Arquivo diário: 15 de Janeiro de 2020

EDITORIAL Nº 769 – 15/1/2020

patrao
Caro leitor

A vida não é fácil. Acho que ninguém dirá o contrário. Partimos de uma inocência e tranquilidade, que nos são dadas porque alguém toma conta de nós, até que rapidamente descobrimos que a vida exige o nosso trabalho, que temos de fazer por nós mesmos e pelos nossos. Os nossos, se forem tão bons como os meus foram, ensinam-nos isso: a sobreviver.
Como consequência vamos aprendendo, à medida que a necessidade nos mostra, as grandes lições da vida:
- Que o trabalho é e sempre será a solução para muitos problemas, a luz ao fundo do túnel. A trabalhar, não há como errar;
- Que o nosso lar, a nossa família, é TUDO! É porto de abrigo e o que nos move. Apoiam-nos nas nossas lutas, quer acabem em vitórias ou derrotas. Em casa não há cinismo;
- Que o pior sentimento é o egoísmo, a inveja e o rancor. São armas que as pessoas apontam e carregam, para no fim usarem contra si mesmos;
- Que errar é humano. Só não erra quem não trabalha. Só não erra quem não vive;
- Que as pessoas têm bem e mal dentro delas. Mas o que importa é que as pessoas boas existem. São pessoas presentes que alegram os nossos dias e nos ajudam a colmatar toda a negatividade no mundo;
- Que nada é imutável e o nosso desconhecimento é infinito. Vivemos conhecendo e aprendendo, coisas más e coisas boas, á medida que nos desafiamos. Vamos ganhando desconfiança face ás más coisas que encontramos, mas isso também nos ajuda a reconhecer o bom e valorizá-lo cada vez mais.
É tudo uma aprendizagem. Tentamos fazer o nosso melhor e por isso somos meritórios, mesmo quando o nosso melhor pode não chegar.
Quando perdemos uma pessoa que amamos, nós fazemos muitas perguntas e tentamos compreender o ciclo da vida. Como a morte choca com as lições que fomos retirando das nossas vivências. Quase parece que a morte contraria a vida. Mas não é verdade. Devemos aceitar inevitavelmente que as coisas acontecem independentemente do que queríamos ou esperamos. A morte não existe. As pessoas morrem só quando são esquecidas. Se se lembrarem de mim, eu estarei sempre vivo.
A vida muitas vezes nos oferece diversas oportunidades, mas estamos sempre tão ocupados que nem sequer damos conta. A vida é preciosa. Temos que nos lembrar de viver plenamente todos os dias, na possibilidade infinita que cada um nos oferece, como uma das tantas cores do arco-íris ou uma das tantas notas da escala musical.

