Abrunhosa-A-Velha dos Anos 50


Até à década de 50 do século passado, Abrunhosa-A-Velha era uma Terra densamente povoada. Aos Domingos havia bailes em todos os Largos, ao som do Realejo. Nas cálidas noites de Verão, as Ruas enchiam-se de Pessoas sentadas à Porta de Casa em amena cavaqueira, sempre acompanhada do bom Tinto que aqui era produzido. As Tabernas estavam cheias de Homens, jogando cartas ou dominó e, na Rua jogavam a malha. No velho Campo da Portela, onde hoje é o Bar e Parque de estacionamento, disputavam-se grandes jogos de Futebol, apesar das péssimas e reduzidas condições do retângulo. A partir dessa altura, começou a debandada à procura de melhores condições de vida. Primeiro para o Brasil, seguindo as pégadas de Pedro Álvares Cabral, onde muitos se instalaram, criaram os seus negócios e fizeram vida. Depois na década de 60, foi a saga para França (muitos a salto, com todos os riscos que isso comportava)e Alemanha, onde ainda parte deles se encontram, outros já partiram e alguns regressaram já aposentados. Hoje recordo, as gentes que residiam na Rua onde passei a minha Meninice em casa de meus Avós Belmiro e Isabel (Rua da Baltareira). Na primeira casa em frente ao Largo, vivíamos Eu e meus Avós, depois a Tia Ricardina, Tia Ana, Tia Patrocínia e Ermelinda, Ti Zé Magina Tia Gracinda e os filhos Ália, Zeca, Isabel, Manuela e Ana Maria, o Ti António Pais ( Pardal) e Tia Bárbara, O Ti António Pais, Tia Beatriz e os filhos, Fernanda, José e António, a Tia Maria da Laura e os filhos Fernando e Deolinda, o Ti João Cunha ( Forneiro) Tia Amélia e filha Fernanda e o Ti Artur Catrino  e mulher Tia Ana. Do outro lado, o Ti Agostinho e Tia Aninhas, Ti Alfredo,Ti Zé Naaita e Tia Delmira, Ti João (Gaio), Tia Ana e filhos Manuel ,Cecilia, Joaquim e António, Ti José Cunha ( Forneiro) Tia Beatriz e filhos António, Fernanda, Zé Taputa, Luzita ( de bata branca na Farmácia) e Tia Teresa, Ti Joaquim Mineiro, Tia Maria e filhos, António. Maria e Isaque,Ti Daniel, Tia Lurdes e filhos Óscar e Fernando, Ti Eduardo ( Peras), Tia Laura e filhos Helena, Zé Luís, Eugénio e Fernanda e na esquina a Tia Amélia Catrina. Hoje nessa Rua Moram uma dúzia de pessoas.É assim!…As Aldeias estão despovoadas para nossa tristeza. Restam-nos as saudades desses Tempos, em que os parcos haveres materiais, eram compensados  pelos valores da amizade, companheirismo e espirito de entreajuda, tínhamos pouco, mas éramos felizes. Por hoje ficamos por aqui!…Um bom resto de Dia… Sejam felizes…