UNIDADE DE SAÚDE PÚBLICA – SERVIÇO LOCAL DE MANGUALDE

AVISO
Água de fontanários públicos sem controlo não deve ser consumida
No âmbito das águas destinadas ao consumo humano no concelho de Mangualde, além das redes públicas de abastecimento ou outros sistemas controlados, existem também fontanários públicos com origens próprias de água, sendo sistemas alternativos que se encontram em funcionamento e que o Decreto-Lei nº306/2007 não obriga ao seu controlo.
Estes fontanários públicos não controlados, dotados de placa informativa de “água não controlada”, não são abrangidos pelas análises de água previstas naquele Decreto-Lei, necessárias para avaliar a sua qualidade. Sem estas análises laboratoriais, não se conseguem identificar problemas que possam surgir na água, para depois intervir e resolver.
A informação de “água não controlada” não significa que a água seja imprópria para consumo, mas também não garante que ela cumpra todos os parâmetros para que seja considerada própria.
Os fontanários públicos não controlados, não possuindo também tratamento adequado, em particular a desinfeção, são mais vulneráveis a uma contaminação e a outros riscos, por isso podem ser perigosos para a saúde não só pelo consumo direto da água, como também pela sua utilização na lavagem de alimentos, entre outros.
O desinfetante residual, vulgarmente conhecido por dar o “sabor a cloro ou a lixívia”, é a quantidade de desinfetante que permanece na água após tratamento, de modo a combater eventuais contaminações futuras da água, pelo que a sua presença constitui uma proteção contra o risco de contrair doenças infeciosas de origem hídrica.
Consumir uma água que possa estar contaminada no momento e não ficar doente não significa que a água possa estar própria para consumo – depende da quantidade, da época do ano (no verão há mais riscos) e, além disso, os organismos não reagem todos da mesma forma. São mais suscetíveis as crianças, idosos, pessoas com doenças ou com o sistema imunitário mais vulnerável.
Por outro lado, as águas provenientes das redes domiciliárias e outros sistemas controlados têm tratamento a alguns parâmetros, incluindo a desinfeção. São também analisadas sistematicamente e corrigidas pontualmente sempre que há alterações. Em caso de necessidade, são ainda emitidos avisos relacionados com a qualidade da água.
Pelo exposto, desaconselha-se o consumo de água de fontanários públicos sem controlo, mesmo que esta tenha sido consumida antes sem problemas de saúde visíveis. Deve ser dada preferência à água da rede pública ou outro sistema controlado e, se tal não for possível por ausência de distribuição, o consumo de água engarrafada. Por fim, se a água engarrafada ou da rede pública não estiverem disponíveis, aconselha-se que antes da utilização de outras águas, as mesmas sejam desinfetadas com produto adequado ou por fervura.
Nas habitações, pelo mesmo motivo, desaconselha-se a utilização de captações privativas de água para o consumo e na alimentação, podendo no entanto serem usadas para outros fins.

A Delegada de Saúde – Ana Margarida Almeida
O Técnico de Saúde Ambiental – Hugo Silva