rurais travados, abandonados ou semi-abandonados, o Portugal das aldeias e entornos, um ambiente permeado pelo que chamo de uma certa cultura do atraso, que se apresenta através de várias facetas. E onde coisas um tanto estranhas acontecem, decorrentes de comportamentos e práticas nocivas de uns poucos indivíduos; práticas que, ao que tudo indica, vêm de longe e contam com o suporte do que chamo de uma certa Banda Podre do Judiciário, que se manifesta sorrateiramente através de tráfico de influência e mercantilização da justiça, ainda que isso possa estar contextualizado, ser específico, deste lado “B” do país. Naturalmente, tais coisas ou fatos só acontecem e repetem-se indefinidamente devido a uma dessas facetas, que é a indiferença da comunidade. E indiferença generalizada mata qualquer sentimento de comunidade e de pertencimento. Essas são questões importantes que precisariam ser trabalhadas no âmbito da Política, com coragem e determinação.
Mas, enfim, a nossa região está especialmente localizada, com bons ares, boas vistas panorâmicas e com a A25, o Caminho da Europa, passando à sua porta. Portanto, com vontade política, coragem e determinação haverá muito a se fazer por aqui para torna-la uma região referencia em Portugal e na Europa. Vamos em frente!
Não tenho partido nem ideologia. Voto naqueles que, no momento, considero os mais preparados para o exercício das funções a que se candidatam, sem extremos, sem radicalismos, sempre com uma crítica construtiva, com inteligência política, sem demagogias e falsos discursos, e tendo o bem comum, os interesses maiores do país e da sociedade como referência.
Nesta eleição em Mangualde (e por extensão, nas nossa aldeias Fagilde e Freixiosa) estou com Joaquim Patrício, o que inclui o amigo Fortes e o amigo Felipe. Portanto, fico torcendo pela vitória de vocês.
Um forte abraço.
José Costa.”