Arquivo mensal: Novembro 2023

DEPOIS DE ANTÓNIO COSTA se demitir, MARCELO REBELO DE SOUSA CONVOCA ELEIÇÕES PARA 10 DE MARÇO de 2024

Na passada terça feira, dia 7 de novembro e na sequência de buscas em São Bento e do Ministério Público anunciar que António Costa é alvo duma investigação autónoma do Supremo Tribunal de Justiça sobre projetos de lítio e hidrogénio, este, apresentou a sua demissão ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
Após a comunicação e em resposta à comunicação social, António Costa garantiu não se recandidatar ao cargo.

“Muito boa tarde,
Ao longo destes quase oito anos em que exerço funções como Primeiro-Ministro, dediquei-me de alma e coração a servir Portugal e os Portugueses. Naturalmente, estava totalmente disposto e dedicar-me, com toda a energia, a cumprir o mandato que os portugueses me confiaram até ao termo desta legislatura.
Fui hoje surpreendido com a informação, oficialmente confirmada pelo gabinete de imprensa da Procuradoria-Geral da República de que já foi ou irá ser instaurado um processo-crime contra mim. Obviamente, estou totalmente disponível para colaborar com a justiça em tudo o que entenda necessário para apurar toda a verdade, seja sobre que matéria for. Quero dizer, olhos nos olhos aos portugueses, que não me pesa na consciência a prática de qualquer ato ilícito ou sequer de qualquer ato censurável. Como sempre, confio totalmente na justiça e no seu funcionamento. A Justiça que servi ao longo de toda a minha vida e cuja independência sempre defendi.
É, porém, meu entendimento, que a dignidade das funções de Primeiro-Ministro não é compatível com qualquer suspeição sobre a sua integridade, a sua boa conduta e, menos ainda, com a suspeita da prática de qualquer ato criminal, por isso, nesta circunstância, obviamente, apresentei a minha demissão sua excelência o Senhor Presidente da República.
Neste momento, permitam-me agradecer, em primeiro lugar aos portugueses, pela confiança que em mim depositaram ao longo destes anos e pela oportunidade que me deram de liderar o País em momentos tão difíceis quanto exaltantes.
Quero agradecer a todos os titulares dos órgãos de soberania, ao Senhor Presidente da República e à Assembleia da República, pela forma como sempre mantivemos uma saudável solidariedade institucional. Agradecer às regiões autónomas, às autarquias locais e aos parceiros sociais a forma como agimos coletivamente em prol do nosso País.
Quero agradecer muito reconhecidamente a todas e todos aqueles que serviram nos meus três Governos. Quero dirigir uma palavra de simpatia e gratidão, para com todos os líderes e dirigentes partidários dos partidos da oposição, dos partidos que durante vários anos comigo mantiveram um acordo de incidência parlamentar e, muito especialmente, como é óbvio, ao Partido Socialista.
Por fim, uma palavra muito sentida de agradecimento à minha família, muito em especial à minha mulher, por todo o apoio, todo o carinho e os muitos sacrifícios pessoais que passou ao longo destes oito anos.
Esta é uma etapa da vida que se encerra e que encerro com a cabeça erguida, a consciência tranquila e a mesma determinação de servir Portugal e os portugueses, exatamente da mesma forma como no dia em que aqui entrei pela primeira vez como Primeiro-Ministro.”

Com o país assim em suspenso, o Presidente da República começou por, logo no dia seguinte, ouvir os partidos com assento parlamentar e, na 5ª feira dia 9, reunir o Conselho de Estado.
OS PORTUGUESES SÃO CHAMADOS A ELEIÇÕES
A decisão do Presidente da República, foi conhecida cerca das 20h00 do dia 9, com Marcelo Rebelo de Sousa a comunicar ao país que, após a aprovação do Orçamento de Estado procederá à dissolução do Parlamento, marcando já eleições para 10 de Março.

