TEMPO SECO

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A Magia das Cinzas (IV)
Numa ajumentada iniciativa, de quem nada sabe sobre os reais problemas da floresta portuguesa, o Governo decidiu legislar sobre a criação de um banco de terras, que passará a integrar os terrenos privados sem dono reconhecido. Esta iniciativa governamental, igual a tantas outras de cariz idêntico, que não visa resolver problema algum, mas tão somente dar origem a mais uma “instituição de caridade” altamente politizada, para dar guarida a mais uns quantos desocupados do costume; porquanto a prevenção natural dos incêndios é feita através da remoção da biomassa da floresta e não pela titularização da propriedade.
Na realidade, a remoção e o aproveitamento, industrial ou não, da biomassa é uma tarefa tão diversa e gigantesca, que deve ser organizada por gente com elevada capacidade técnica e audácia, sendo necessária a intervenção duma investigação idónea, capaz de remeter a diversidade das espécies, para o destino mais útil e rentável, para cada uma delas. Se é certo que o seu aproveitamento é essencialmente energético, existem algumas espécies que poderão ser conduzidas a várias, outras, aplicações. As universidades poderão dar um contributo muito válido, no estudo dessa seleção.
Este é um projeto, ou projetos, mais estruturantes, que desafiam a nossa capacidade intelectual e criativa. Com ele poderemos resolver, toda a problemática do desemprego em Portugal, pondo a trabalhar toda a gente: os que querem, e os que não querem… Os israelitas transformaram uma vasta área de deserto, em terrenos altamente produtivos. A nossa tarefa não é tão dantesca como a deles. Infelizmente não podemos contar com nosso poder político para esta tarefa. O poder político em Portugal é demasiado básico, oportunista, inconsistente e ligth, que em nada ajuda, mas só atrapalha. Os privados deverão tomar a iniciativa, agrupando-se em associações locais e dispersas pelo pais fora, caso seja necessário.
São estes os projetos mais fiáveis e ousados, que garantirão o futuro dos nossos descendentes. Estes sim, merecem o apoio dos fundos comunitários do programa 20/20 e até dos fundos da Comissão de Investigação, Inovação e Ciência, chefiada pelo português Carlos Moedas.
Portugal não pode ficar à mercê, daqueles que nada querem, além do seu bem estar, e que esse bem estar lhes caia do céu. Tão pouco, pode ficar dependente de organizações e instituição, exageradamente politizadas, porquanto elas só visam, a promoção de políticos analfabetos e corruptos.
Termino este tema, que já vai no quarto artigo, relatando um pequeno episódio desenrolado, salvo erro, no dia 10 de Agosto de 2015, quando da ocorrência do incêndio que lavrou da Estação de Mangualde até à povoação de Cunha Alta: Juntamente com mais duas pessoas enfrentávamos, com ramos e terra escavada, uma frente de fogo numa área de mato, adjacente ao estradão térreo entre Almeidinha e Casal de Cima e a cerca de 1 Km desta última povoação. Passaram no local duas viaturas dos bombeiros, em direção de Casal de Cima, com intervalo de alguns minutos, a quem solicitamos apoio. Abrandaram marcha e seguiram para o centro da povoação, onde nada estava a arder. Passou uma outra viatura, no sentido contrário, a quem, e em vão também, pedimos apoio. Aquilo que nos levou cerca de uma hora e meia a combater; com a ajuda dos elementos de uma daquelas viaturas, levaria uns 15 minutos e a viatura nem precisava sair do estradão, por onde circulavam. Salvamos a área florestal que sucedia à área do mato. Ainda hoje lá está… Será de mais perguntar, que andavam esses combatentes, de consumo de combustível, a fazer? Esclareço que nenhuma das viatura pertencia à Cooperação de Mangualde. Mas, alguém os estava a comandar…