Abraço amigo,

QUANDO OS PROFESSORES ERAM RESPEITADOS

Humberto Pinho da Silva
Queixava-se, em São Paulo, senhora idosa: que os motoristas, de ônibus (autocarros), quando viam no ponto (paragem), idosos, não paravam.
Nos nossos dias, o velho, é considerado, por muitos: um improdutivo, um parasita: que não merece consideração nem respeito.
Sempre que viajo de autocarro, reparo, que os passageiros, raras vezes cedem os lugares, a idosos e grávidas.
Lembro-me – como me lembro! - que vindo do liceu Alexandre Herculano - após atravessar, em diagonal, o aprazível jardim de S. Lázaro, - para esperar o eléctrico, numero 13, na Rua Duque de Loulé, diante do edifício onde funcionou o Centro Artístico Portuense, ter presenciado a seguinte cena:
O veículo inundara-se de alunos dos dois liceus: o “Alexandre “ e o “Rainha”.
No momento da partida, velhinha, vestida de preto, aproximou-se, e a custo, amparada por bengala toda negra, entrou.
Vendo que o eléctrico estava repleto, ficou na plataforma, junto ao guarda-freio, com visível dificuldade.
Então, o Dr. Balacó, professor do “ Alexandre”, batendo sonoras palmas, disse, em alta e bom-tom:
- “ Não há aqui aluno, do liceu, que dê, o lugar a senhora idosa?!…”
Todos se ergueram; envergonhados pela falta de educação.
Passou-se essa cena, nos anos cinquenta, quando ainda havia respeito pelo professorado, e vergonha na cara.
Se o caso ocorresse, agora, o docente sereia vaiado, e quiçá, ridicularizado; se não fosse “ praxado”, como aconteceu a professor, em Guimarães, ao reprovar a prática se “doutores”, que praxavam caloiros.
A ausência de educação, é notória em todos os meios, até nas classes, que tradicionalmente primavam pela delicadeza do trato e pelo modo de se exprimirem.
A sociedade, nesse campo, igualou-se pela ralé. Há “doutores”, cujas maneiras mais parecem “saleiros”, do tempo da juventude de meu pai, do que classe que se julga, muitas vezes, superior…
E pena é que seja assim. É pena, porque as palavrinhas que lubrificam as relações inter-pessoais, como: “ Obrigado”;” Não tem de quê”;” Com prazer”;” Por favor”;”Por cortesia”, servem para olear, suavizando o convívio com o nosso semelhante.
Mas a juventude, como não foi educada – porque os pais não querem ou receiam traumatizá-los, – desconhece, por completo, as mais simples regras de civilidade e etiqueta.
Dizem – uns poucos, – que educar, compete à escola; como se a escola fosse vocacionada para inculcar normas de condutas e comportamentos morais! …
A escola pública, deve limitar-se a ensinar, já que, quando ultrapassa essa missão, costuma descambar, em ideologias políticas e criticas, mais ou menos veladas, à moral cristã.
É no seio da família, desde tenra idade, que se criam hábitos, condutas e conceitos morais, que moldam a personalidade e o carácter, para a vida toda.
E quem não teve a felicidade de aprender, no “berço”, como se costuma dizer, tenha, pelo menos o bom senso, de adquirir, o imprescindível livrinho, que ensina a ser educado.
Há muitos…e para todos os preços…

REFLEXÕES

DSC03818
GRUMAPA Grupo Mangualdense de Apoio e Protecçao dos Animais
Construção do Canil /Gatil
No texto anterior falava eu de tudo o que já se tinha conseguido construir e do primeiro grupo de boxes que estavam colocadas no alçado esquerdo do Pavilhão, onde já se tinha instalado o primeiro grupo de sete cães dos vinte e um que cuidava em minha casa. Depois destes adaptados ao novo ambiente os outros catorze iriam fazer-lhe companhia…pensava eu ! Mas…entretanto surgiu um problema para resolver. No Monte da Senhora do Castelo onde eu na companhia do sócio e Amigo Fábio cuidávamos diariamente de dezassete animais que por lá apareciam e ficavam, vi ali um grande cão preto de raça Dog alemão. Era um domingo de Agosto em que eu ia desanuviar e tomar um cafezinho no Bar do Hotel, e logo, a minha boa disposição desapareceu. Mas o que é que eu podia fazer ?! O animal veio rápido para mim e vi--lhe uma grande chaga num quadril. Pronto! Mais um … alguns rapazes que andavam por ali só me diziam “leve-o, leve-o é tão lindo! Ele precisa e nós não podemos.” Pedi-lhes que mo carregassem no jeep, telefonei ao Amigo Fábio, que se preparasse para me acompanhar ao albergue e me ajudasse a colocar numa das boxes um cão bem pesado. O pobre rapaz lá foi conformado com a sua sorte… era “um bombeiro” sempre de piquete, pese embora todos os trabalhos de estudo do seu curso… E o grande cão preto passou a chamar-se DOG como a sua raça, e foi tratado, curado das suas mazelas e muito acarinhado.
Tentando ultrapassar muitas arrelias com tantos abandonos, estes acontecimentos inesperados, até acabavam por dar sentido à vida. E ao descrever alguns deles, mas são tantos…qualquer possível leitor entenderá o que foi o dia a dia duma protectora quase a tempo inteiro somando ainda a grande inquietação dos encargos que as construções nos traziam….só de loucos !!
E, para além disto, tínhamos de estar sempre alerta, porque no minuto menos esperado alguém nos contactaria para nos informar de situações deprimentes e desestabilizadoras do nosso estado de espírito. Um dia o avô do Fábio trouxe uma informação terrível – entre a Cunha Baixa e Espinho havia uma espécie de grande tanque com muitos esqueletos provavelmente de cães !!!. Agora vou ficar por aqui, mas não deixarei de descrever este caso insólito e desmoralizador, porque toda a gente se deve consciencializar do que a maldade humana é capaz.