“Portugueses,
Pela primeira vez em Democracia, um Primeiro-Ministro em funções ficou a saber, no âmbito de diligências relativas a investigação em curso, respeitante a terceiros, uns seus colaboradores, outros não, que ia ser objeto de processo autónomo, a correr sob a jurisdição do Supremo Tribunal de Justiça.
De imediato, apresentou a sua exoneração, invocando razões de dignidade indispensável à continuidade do mandato em curso.
Antes do mais, quero sublinhar a elevação do gesto e da respetiva comunicação aos Portugueses.
Quero, também, testemunhar o serviço à causa pública, durante décadas, em particular nos longos e exigentíssimos anos de saída do défice excessivo, saneamento da banca, pandemia e guerras na Ucrânia e no Médio Oriente, na chefia do Governo de Portugal.
Agradeço, ainda, a disponibilidade para assegurar as funções, até à substituição, nos termos constitucionais.
Espero que o tempo, mais depressa do que devagar, permita esclarecer o sucedido, no respeito da presunção da inocência, da salvaguarda do bom nome, da afirmação da Justiça e do reforço do Estado de Direito Democrático.
Portugueses,
Chamado a decidir sobre o cenário criado pela demissão do Governo, consequência da exoneração do Primeiro-Ministro, optei pela dissolução da Assembleia da República e a marcação de eleições em 10 de março de 2024.
Fi-lo, depois de ouvir os partidos com assento parlamentar, e o Conselho de Estado, como impunha a constituição. Os primeiros, claramente favoráveis, o segundo com empate, e, portanto, não favorável à dissolução. Situação, aliás, que já ocorrera no passado com outros Chefes de Estado.
Fi-lo, portanto, por decisão própria no exercício de um poder conferido pela Constituição da República Portuguesa.
E fi-lo, por inúmeras razões.
A primeira – a natureza do voto nas eleições de 2022, personalizado no Primeiro-Ministro, com base na sua própria liderança, candidatura, campanha eleitoral, e esmagadora vitória.
Assim o disse, logo em 30 de março do ano passado, no discurso de posse do Governo, ao falar em eventual substituição a meio do caminho. Sublinhando o preço das grandes vitórias inevitavelmente pessoais e intencionalmente personalizadas.
Segunda – a fraqueza da formação de novo Governo com a mesma maioria, mas com qualquer outro Primeiro-Ministro, para tanto não legitimado política e pessoalmente pelo voto popular.
Terceira – o risco, já verificado no passado, de essa fraqueza redundar num mero adiamento da dissolução para pior momento, com situação mais crítica e desfecho mais imprevisível. Vivendo o Governo até lá como um Governo presidencial, isto é, suportado pelo Presidente da República e o Presidente da República como um inspirador partidário. Tudo enfraquecendo o papel presidencial, num período sensível em que ele deve ser, sobretudo, uma referência interna e externa.
Quarta – a garantia da indispensável estabilidade económica e social que é dada pela prévia votação do Orçamento do Estado para 2024, antes mesmo de ser formalizada a exoneração do atual Primeiro-Ministro, em inícios de dezembro. A aprovação do Orçamento permitirá ir ao encontro das expetativas de muitos Portugueses, e acompanhar a execução do PRR, que não pára, nem pode parar, com a passagem de Governo a Governo de gestão, ou mais tarde com a dissolução da Assembleia da República.
Quinta – maior clareza e mais vigoroso rumo para superar um vazio inesperado, que surpreendeu e perturbou tantos Portugueses, afeiçoados, que se encontravam, aos oito anos de liderança governativa ininterrupta. Devolvendo assim a palavra ao Povo. Sem dramatizações nem temores.
É essa a força da Democracia. Não ter medo do Povo.
Portugueses,
Tentei encurtar o mais possível o tempo desta decisão. Tal como o da dissolução e convocação das eleições. E se não foi possível torná-lo mais breve, isso tem a ver com o processo de substituição na liderança no Partido do Governo, como aconteceu no passado.
Agora, do que se trata é de olhar em frente, estugar o passo, escolher os representantes do Povo e o Governo que resultará das eleições.
Um Governo que procure assegurar a estabilidade e o progresso económico, social e cultural, em liberdade, pluralismo e Democracia.
Um Governo com visão de futuro, tomando o já feito, acabando o que importa fazer, inovando no que ficou por alcançar.
Como sempre, Portugueses, confio em Vós, no Vosso Patriotismo, no Vosso espírito democrático, na Vossa experiência, no Vosso bom-senso, na Vossa liberdade. Como sempre, sois Vós – e só Vós – a certeza decisiva do futuro do nosso Portugal.”

Com a Sua comunicação, Marcelo Rebelo de Sousa deu assim a conhecer ao país que deixava de lado a outra possibilidade para esta crise política, que era a continuidade do Governo com uma solução alternativa apresentada por António Costa.
Soube-se depois, em declarações do Primeiro Ministro à comunicação social, que o nome por si indicado era o de Mário Centeno “E como nos competia apresentar uma solução alternativa, apresentamos uma personalidade de forte experiência governativa, respeitado e admirado pelos portugueses, com forte prestígio internacional, algo muito importante após estes acontecimentos e o impacto negativo no exterior. Foi o professor Mário Centeno.”

