NOVA ÉPOCA TURÍSTICA SOB A VISÃO
DE JORGE REBELO DE ALMEIDA

Dr. Jorge Rebelo de Almeida
O Dr. Jorge Afonso Campos Rebelo de Almeida, é hoje, em Portugal uma voz que tem de ser ouvida e respeitada, pelo peso que tem na Hotelaria Portuguesa.
Advogado, Empresário, Jorge Rebelo de Almeida é o Presidente do Grupo Vila Galé, o segundo maior Grupo Hoteleiro Português, presentemente com 31 Unidades Hoteleiras, e seis concessões, sendo 27 em Portugal e 10 no Brasil.
O seu sucesso, apesar dos períodos muito difíceis que passamos, deve-se principalmente à qualidade do seu produto e ao profissionalismo dos seus colaboradores.
E mesmo em pandemia, não parou, investindo em novas Unidades.
O Grupo Vila Galé é uma referência na Indústria Hoteleira e é a 182ª maior empresa Hoteleira do Mundo.
Este ano de 2022, após dois anos de pandemia, que provocou o maior descalabro na Indústria Hoteleira, o Jornal Renascimento quis ouvir a voz que mais pesa na apreciação do novo ano turístico e a sua opinião sobre a indecisão do novo Aeroporto de Lisboa.

1 - O Verão de 2022 está a mostrar-se particularmente prometedor com grandes ocupações e reservas.
Pensa que é o  arranque de uma nova era turística ?
Claramente estamos perante a retomada desta importante atividade e o turismo volta a ser  um dos motores da nossa economia.
Bom seria para o turismo e para o país que outros setores da atividade económica evoluíssem em paralelo e ao mesmo ritmo e fossem implementadas as reformas necessárias a dar um salto de crescimento
Na verdade o Turismo o que precisa é de crescer mais em qualidade e receita do que em quantidades massivas num país equilibrado e harmoniosamente desenvolvido.
 
2- O arrastamento da construção de um novo Aeroporto na Área de Lisboa e o congestionamento do actual, têm sido um travão ao desenvolvimento turístico.
Qual seria a melhor solução para o problema?
O arrastamento por décadas de uma solução para o Aeroporto Internacional de Lisboa é um tema que a todos envergonha e que pode prejudicar gravemente. O caos do aeroporto não tem porém necessariamente que ver com soluções para o novo Aeroporto complementar ou alternativo à Portela.

“Claramente estamos perante a retomada desta importante atividade e o turismo volta a ser  um dos motores da nossa economia.”

Apesar de todas as dificuldades nos hotéis preparámo-nos para a retoma do turismo que foi mais intensa do que se esperava, o que veio demonstrar a vitalidade e força desta atividade económica do país.

O  Aeroporto pode melhorar muito em várias frentes:
1 – No SEF que precisa de solução para o problema criado com a sua extinção que deveria ter sido acompanhada da implementação de uma alternativa.
Entretanto, já deu sinais de melhoria mas a necessitar de uma solução consistente e de futuro.
2 – Na reorganização urgente do Aeroporto e lançamento das obras programadas há tempo (bom teria sido durante a pandemia) para uma melhoria funcional e melhor aproveitamento de espaços.
3 – Urgente reorganização da TAP c/ reforço das suas equipas de pessoal pois é aqui que está grande parte do problema dos cancelamentos.

“O caos a que temos assistido é demolidor para a n/ imagem turística.”

E estas medidas não podem esperar 1 ano, têm de ser imediatas sob pena de inviabilizarmos não só a TAP mas a recuperação do turismo nacional c/ efeitos devastadores.
O caos a que temos assistido é demolidor para a n/ imagem turística.
Resolvidos no curtíssimo prazo estes problemas é que se coloca a questão do novo Aeroporto, pois se tal não acontecer o mesmo pode não ser necessário.
Hoje com as perspetivas de futuro a Portela + Montijo não poderá nunca constituir uma alternativa por 2 razões:

  • porque é limitada mesmo junto c/ a Portela em termos de médio longo prazo
    -  porque se houver legislação comunitária que venha a impedir aeroportos dentro da cidade e que decrete o fim da Portela ficamos sem solução.
    O Montijo não é solução a prazo e é por isso um desperdício.

O ideal seria:

  • Manter a Portela até ao limite máximo com melhoramentos sucessivos. A Portela é óptima para o turismo e para os cidadãos.
  • Tomar uma urgente decisão final com abrangência política.
  • Aproveitar os estudos de impacto ambiental que foram aprovados para Alcochete e trabalhar sobre eles e na avaliação estratégica c/ recurso ao LNEC.
  • Projetar uma solução expansiva em várias fases que sempre ficaram em carteira para o que der e vier
  • Não sendo possível encurtar o prazo,  enxertar a solução intercalada do Montijo que aprova o custo total mas que no caso de a TAP perder o HUB de Lisboa poderá ser bem mais duradouro.
     
    3- O Grupo Vila Galé, mesmo durante a crise, não parou. Continuou a criar novas unidades e postos de trabalho.
    Que planos para o futuro da Vila Galé?
    Melhoria de carreiras e condições para os n/ colaboradores.
    Acabámos de abrir um grande Resort em Alagoas c/ 513 Apartamentos, 7 Restaurantes e Bares, Centro de Convenções, Boate, SPA, Superclube do NEP Kids com parque aquático, etc.
    Em Portugal temos em curso 4 obras – S.Miguel Açores, Tomar e 2 em Beja.
    Em projeto e aprovação várias outras unidades para Portugal e Brasil.