EDITORIAL Nº 810-15/11/2021

A Lei de Murphy diz:- “ Qualquer coisa que possa correr mal, ocorrerá, no pior momento possível”.
Foi o que aconteceu com a reprovação do Orçamento do Estado no passado dia 27 de Outubro.
Não se esperava uma crise política ao sair da pandemia e no início do retorno económico.
Mas, aconteceu! Uma esquerda esgotada, uma “geringonça” desgastada levou à dissolução da Assembleia da República e a Eleições Legislativas antecipadas. Foi um casamento por conveniência que acabou em divórcio litigioso. A data das Eleições estão marcadas para 30 de Janeiro de 2022.
No fundo o interesse partidário sobrepôs-se aos superiores interesses do País.
Costa não se demitiu e com toda a sua habilidade vai fazendo a sua campanha eleitoral, que começou em pleno Parlamento e no momento em que chumbava o Orçamento.
Com o Orçamento do Estado para 2022 chumbado o país mergulhou numa incerteza e teve que se devolver a palavra aos portugueses.
E à ansiedade presente junta-se a do futuro, pois ninguèm sabe o que sairá das próximas Eleições.
Será que os Partidos de esquerda, que provocaram esta situação vão ser penalizados ?
Será que a Direita, toda em ebolição, em luta interna, estará pronta para subir a sua percentagem e até possívelmente ganhar?
A Direita resolveu dar razão ao cronista romano General Romando Galba, que ao entrar nestas terras à beira mar plantadas escreveu para Roma a dizer:- “ Há nos confins da Ibéria um povo estranhíssimo! Nem se governa, nem se deixa governar!
Entretanto, apareceram uns Dons Quixotes, cavaleiros andantes fora do seu tempo, a lutar contra moinhos de vento…
A política vive de confrontações e de negociações, mas em tempo certo e oportuno. Sem prejuizo da vida dos portugueses.
Portugal, politicamente, está como a Ilha de Palma. Há vulcões a rebentar por todos os lados.
Temos que aguardar o veredito popular!
Se a Esquerda não se entendeu agora, será possível entender-se depois?
Fazer futurologia é muito difícil porque o eleitorado não raras vezes nos surpreende.
Ao olharmos para a Europa de hoje, a que pertencemos, vemos que vai no sentido de Governos minoritários, já que nenhum partido consegue obter uma maioria.
Até a poderosa Alemanha, com a saída de Merkel vai governar em coligação.
Na Bélgica há sete partidos, na Itália seis, na Finlândia quatro, e nos restantes, Dinamarca, Irlanda e Espanha só é possível governar em coligação.
Nos próximos três meses muita coisa poderá acontecer. Pode agravar-se a pandemia e acentuar-se a crise económica. A crise energética está à espreita!
E pode ser que tudo corra bem.
Resta esperar para ver!