EDITORIAL Nº 833 – 1/11/2022

O silêncio dos políticos
Diz o nosso povo: –“ O silêncio é de ouro!”
Sem silêncio não há palavras! A palavra brota do silêncio, do pensar!
Mas, o silêncio não é o vazio. O silêncio é o tempo da concentração, da escuta atenta, da meditação.
Por isso, quando um politico faz silêncio, não responde ao que se lhe pergunta, esse silêncio “é de chumbo”.
Porque há silêncios que são tão ruidosos, que se tornam insuportáveis, mesmo intolerantes! Porque ouvimos o ruído que esconde o silêncio!
A Democracia não se esgota, nem se resume a um acto eleitoral.
É pelo contrário uma luta constante pelo bem estar das populações na defesa dos seus interesses e preocupações.
É bom que os Governantes, todos, saibam que não são os donos do território, senão os servidores das suas gentes; a terra pertence a quem nela vive. É um direito que lhes assiste!
Por isso os políticos têm de falar, dar explicações.
Mas, infelizmente, quando falam, o significado das suas palavras pouco importa, porque o que se pretende com o que dizem , não é dizer alguma coisa, mas obter um determinado efeito.
Na linguagem dita política, o que quase sempre encontramos é a mentira, a omissão e muitas vezes, por manipulação é muito difícil distinguir a verdade da mentira.
Estes métodos, estas atitudes estudadas, esta demagogia, torna-se uma poderosa arena, pois vai criar imagens falsas.
O Padre Jesuita Gabriel Malagrida, que viveu no Sec. XIX, tornou-se tão conhecido que Stendal autor do Romance o “Vermelho e o Negro” o cita nas suas páginas.
E dizia o Padre Malagrida :- “ Deus deu a palavra ao Homem para este esconder os seus pensamentos”!
Mas, a repetição, vezes sem conta duma mentira, não se tornará nunca numa verdade.
É por isso que os políticos se descredibilizam. Hoje já poucos acreditam no que dizem.
Há políticos que se acham cima de tudo e de todos ! E quando se comportam assim, significa que o seu fim está próximo.
A borboleta esvoaça à volta da vela, mas queima-se, morre, na sua chama!