“Venho ver se tenho o sangue muito fino…”

Ana Cruz
Esta expressão é muito utilizada por quem toma medicação que influencia o controle de uma hemorragia. Ter sangue “fino” ou “grosso”, foram termos utilizados por profissionais de saúde para comunicar com os utentes. O correto seria “Olhe, DªEfigénia, segundo a análise tem o sangue mais coagulável temos de aumentar a dose do medicamento!”. Primeiro ponto é saber o que isso de coagulação. E saber explicar um mecanismo de defesa do nosso corpo, requer tempo e capacidade de comunicar a informação, caso contrário temos a Dª Efigénia a achar que tem uma coisa muito grave e criar um receio inusitado!
Enfim… Quando uma veia ou uma artéria (vasos que transportam o nosso sangue no corpo), é cortada ou rasgada o sangue escorre gerando uma hemorragia, que se não for controlada pode causar perda de consciência ou até morte, em última instância. O sangue é fluído para transportar ao longo do sistema circulatório, os glóbulos vermelhos\ eritrócitos (absorvem oxigénio e dióxido de carbono), os glóbulos brancos\leucócitos (defendem o nosso corpo contra as baterias e vírus) e plaquetas\ trombócitos (fazem a coagulação do sangue). Este último grupo de células que compõe o sangue, plaquetas ou trombócitos, são os principais protagonistas da “espessura” do sangue. A “finura” ou “grossura” do sangue não tem relação com o fato da pessoa ser de família brasonada ou da pessoa ter ingerido uma quantidade descomunal de álcool que lhe qualificava a um coma de 2 décadas! Os termos surgiram para facilitar a imaginação das pessoas perante a formação de um “rolhão” ou “tampão” das plaquetas numa situação de hemorragia. Por analogia um sangue “fino” tem plaquetas que demoram mais tempo a formar o coágulo na zona de ruptura da veia ou artéria e em oposição de um sangue “grosso” tem plaquetas que demoram menos tempo a formar um coágulo. Normalmente uma lesão num vaso sanguíneo tem a formação do coagulo 20 segundos depois, mas a pressão do sangue nas paredes do vaso (tensão arterial) e o tamanho da lesão podem fracassar o controlo da hemorragia, sendo necessário a pressão externa (compressão no local da hemorragia) ou outras técnicas para evitar o esvair do sangue do organismo.
Qualquer pessoa que teve uma doença cardiovascular ou corre risco de sofrer uma doença cardiovascular (Ex: Enfarte cardíaco, Trombose, Embolia) quase sempre tem incluído na sua lista de medicação os anti-agregrantes plaquetários ou anticoagulantes orais. Apesar da diferença dos nomes, (porque têm ações diferentes de atuação na coagulação), estes medicamentos tem o mesmo objetivo. Quem decide a escolha é sempre o médico, de medicina geral ou de especialidade, é quem tem o poder de medicar! Mas saber os nomes destes medicamentos é essencial para prevenção de situações relacionadas com hemorragia ou tromboses.
Os nomes comerciais mais conhecidos são: AAS®, Plavix®, Pradaxa®, Xarelto®, Eliquis®, Varfine®, Sintrom®, mas o importante é saber que todos eles podem provocar hemorragia e que existem interações com certos alimentos e medicamentos. Quantos aos medicamentos, deve ter atenção quando os adquire na farmácia informar que toma medicação que altera a coagulação, porque um anti-inflamatório de venda livre podem ser uma causa de hemorragia descontrolada.

