lendas, historietas e vivências

Nesta altura embora tenhamos necessidade de nos mantermos actualizados em relação ao que se vai passando no planeta, já não consigo digerir mentalmente as atrocidades de que o cérebro humano é capaz….Quem conhece um pouco de História sabe que desde Caim e Abel ficou traçado o rumo. Mas, linearmente, recuando para os Homnídeos, ocupantes das cavernas, tentando dar os primeiros passos no sentido da “civilização”, concluímos que as pegadas que deram tortas nunca se endireitaram. E por isso a evolução foi decorrendo sempre desequilibrada – endireita aqui, já se torce ali, remenda-se um buraco logo ao lado se abre outro. Estou aqui a discorrer ligeirinha sobre as reflexões e meditações a que sou levada pela dramática situação que está a ser vivida por uma população que, com certeza, vivia o seu dia a dia mais ou menos tranquilo e de um momento para ou outro, pela loucura que emana de massas encefálicas podres, ficam de rastos, na miséria, ou às centenas ou milhares perdem a vida…..Porquê, tudo isto ?….tantos de nós questionamos.!!! E daqui sou levada a recuar no tempo, tanto tempo! Quando em 45 soavam por aqui os ecos da 2ª grande guerra…. Não ouvíamos canhões, nem a passagem dos obuses… nem o barulho das derrocadas, mas ouvíamos o lamentar das pessoas que não andando na frente de batalha lutavam para conseguirem um pouco de alimento para si e para os seus quatro, cinco, sete, dez filhos…. Nessa altura nasciam bastantes crianças e muitas acabavam por morrer, por desnutrição, por falta de cuidados médicos, por tudo. Por frio !!!..um calçãozito de riscado preso com um alça sobre a camisita de pano liso e manga curta ! Aquecimento ?!! !! ….era o que havia !.Os invernos ,ao tempo, eram normalmente rigorosos….muitos dias de neve, muitos de chuva e ventos gélidos. Caiam as gripes, seguidas das pneumonias e tuberculoses fatais…alguns resistiram… Quem tinha a sorte de ter relativamente perto uma escola primária, os pais ainda procuravam cumprir a” lei” – aprender a LER e A ESCREVER….já era tão bom! “ “o meu filho ou filha sabe ler e escrever “que galardão ! Mas muitos por lá passavam e não conseguiam… “o meu filho foi pra resina…o meu anda com as ovelhas…o meu é serrador…o meu teve sorte é pedreiro, ou o meu arranjou um empreguinho “limpo e certo “sempre dá para o pão !… Um emprego que facultava uns tostões certos ao fim do mês já era “importante” e então já era o empreguinho. Tenho estas memórias do que vi acontecer nesses anos de Guerra e transponho para as Guerras de hoje…porque, afinal, parece que os homens não sabem viver sem guerras…físicas ou psicológicas com todas as avalanches de desgraças que arrastam…O SER DESUMANO empedernido … má sorte!