EDITORIAL 809 – 1/11/2021

Acabada a Campanha Eleitoral Autárquica, os eleitos tomaram posse, na Câmara, na Assembleia Municipal, Assembleias de Freguesia e Juntas de Freguesia.
Foi, como são sempre, campanhas aguerridas, com muitas promessas e com muito envolvimento e muita comunicação.
O Sec. XXI é o século da Comunicação Social para informar e difundir ideias.
E aqui entra a Publicidade e a Propaganda que são meios promocionais, mas que são diferentes.
A Publicidade serve para anunciar, é preferencialmente comercial já que pretende vender o produto.
A Propaganda visa outra coisa já que integra não só a divulgação, mas o pensamento, as doutrinas e as causas.
Visa acções que pretendem atrair seguidores, influenciar as pessoas a quem se dirige, não está ligada ao comércio, mas à Política e às Idiologias.
A Propaganda só se assemelha com a Publicidade, porque utiliza normalmente os mesmos meios. Mas, o fim da Propaganda é mudar atitudes e a adesão de pessoas.
É uma arte de empolgação que pretende o envolvimento das “multidões”.
E serve para construir uma imagem, agradável, insinuante e muitas vezes fictícia.
As palavras são escolhidas, o seu significado pouco importa, porque o que se pretende não é dizer alguma coisa, mas obter um determinado efeito.
E isto permite a mentira, a omissão, sendo muito difícil por vezes distinguir a verdade da mentira.
A Propaganda torna-se uma poderosa arma, por vezes perigosa, enganosa porque pode criar imagens falsas.
E repetidas vezes sem conta podem tornar-se, aparentemente, uma verdade.
Hoje, os Governos, as Autarquias entregam as suas campanhas a profissionais, a criativos que coordenam e traçam a estratégia da Comunicação.
A Propaganda não acabou com o período Eleitoral. Continua já que todos os Organismos políticos continuam a enviar à Comunicação Social, regularmente, o que fazem ou vão fazer. E a Comunicação Social publica e ajuda a construir a imagem da eficiência, da preocupação social e que muitas vezes não passa de intenções. E por isso é enganadora e perigosa.
Há inúmeros casos de aparatosos lançamento de obras, com toda a Comunicação Social presente, que nunca chegam a ser feitas.
O anunciante, falou, disse uma quantidade de palavras cheias de apelo emocional, obteve o efeito e depois sem um pingo de vergonha na cara deixa tudo como dantes.
E ninguém, nem a Comunicação Social, que foi enganada lhe pede responsabilidades.
Infelizmente é esta a situação de um País, que se despovoa, abandona o seu Interior, que cada vez mais se desertifica e que não dá a qualidade e as condições de vida que o Povo necessita.