«Mangualde, o nosso património!»:

NOSSA SENHORA DO MONTE, OU DA CABEÇA

– SÍTIO PRIMITIVO DO MOSTEIRO DE MACEIRA DÃO?

MANGUALDENSES FICAM MAIS PRÓXIMOS DO PATRIMÓNIO DO CONCELHO

A campanha da autarquia mangualdense, «Mangualde, o nosso património!», continua a dar a conhecer o vasto património do concelho. Para aproximar a população do património mangualdense, em novembro, o destaque vai para a «Nossa Senhora do Monte, ou da Cabeça – Sítio primitivo do Mosteiro de Maceira Dão?»

 

Nossa Senhora do Monte, ou da Cabeça – Sítio primitivo do Mosteiro de Maceira Dão?

Alpendurada no cimo do monte, tendo a seus pés o Real Mosteiro de Maceira Dão, vê-se a Igreja de culto mariano de Nossa Senhora do Monte e que, por mercê das curas feitas pela Imaculada Senhora às maleitas de cabeça dos fiéis que a ela acudiam, viu, paulatinamente, mudado o seu nome para Senhora da Cabeça.

O edificado transporta-nos para o estilo barroco do século XVIII, belo na sua gramática ornamental, com monumental e esplendoroso requinte decorativo do portal principal. É na fachada nobre que concentra, aliás, a sua extraordinária riqueza artística.

A arquitectura do templo, a planta e demais soluções fazem crer que a sua edificação se situará nos finais do século XVII, finalizando-se, pelo menos, até à primeira década da 2ª metade do século XVIII, conforme sugere a gramática decorativa do exterior.

Inventariado em 1716, Frei Agostinho de Santa Maria refere que a sua primitiva construção se deverá aos primeiros monges Benedictinos, por volta do ano 900, constituindo assim o primeiro convento naquele sítio, e que mais tarde, por volta do ano 1100, terá sido abandonado para dar lugar ao mosteiro cisterciense que abaixo lhe fica, por permitir maior expansão habitacional.

Diz ainda aquele frade, em tom de justificação: “(…) e em memoria de haver no monte estado o primeyro Convento, costumàrão ir os Religiosos em todos os Sabbados pagar à Senhora aquelle devoto obsequio.”

Dando como certos os relatos de Frei Agostinho de Santa Maria, a actual Igreja do século XVIII mais não é que uma reedificação no sítio do velho e primitivo mosteiro: “Esta Ermida jà parece obra moderna, & reedificação da primeiyra”. Só a Arqueologia poderá corroborar ou desmentir as palavras de Frei Agostinho de Santa Maria. 

António Tavares

Gabinete de Gestão e Programação do Património Cultural

 

Com esta campanha todos ficam mais próximos do vasto esplendor patrimonial do nosso concelho. Nesse sentido, continua a ser colocada, em vários pontos de encontro do concelho, informação sobre o monumento/património apresentado. O património material e imaterial vai sendo apresentado consoante a categoria com a qual foi classificado: arqueologia, pelourinhos, fontes, palacetes e religiosos, bem como outros bens patrimoniais. Cada categoria será representada por uma cor que a distingue das restantes.

Foram já vários os bens patrimoniais destacados por esta campanha nos últimos dois anos. Em 2015, continuamos a aproximar a comunidade de todo o nosso património, tendo sido apresentada ao longo do ano, a Igreja de São Tomé de Cunha Baixa, o Fontenário dos Seabra Beltrões, em Cassurrães, o Penedo da Cruz, em Póvoa de Cervães, Vila Cova de Tavares…1663, a Capela dos Cabral Pinto – Cassurrães, a Ponta da Barca, a Igreja de Santiago de Cassurrães e as mais recentes Sepulturas medievais de Maceira Dão.