AINDA ME LEMBRO!… “TU MORENA BEM A VÊS!…“

20180927_115708
Ainda o horizonte se cobria de alvejantes névoas madrugantes em doirados tempos matutinos , morenas já as terras cavadas espelhavam a coragem dos homens que com as camisas empapadas convulsos e inundados em suor como chuva caída em andrajo de mendigo ,regando com o suor o chão , cavavam leiras de cabo a rabo . Ainda as estrelas eram tantas no céu como poeira nas romarias e já a terra resplandecia em flor . Mangas em dobras até aos cotovelos que enchugavam um suor de grossas bátegas . Homens de coragem , como aves do céu que a gente vê sonhando , robustos , que não sabiam virar o rosto a um sol escaldante mesmo na hora em que aquecia a terra como fornalha . Cavadores duros e sombrios que só se encostavam ao cabo da enxada quando terminava a faina daquele obrigatório lavor . Braços cansados e corpo dorido . Com a pontinha da língua lambiam a branca mortalha do cigarro que paulatinamente enrolavam , absortos em pensamentos distantes : a casa , a mulher , os filhos ! … E á flor dos seus lábios esvoaçava um sorriso . Golas secas … secas como o coiro das botas ferradas que calçavam e que era preciso regá-las para amaciarem . E lá vai mais uma “ pinga” do palheto de um garrafão que rodava por todos . Soava o toque das trindades , terminara a jorna , era tempo de despegar , também um convite ao recolhimento e á oração . Haviam ganho e merecido o pão-nosso daquele dia , um magro e sofrido sustento arrancado à pobreza do solo daquelas pequenas leiras . A sua fortuna suprema era corajosamente saberem merecer a vida com uma altivez e humildade de carácter que os caracterizava e cuja plenitude culminava na sua honradez e honestidade . Eram como amálgama de componentes como o granito na sua diversificada composição de , mica , quartzo e feldspato , mas na sua homogeneidade continua sempre granito , mas que porém na pureza de cada componente , na fraga ressalta a beleza , a dureza , a nobreza . Eram usufrutários de uma pesada herança de labuta e sofrimento , herdeiros de um berço onde nasceram sem pedir e para expiar seus pecados pagos em suor lá morreram um dia sem querer , era a sua condenação de filhos das tristes ervas . Rotineiros invariáveis no tempo em que o dia era de trabalho e a noite de sono , o domingo de repouso mas o fim de semana afadigado . Apenas desejavam a tranquilidade e o descanso, bens supremos que nenhum poderoso da terra podia conceder não podendo nós tomá-los pelas nossa próprias mãos . Envelheciam tendo na memória o som de cada baque da enxada rasgando a terra e tristes e mudos ficavam meditando na morte e na voz repetida pelo seus patrões . “ Tu morena bem a vês ! … “ Viviam e morriam na dignidade da sua condição . Foram tempos aos quais já não consigo aderir `a sua realidade . Os sentidos já os relegam para a memória . Jamais os verei , mas sempre os lembrarei .

