JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE

Portugal acolheu, de 1 a 6 de agosto, a Jornada Mundial da Juventude (JMJ). O maior e mais impactante evento realizado em Portugal, que juntou 1,5 milhões de pessoas vindas de todo o mundo.
Maria de Nazaré é a grande figura do caminho cristão, que nos ensina a dizer sim a Deus e foi protagonista desta edição da JMJ. «Maria levantou-se e partiu apressadamente», foi a citação bíblica escolhida pelo Papa Francisco como lema das JMJ que tiveram lugar no nosso país. Aquela que, de acordo com o Papa Francisco, foi a “melhor preparada” das quatro jornadas a que presidiu, deixando um agradecimento ao Cardeal-Patriarca de Lisboa, D. Américo Aguiar e a todos os voluntários por terem “trabalhado tanto e bem” e tornado “possível estes dias inesquecíveis”. “Mais do que trabalho, o vosso foi um serviço, obrigado!”..
No seu balanço da JMJ, o Presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa incluiu o “sinal de esperança, a mensagem de esperança do Papa, de juventude, de futuro”, que considerou “espetacular, porque é aquilo que o país precisa, mas o mundo precisa, e a juventude tem direito a isso”.
Marcelo Rebelo de Sousa afirmou ainda que a JMJ foi “um grande sucesso para Portugal lá fora”, realçando também a “grande projeção cá dentro”, com uma “mobilização muito grande de todo o país”.
Renascimento, esteve presente em Fátima, onde no dia 5 de agosto, o Papa Francisco rezou o terço, inserido no programa da Jornada Mundial da Juventude.
Uma multidão de mais de 200 mil pessoas enchia o recinto do Santuário, alguns a “guardar lugar” há vários dias.
Depois do sol ter nascido, o entusiasmo para ver o Papa Francisco era grande e à medida que a hora prevista para a sua chegada se aproximava, maior era o alarido entre os peregrinos.
Por volta das 8h30, o helicóptero EH-101 Merlin da Força Aérea Portuguesa, especialmente adaptado para transportar o Papa Francisco, chegou a Fátima, e antes da aterragem, para alegria de todos, sobrevoou e deu duas voltas pelo recinto do Santuário. Depois, a curta viagem entre o heliporto e o Santuário de Fátima realizou-se no ‘papamóvel’, que à sua passagem tinha uma enorme multidão de fiéis. Já na avenida do Santuário, eram dadas muitas bênçãos, cumprimentos, acenos, beijos e abraços às crianças que foram sendo passadas pela equipa de segurança.
Depois do terço, recitado em várias línguas, ao qual assistiram na capela jovens com vários tipos de deficiência, estando também presentes jovens reclusos, do Estabelecimento Prisional de Leiria, o Papa Francisco disse que “a Igreja não tem portas para que todos possam entrar” e reafirmou que é um espaço para todos. “A Capelinha onde nos encontramos constitui uma bela imagem da Igreja, acolhedora, sem portas. A Igreja não tem portas para que todos possam entrar. E aqui, também, podemos insistir que todos podem entrar, porque esta é a casa da Mãe”, disse Francisco, referindo que “uma Mãe tem sempre o coração aberto, para todos os filhos, todos, todos, todos, sem excepção”.
Foi um discurso curto e improvisado para logo a seguir, o Papa voltar a abandonar lentamente o Santuário, cumprimentando os jovens com deficiência pelo caminho.

AINDA AS JMJ (JORNADAS MUNDIAIS DA JUVENTUDE)
TESTEMUNHO:
(Texto enviado pelo Whatsapp, ao casal Glória e Carlos, pelos jovens espanhóis da cidade de Segóvia, que acolheram).
Javier Benito, Samuel Bravo, Victor Gómez, lan Aragoneses
Este é um texto que serve para agradecer mais uma vez todo o esforço que vocês fizeram por nós os 4: Javier, Samuel, Victor e lan.
Desde o primeiro dia tudo foi fácil graças a vocês. Pela nossa parte, viemos a viver uma experiencia nova da qual nada sabíamos por dentro e ao principio não sabíamos exatamente como seria a família de acolhimento e a verdade é que não podemos estar mais orgulhosos de como tem corrido. Acho que estou falando dos 4 em que escolheríamos vocês mil vezes com host family novamente para absolutamente tudo.
A realidade é que nos têm dado muitas felicidades, sobre o que queríamos ao pequeno almoço, se estávamos confortáveis, como tínhamos dormido, se precisávamos de alguma coisa… Para além das vezes que nos acompanharam nas festas, e sempre estiveram ao nosso lado. Tudo parece tácil, mas tem um mérito incrível. Como se não bastasse, a comida estava deliciosa, mas incrível, meus mais sinceros parabéns, nunca comi arroz assim na minha vida e duvido que possa ser melhorado, e o esparguete estava muito, muito bom, tudo excepcional.
Só tenho a agradecer por tudo e o melhor de tudo é que não voltámos conhecendo apenas uma família adotiva, mas uma família de verdade, em todos os sentidos, estamos muito felizes com isso…
Há 12 anos, nas JMJ em Madrid a minha avó queria receber os jovens, mas meu avô não via isso com muita clareza.
Graças a vocês e embora não saiba se continuarão em outra JMJ em Espanha, se acontecer certamente receba crianças de outros países assim como vocês. É um gesto muito simpático e que nós os 4 levámos sempre connosco.
Um grande abraço dos 4 para a Glória e para você Carlos.
Espero que dê tudo certo e não percamos o contacto.

