Euros que caem do céu


Num ano de seca severa, são anunciadas quebras entre os 40% e 50% em algumas culturas como o vinho, o trigo, a azeitona, a pêra rocha, a maçã, entre outras, distribuidas por todo o país.
A chuva é tão bem vinda pelos agricultores como se fossem euros a cair do céu.
Em alguns casos, a temperatura excessiva da primavera fez com que as flores não vingassem, noutros, chuvas fortes e granizo arrazaram culturas. À quebra da produção, juntou-se a seca severa que alterou as colheitas, diminuiu o calibre dos frutos e consequentemente a rentabilidade da produção, impedindo até a colheita mecânica em alguns casos.
No olival, depois de um ano em que o sector quase colapsou com o excesso de produção de azeitona, segue-se um ano de contra-safra com a seca a agravar a quebra na produção, com perspectivas pouco animadoras. Também na vinha se sentem os impactos da seca. A chuva torna os bagos mais pesados e equilibra a maturação do fruto. Será igualmente um mau ano nas regiões mais afetadas.
Em anos de seca, as pequenas explorações de sequeiro são as mais penalizadas. É preciso criar estruturas de regadio que permitam aos agricultores atenuar os efeitos das alterações climáticas.
A contrariar a tendência, espera-se um ano muito bom na produção de frutos secos, o que reflete o investimento efetuado nos ultimos anos e consolida a posição de Portugal como o quinto maior produtor de frutos secos da europa. Secas à parte, verões quentes e secos e invernos amenos e húmidos fazem de Portugal um país muito competitivo na cultura da grande maioria de frutos secos, sobretudo em sistemas de regadio, apresentando excelentes produtividades. Espera-se que Portugal seja auto-suficiente já em 2023.
A produção de noz, amêndoa, avelã, pistácio e castanha está em franco crescimento, principalmente pela sua importância a nível económico e valor nutricional. Fazem parte da dieta mediterrânica e respondem à crescente procura de produtos 100% naturais e saudáveis.
E para quem este ano tem excesso de frutos secos, segue uma receita não tão saudável, mas deliciosa: Bolo de nozes e amêndoas
Batem-se 6 gemas com 10 c. sopa de açúcar até ficar em gemada. Juntam-se as claras em neve, ligam-se e misturam-se 40 nozes e 40 amêndoas que foram previamente raladas juntamente. Por fim, 2 c. sopa de farinha. Vai ao forno em tabuleiro untado de manteiga e coze em fogo muito brando. Desenforma-se sobre um pano e depois de frio pode ser recheado com o seguinte creme: 1 c. sopa de manteiga batida com 1 c. sopa de açúcar e uma clara em castelo no final. E se a ocasião for de festa, enfeita-se o bolo com glacé branco, meias nozes e contas prateadas.