SANFONINAS

dr. jose
O candeio num Natal Verde!
«Como estão as oliveiras de candeio?» – é uma das perguntas da banda Rio Grande, no tema «Postal dos Correios». Penso ser possível que muita gente, inclusive sabendo de cor o poema (deveras sugestivo, diga-se), não haja atentado verdadeiramente no significado da pergunta. Que é o candeio? A palavra, bem conhecida dos agricultores, designa aqueles raminhos que anunciam, na oliveira, a floração. E é daí que ‘saem’ as azeitonas.
Ocorreu-me esta passagem da canção, ao ver a capa do livro «Natal Verde», que reúne os 30 postais natalícios que, entre 1990 e 2019, Jorge Paiva enviou pelo correio, em remessas da ordem dos 3000, para amigos e correspondentes em mais de uma dúzia de países. Aí se apresenta o autor a minuciosamente observar um candeio, como que a perscrutar a sua saúde e a sonhar, quiçá, com o que dali virá a sair, se um cacho de azeitonas bem formadas, sem as máculas que as impurezas do ar lhe poderão inocular…
Congratulo-me vivamente com a edição a que, em muito boa hora lançaram mão a Imprensa da Universidade de Coimbra, em estreita colaboração com o Exploratório Ciência Viva de Coimbra e a Ordem dos Biólogos.
Não há no livro apenas a reprodução desses sugestivos postais – a que, aliás, nos temos referido aqui – mas, e não é de menos importante leitura, a entrevista com o biólogo inserta no final. Tem título que é grito de alerta: «Não vamos conseguir sobreviver na terra sem a floresta». As florestas, explica, «são os ecossistemas de elevada biodiversidade, onde estão as maiores fábricas de oxigénio e onde estão os maiores e mais eficazes despoluidores». E o grave é que «a gaiola onde estamos metidos, que é a Terra, só tem 20 % da floresta que já teve». O aquecimento global não resulta apenas da poluição industrial e dos automóveis, mas da crescente falta desses indispensáveis despoluidores.
Ouvia eu, em pequenino, que o mundo iria acabar várias vezes: uma, com a água, o dilúvio universal, narrado na Bíblia, confirmado noutras teogonias e até por testemunhos arqueológicos; a segunda, pelo fogo. E, quando vemos o que acontece na Austrália e na Califórnia; quando ouvimos Jorge Paiva falar em piroverões (verões escaldantes…), há-de reflectir-se que estamos, na verdade, a correr mui sério risco de essa profecia se concretizar. Se a espécie humana se poderá extinguir como outras espécies? Sim, Jorge Paiva tem a certeza que sim.

Inédito de Maximiano de Aragão

Foto
Encontra-se já em fase de impressão o inédito de Maximiano de Aragão- “ Liquidação de uma Dinastia” cuja apresentação pública está prevista para Janeiro do ano 2020.
Maximiano de Aragão cuja obra, mais de vinte volumes publicados, tem como palco Viseu cidade que amava e tinha como pátria. Nasceu na pequena aldeia de Fagilde ( Mangualde) em 1853 e faleceu em Viseu em 1929.
A sua vida, portanto, desenvolve-se na segunda metade do século XVIII e princípios do sec. XX.
O Sec. XIX em que viveu quase cinquenta anos e os quase tinta do sec. XX, deram-lhe um enquadramento extraordinário para o desenvolvimento da sua escrita.
Vejamos: o seculo XVIII procurou contrariar a decadência literária do “ Barroco “do Sec. XVII;
o Sec. XIX abandonou os ideais neoclássicos; Almeida Garrett introduziu o “ Romantismo”, seguido por Alexandre Herculano, e outros escritores; na segunda metade do Sec. XIX desenvolveu-se o “Realismo” com Eça de Queiroz, Ramalho Ortigão e Camilo Castelo Branco.
Só no sec. XX aparecem novas tendências representadas por Fernando Pessoa e outros autores nossos contemporâneos.
Ora , Maximiano de Aragão, nascido no Sec. XIX, não podia estar melhor acompanhado, recebendo concerteza as influências dos seus contemporâneos. Camilo Castelo Branco ( 1829/1890), Eça de Queiroz (845/1900), Alexandre Herculano (1810/1877), Antero de Quental (1842/1891), Fernando Pessoa (1888/1935), Teófilo Braga (1843/1924), António Felicinano de Castilho (1800/1875), Cesário Verde (1855/1886), António Nobre (1867/1900), Aquilino Ribeiro (1885/1963), Miguel Torga (1907/1995), Tomás Ribeiro (1831/1901) e outros mais ...
Época fantástica da nossa literatura, melhor companhia e enquadramento não podia ter.
O inédito de Maximiano de Aragão, que brevemente verá a luz do dia - Liquidação de uma Dinastia - trata da Batalha da Alcácer Kibir, da morte e aparecimento do Rei D. Sebastião e da perda da independência de Portugal.
Maximiano de Aragão amava a cidade de Viseu e a cidade agradece e retibui esse amor.
Mas, Maximiano de Aragão, não nos podemos esquecer, nasceu aqui em Fagilde, Concelho de Mangualde que o honrou dando o seu nome a uma rua da cidade.