Após ser conhecida a decisão do Presidente da República, quase todos os partidos, da esquerda à direita concordaram com a realização de eleições antecipadas, afirmando o PSD, que “era inevitável para repor o prestígio e a confiança nas instituições”. Já o Bloco de Esquerda, o PCP e o Chega consideram que a data é tardia.

O Comando Territorial de Viseu, através do Núcleo de Investigação Criminal deteve Quatro pessoas por tráfico de estupefacientes


O Comando Territorial de Viseu, através do Núcleo de Investigação Criminal (NIC) de Mangualde, no dia 6 de novembro, deteve dois homens de 53 e 57 anos e duas mulheres de 23 e 44 anos, por tráfico de estupefacientes, no concelho de Viseu.
No âmbito de uma investigação por tráfico de estupefacientes, que decorria há cerca de oito meses, os militares da Guarda levaram a cabo diligências policiais que culminaram com o cumprimento de seis mandados de busca, três domiciliárias e três em veículos, que permitiram apreender diverso material, destacando-se:
• 142 doses de heroína;
• 93 doses de cocaína;
• Quatro telemóveis;
• Diverso material usado no acondicionamento do produto estupefaciente.
Da ação resultou ainda a detenção dos suspeitos, os quais foram constituídos arguidos e serão presentes no Tribunal Judicial de Viseu, para aplicação das respetivas medidas de coação.

Academi@STEM Mangualde ensina alunos a usar inteligência artificial


Os alunos do 3º ano do ensino Básico, através da Academi@STEM de Mangualde, aprenderam a explorar imagens de satélite, através do Google Earth, por forma a conseguirem identificar e a localizar países europeus.  A pesquisa e seleção de informação sobre os mesmos países foi feita com recurso a inteligência artificial (Chat GPT).
Durante esta atividade, os estudantes foram ainda desafiados a resolver problemas matemáticos, relacionados com situações reais, nomeadamente a fuga de famílias da guerra na Ucrânia.
Os jovens, que trabalharam em grupo, realizaram atividades direcionadas para a orientação espacial, consolidando conhecimentos com recurso a Blue-Bots (robô programável para ensino).
De acordo com a Academi@STEM, os alunos, que perceberam as potencialidades e utilidade da inteligência artificial, usaram-na “com destreza e entusiasmo”.

Clube de Caça e Pesca de Mangualde reativa Campo de Tiro


Encerrado ao longo de duas décadas, o Campo de Tiro de Mangualde foi reativado pelo Clube de Caça e Pesca. A instalação, situada no Monte da Senhora do Castelo, reabre após obras de requalificação, inauguradas pelo presidente da Câmara mangualdense, Marco Almeida.
“É um momento importante para o clube, para o concelho e para a região, não só porque reabrimos um equipamento que esteve inativo durante vinte anos, mas também porque vai ao encontro do desejo dos cerca de 400 sócios do clube e de muitos outros praticantes da modalidade de uma área geográfica alargada”, afirmou.
O autarca felicitou ainda todos os que contribuíram para a realização desta ambição.
Na mesma linha, Hélder Pessoa, presidente do Clube de Caça e Pesca, realçou que fica assim cumprido um dos objetivos traçados pela atual direção. “A concretização desta ideia, que partiu do sócio e membro da direção, Eugénio Mário, foi possível graças à ajuda fundamental do nosso associado e amigo Manuel Marques”, elogiou.

LEITURAS ENFEITIÇADAS


No passado dia 31 de outubro, a Biblioteca Municipal de Mangualde acolheu a comunidade para mais uma edição de Leituras Enfeitiçadas. Esta é uma iniciativa que decorre há muitos anos no âmbito das atividades de promoção da Leitura e procura, através do mediatismo do tema do Halloween, atrair os mais jovens para textos, livros e autores. A fantasia, o suspense, o mistério, as personagens encantadas, bruxas, feiticeiros, esqueletos e zombis, vindos da literatura, dos contos e lendas, são o mote para este evento. Apesar do cancelamento da caminhada pela instabilidade meteorológica, o público aderiu à iniciativa que decorreu em vários espaços da Biblioteca. A noite, cheia de sorrisos só foi possível através de um trabalho conjunto entre a equipa da BMM que fez todo um trabalho de pesquisa, informação e logística, e as Bibliotecas Escolares e alguns professores do Agrupamento de Escolas de Mangualde, que prepararam as crianças com leitura de textos, teatros, etc. O evento contou ainda com a Orquestra Juvenil + Música que encantou com os temas alusivos à noite de Halloween, e os grupos IAM (Instituto de Artes Musicais) e CEM Nancy (Centro de Estudos Musicais Nancy) que brilharam com os seus grupos de dança. O final da noite deu destaque aos três contos premiados no concurso “Contos Enfeitiçados” e ao desfile de disfarces de halloween. As tradições portuguesas desta época, particularmente do dia 1 de novembro, também estiveram em destaque, relembrando o “Pão por Deus”, cuja explicação se apresentava na sala de leitura de adultos da BMM.

