EDITORIAL Nº 667 – 1/8/2015

SR

Caro leitor,

O Presidente da República falou ao país para transmitir a data das próximas eleições legislativas, que se irão realizar a 4 de outubro deste ano. Expressou, nesta ocasião, a sua preocupação face à possibilidade de um partido não obter a maioria absoluta, afirmando ainda que não permitirá a posse de um governo sem que a maioria parlamentar esteja assegurada. Ora, teremos inevitavelmente de concordar. Com a instabilidade económica, tolerou-se a instabilidade política. Por ela decorreram vários episódios, de nome Passos, Gaspar, Portas e afins. Não tivesse sido instaurada a urgência de resposta à crise económica europeia e nacional, a falta de maioria política teria conduzido a mais episódios políticos do contra, como parte de autênticas campanhas durante o mandato vigente. Como no passado. Não se querendo brincar aos governos, permita-se agora a posse em maioria. Quem quer governar, que assegure um governo.
Portugal não poderá agora tolerar de maneira alguma a instabilidade política que nos caracterizou na história. Os sacrifícios que nos foram impostos, não poderão agora perder valor no meio de discursos prometedores. A seriedade política terá de estar na boca dos candidatos e a sustentabilidade financeira das promessas terá de ser um factor de decisão. Votar é um dever cívico e é este exercício que nos dá responsabilidade partilhada pelo estado, e também ao que o estado chega. A abstenção é assiduamente a candidata com mais votos. Chega a ser um desrespeito face à democracia. Igual número de votos em branco seria uma posição muito mais vincada se e quando há descontentamento por parte do eleitorado. Não escreva no boletim estragando o seu voto, mas sim vote em branco. 50% de votos em branco seriam o maior altifalante de qualquer manifestação realizada até à data. Teria de ter implicações na tomada de decisão. Vamos todos votar com dignidade para um dia não termos de nos lamentar que a democracia está na mão de poucos. Sejamos participativos no futuro do país e das nossas comunidades. Demos valor à democracia que tanto tem sido abalada.

Aproveito esta oportunidade para desejar a todos os leitores, colaboradores, assinantes e anunciantes umas boas férias e bom trabalho aos que não as terão.
Voltamos no dia 1 de setembro.

Abraço amigo,