CONSULTÓRIO

dr. raul
O CHOCOLATE!
FOI TALVEZ UM DOS PRODUTOS ALIMENTARES MAIS CONSUMIDOS NESTE PERÍODO DAS FESTAS… O NATAL, O ANO NOVO, OS REIS…
E A VERDADE É QUE O CHOCOLATE É BOM, PORQUE SABE BEM E PORQUE, TAMBÉM, FAZ BEM AO CORAÇÃO!
Não há sabor com que se possa comparar! É único, inconfundível e apetecível…
Não há dúvida que o chocolate é uma das iguarias mais consumidas!
Mas, para além do seu sabor e dos apetites a que conduz, o chocolate é, também, benéfico para o coração. Estudos realizados mostraram que os consumidores aguerridos de chocolate têm um risco reduzido de recidiva de acidente cardíaco.
Os flavonóides do cacau protegem das doenças cardiovasculares.
Gordo e açucarado o chocolate é, sobretudo, rico em flavonóides, moléculas antioxidantes com muito interesse na área da saúde. É simples, o cacau é o alimento que contém mais flavonóides: cerca de duas vezes mais flavonóides que o chá verde ou o vinho.
Dotado de tais propriedades antioxidantes, o chocolate possui efeitos protectores sobre o sistema cardiovascular. Com efeito, os antioxidantes previnem o fenómeno da aterosclerose, impedindo a formação do mau colesterol, diminuem a pressão sanguínea, actuam sobre a flexibilidade das paredes vasculares, ou seja, sobre um conjunto de factores de risco de doenças cardiovasculares.
Todos estes efeitos se traduzem, concretamente, numa diminuição das doenças cardiovasculares? Podem-se, na realidade, medir os efeitos do chocolate sobre o coração e os vasos? No sentido de melhor demonstrar a veracidade destas afirmações foi realizado um estudo em 1100 pessoas que tiveram, anteriormente, um ataque cardíaco. Depois de questionadas sobre o consumo individual de chocolate, os autores do trabalho constataram que o risco de recidiva é tanto menor quanto mais os doentes são consumidores de chocolate. Ao fim de 8 anos de acompanhamento apercebe-se, comparativamente com as pessoas que praticamente não comem chocolate, que os consumidores ocasionais de chocolate têm um risco reduzido de mortalidade por doença cardiovascular de 27%, que desce para 44% nos que comem chocolate uma vez por semana e, nos grandes consumidores, esse risco desce para 66%.
Que tipo de chocolate se deve comer?
Neste estudo, os autores não encontraram nenhuma diferença em função do tipo de chocolate (negro ou de leite). Mas, como os flavonóides estão no cacau, quanto mais rico o chocolate for em cacau, mais rico será em antioxidantes. É o caso do chocolate negro, em relação ao chocolate de leite, este último diluído em produtos leiteiros. Quanto ao chocolate branco é, obviamente, o mais pobre: não contém mesmo cacau, uma vez que é fabricado com manteiga de cacau.
Costuma-se dizer que o que sabe bem ou é pecado ou faz engordar… No caso do chocolate fica-se apenas com a dúvida do engordar.
Não só sabe bem, como até faz bem… mas atenção! O melhor chocolate, em termos de benefício para a saúde, é o que tem maior percentagem de cacau e menor de açúcar e, mesmo assim, convém não exagerar porque as calorias contam sempre para o aumento do diâmetro abdominal!
Por isso, convém saborear, mas não exagerar!
E-mail: amaralmarques@gmail.com