A experiência das JMJ
Há umas semanas atrás, fui uma das jovens privilegiadas participante nas JMJ (Jornadas Mundiais da Juventude). Foi um evento católico tão grandioso que juntou cerca de milhão de jovens vindos de todas as partes do mundo, todos reunidos por um único objetivo: celebrar a fé em Deus.
Considero ter sido uma experiência única, visto que foi no nosso país (Portugal) e porque talvez não terei a oportunidade de a repetir. Foi de facto incrível ver tanta gente em silêncio a ouvir o Papa Francisco, com tanta atenção e foco. Acho que é isso o verdadeiro fundamento das JMJ, estarmos todos juntos pela mesma causa e fortalecer as ligações com Deus, de maneira a que seja possível tirar conclusões e tornarmo-nos melhores pessoas. É indescritível o sentimento que me percorria de cima a baixo no dia da Via Sacra, enquanto o Papa discursava e todo um espetáculo bastante dinâmico decorria, só sei que nunca estive com o olhar tão fixo como naquele dia. Não queria perder absolutamente nada. Foi tanta emoção que a partir de certo momento só me lembro de chorar. Era uma sensação de leveza e tranquilidade nunca antes sentidas. Foi nesse dia que talvez me tenha apercebido que Deus é mais do que ir à igreja todos os domingos, bem mais que isso.
No último dia, o da Vigília, pelo facto de não ver sequer o palco e consequentemente o Papa Francisco, não foi tão marcante para mim, mas mesmo assim, pelas experiências que vivi nesses momentos e com as pessoas com quem tive o privilégio de os partilhar, o meu grupo da JMV (Juventude Mariana Vicentina), guardo muitas memórias marcantes. As JMJ foram muito mais do que ver apenas o Papa e rezar, sendo sincera, foi uma semana de convívio e conhecimento, tanto dos outros como de mim mesma. Não podemos esquecer que somos jovens, por isso as JMJ jamais poderia ser somente ouvir o Papa a falar e orar a Deus, por isso tivemos também momentos de bastante diversão. Apercebi-me também que o Papa teve o cuidado de ter um discurso rápido e “adaptado” aos jovens, para que conseguíssemos reter e por em prática as palavras e os apelos dele.
A nível de alojamento e transportes, considero que, dada a situação e a grande quantidade de pessoas presentes em Lisboa, foi tudo bastante tranquilo. Fiquei alojada com o meu grupo na Escola Básica da Boa Água, na Quinta do Conde, em Sesimbra, ou seja, na Margem Sul, algo que até foi bastante bom, uma vez que não havia tanta confusão. Todos os dias levantáva-mo-nos por volta das 6:00, 6:30 da manhã para ter tempo de tomar banho (este foi um dos problemas, visto que havia fila desde cedo e a água era gelada, porém, não foi nada de outro mundo), tomar o pequeno almoço fornecido pelos voluntários presentes no exterior da escola, para depois apanhar o autocarro por volta das 8:45. Depois apanhávamos o comboio na estação de Coina, e a partir daí decidíamos o destino do dia. Os dias eram sempre muito corridos, só parávamos quando, finalmente, chegávamos à escola, sempre entre a 00:00 e as 2:00 da manhã.
Para termos acesso ás duas refeições disponibilizadas por dia, tínhamos um código QR, o que tornou mais fácil e rápido todo o processo. Em relação à alimentação não tenho do que reclamar, a minha experiência até foi bastante positiva.
Para concluir, adorei vivenciar esta incrível experiência. Convivi bastante com pessoas de outros países, o que permitiu conhecer melhor outras culturas e a sua opinião sobre o nosso país, que impressionantemente eram sempre positivas.
Foi uma semana repleta de correria, adrenalina, calor e sono, mas não me arrependo de absolutamente nada, pois quando é para celebrar Deus, a vida e a fé, nada mais importa.
Raquel Correia Teixeira