REAL MOSTEIRO DE SANTA MARIA DE MACEIRA DÃO


Concluídas obras de requalificação da Igreja do Mosteiro de Santa Maria de Maceira Dão
A 26 de julho de 2019 foi assinado o protocolo, entre a Direção Regional de Cultura do Centro, a Câmara Municipal de Mangualde e a família proprietária do Mosteiro, referente ao projeto de recuperação da cobertura do monumento, cujo financiamento de cerca de 500 mil euros era comparticipado em 85%.
Nesse dia, e no local, perante a congratulação dos intervenientes, Suzana Menezes da DRCC frisou a importância da salvaguarda do bem patrimonial e na consequente fruição pela comunidade e publico em geral deste espaço, João Azevedo, então Presidente da Câmara Municipal de Mangualde frisava “Com as obras de conservação e restauro da cobertura da igreja e da estabilização dos claustros, está aberta a porta a estímulos exteriores de investimento, numa área que será, a breve prazo, a alavanca fundamental do progresso e do desenvolvimento sustentável dos territórios: o turismo cultural”.
Estava assim dado o primeiro passo para a obra que teve início no mês de Outubro de 2020.
Na cerimónia realizada no Mosteiro, que assinalou o início oficial das obras de conservação (fase I) estiveram presentes, Suzana Menezes da DRCC, Elisio Oliveira e Lisete Rodrigues, à data Presidentes da Câmara Municipal de Mangualde e da Junta de Freguesia de Fornos de Maceira Dão, respetivamente, e foi dado a conhecer que o projeto de recuperação do Mosteiro que havia sido alvo de candidatura ao Programa Operacional Regional do Centro e através de concurso público, com o preço base de 447292,45 euros, lançado a 12 de maio desse ano, foi adjudicada à empresa Construções Augusto Amado pelo valor de 400.608,37 euros, assumindo-se a DRCC, entidade com responsabilidade de criar condições de acesso aos bens culturais e acompanhar ações relativas à salvaguarda, valorização e divulgação do património cultural, dona da obra, tendo a sua equipa técnica sido responsável pela elaboração do projeto, seguindo também, depois, o acompanhamento e fiscalização da intervenção.
No passado dia 7 de outubro, três anos depois, pela DRCC chegou a informação que estava finalizada a empreitada de requalificação da Igreja do Mosteiro de Santa Maria de Maceira Dão, tendo a DRCC, procedido à entrega da obra, concluindo desta forma mais uma candidatura ao Programa Operacional CENTRO 2020.
“O Mosteiro de Santa Maria de Maceira Dão, localizado em Fornos de Maceira Dão, município de Mangualde, foi classificado como Monumento Nacional em 2002. O estado de degradação e o risco de perda deste monumento levou a DRCC, juntamente com os proprietários do imóvel, a submeter uma candidatura ao Programa Operacional do CENTRO – Centro 2020.
A candidatura foi aprovada considerando um valor total de 500.000,00€, com um apoio de 425.000,00€, sendo a contrapartida nacional assumida pelos proprietários.
A reabilitação do Mosteiro de Santa Maria de Maceira Dão integrou o conjunto de 7 candidaturas que a DRCC viu aprovadas no contexto do Programa Operacional Regional do CENTRO – Centro 2020, com um investimento total de aproximadamente 4 milhões de euros.
A reabilitação e estabilização do Mosteiro de Santa Maria de Maceira Dão garantiu as condições de segurança necessárias à visitação do monumento. O projeto desenvolvido partiu da necessidade de suster a ruína, centrando-se na igreja que foi alvo de uma intervenção estrutural com substituição do revestimento em telha e respetiva estrutura de suporte, ações de conservação e restauro de elementos pétreos, recuperação e consolidação de alvenarias e abóbadas e instalação de caixilharias. Foram ainda consideradas ações de travamento estrutural no tardoz da capela-mor.
Esta operação permitirá a concretização de dois objetivos estratégicos: a interpretação cultural, histórica e arquitetónica do lugar através da criação de uma exposição de longa duração, em organização, e a inserção deste monumento nos roteiros culturais nacionais e internacionais, nomeadamente nos circuitos de visita associados à Ordem de Cister.
A concluir, e de acordo com informação disponibilizada na página do monumento, informar que “está em curso a implementação de medidas que permitam a realização de visitas ao espaço”

