A importância da alimentação na saúde


Longe vão os tempos, cuja sabedoria culinária era domínio da matriarca da família. Receitas decoradas na memória, cuja medida era à mão, os ingredientes eram guardados a setes chaves até à passagem de testemunho, sendo que o clã sabia que em momentos de aflição, era a sopa da avó\ mãe\ tia, que confortava e recuperava o sofrimento.
De fato, existem guias de ervanária datados do Sec. XVI em Portugal, que evidenciam a confeção de tisanas, caldos ou apenas cozedura de ervas para remediar diversas maleitas e passo a citar, “o caldo de couves com galo velho, que sara a cólica e dores de tripas, é muito proveitoso para a pedra dos rins e achaques do fígado e baço” ou a salsa, que adicionada ao caldo de galinha “é de grande proveito às paridas”, frases eruditas retiradas do trabalho “De caldos esforçados e receitas para doentes. Culinária e Saúde no Portugal Moderno (sécs. XVI e XVII)” realizado POR João Pedro Gomes (URI:http://hdl.handle.net/10316.2/45231)
A pureza do vocabulário antigo, é conotada de rústica e simplória, para os ouvidos mais sensíveis, já habituados aos estrangeirismos, e ao “porreiro, pá!”, tão diário nos diálogos, no entanto a crueza das palavras é bem esclarecedora do seu significado. Assim eram as pessoas nesses tempos, cuja utilidade era mais valiosa do que o aspeto, e não era necessário ser chef ou nutricionista para saber que uma boa refeição era remédio para muitos males! Marias Lurdes Modestos e Filipa Vacondeus, donas de casa que traziam os cozinhados para a televisão, sabiam embelezar o prato e falam das histórias à volta da comida e a saúde, esse bem tão precioso. Agora chefs e nutricionistas (outrora chamadas de dietistas…), elaboram pratos com pinças e sprays, que mais parecem umas obras de arte, do que umas refeições para serem saboreadas!
Ter uma alimentação adequada a cada faixa etária é essencial para uma boa saúde, quer no desenvolvimento físico e mental (crianças), quer na estabilização de doenças crónicas (idosos), e isso já a minha avozinha sabia! (E nem a 4ª classe tinha…)
A alimentação é o suporte para uma boa recuperação física, especialmente quem padece de feridas crónicas, deverá saber que um aporte vitamínico é meio caminho andado para cicatrizar aquela chaga que domina há meses as pernas ou pés. As vitaminas são essenciais para uma boa cicatrização, assim como o zinco e selénio têm evidência demonstradas para a construção de tecido de regeneração, no entanto cada caso é único e deverá ser acompanhado por um profissional de saúde, antes de iniciar qualquer suplemento. Porque os tratamentos só podem ser eficazes, se todos colaborarmos! Por isso coma bem, para se sentir melhor!