Mosteiro de Santa Maria de Maceira Dão
A fundação do Mosteiro de Santa Maria de Maceira Dão está atribuída a D. Soeiro Teodoniz, dentro da Regra Beneditina. Crê-se que o cenóbio foi instalado no ano de 1168. A partir de 1188 adota a Regra de Cister, sob dependência dos abades de Alcobaça. Coevo à fundação da nacionalidade, foi desde logo beneficiado e privilegiado por D. Afonso Henriques. Dos primórdios da fundação há ainda visível o volume constituído pela torre do século XII.  A partir do século XVII são realizadas profundas alterações com a construção do claustro e da fachada, conforme se constata pela epígrafe 1613 exibida na portaria. Desta época, datam o claustro, a sala do capítulo, o refeitório, a cozinha, a adega e outras dependências, ficando as celas situadas no piso superior, bem como o quarto do Dom Abade, a biblioteca e a enfermaria. A igreja de nave elíptica data da década de 1740, tendo ficado concluída em 1779. Com a extinção das ordens religiosas, em 1834, o mosteiro foi abandonado e o seu património móvel e integrado disperso.

EDITORIAL Nº 854 – 1/11/2023

Caro leitor
Ao longo da nossa vida ouvimos palavras que brilham como um farol.
Neste mundo repleto de incerteza e desafio, cada vez é mais difícil ter motivação para seguir em frente.
O sentido da vida é cada passo que damos, ao longo desta vida, em cada ação, ou seja, em tudo o que fazemos com a alma. A motivação, tem de estar sempre presente dentro de nós e em cada um.
Eu podia ou posso fazer melhor. Sim, podia e devia. Fui bom, mas devia ter sido excelente!
Viver intensamente não é mal nem pecado. Jesus disse: “Quero que tenhais vida e vida em abundância”, João 10:10.
Uma tragédia não é quando um ser humano morre. Tragédia, é quando morre a motivação, quando morre a alma dentro do mesmo. É hábito ouvirmos de vez em quando: “antigamente é que era bom, ricos tempos!” Eu, respondo logo e sem rodeios: “Mentira. Hoje existe fartura. Antigamente, no tempo dos meus avós passavam fome. A única coisa boa do antigamente era o convívio a entreajuda, mas também, por necessidade, na sacha do milho, nas ceifas, na arranca das batatas, nas desfolhadas, na matança do porco que era uma festa. Tudo isto porquê? Porque não havia máquinas como hoje. Eram obrigados à partilha de entreajuda.”
O mundo sempre teve guerras. Em 1919 foi a gripe espanhola que matou milhões de pessoas. A guerra de França, a II Guerra Mundial, a última de Espanha, agora a Rússia/Ucrânia e Palestina/Israel, o COVID….
Entre o nascimento e a morte, neste intervalo de vida, vamos viver como Jesus mandou “VIVER EM ABUNDÂNCIA”.
Visite Mangualde, nesta Feira secular de 3, 4 e 5 de novembro.

Um abraço amigo,

Meu tempo de Maduro


Muitas vezes na minha vida acordo a contar meus anos e descubro que tenho menos tempo para viver daqui para a frente do que vivi até agora. Tenho mais passado que futuro. Não temo a morte porque não sei o que ela é, não sei se ela é melhor ou pior do que a vida.
No percurso intemporal da minha existência, já fui amassado, pisado, humilhado e quantas vezes me senti sem importância, mas nem por isso perdi a minha dignidade, o meu valor, a minha humildade intrínseca que tanto tempo me leva a percorrer. Não posso ser avaliado por aquilo que pareço ser, mas apenas por aquilo que sei e que fiz, pela postura na vida para comigo e para com os outros.
Disperso num brumoso longe oriental, sinto-me como menino que quando recebe uma vistosa taça de cerejas, as primeiras as aprecia e saboreia gostosamente e com displicência, mas percebendo que já poucas lhe restam, desfruta de um redobrado prazer roendo o caroço num caótico gesto de loucura.
O que perdi no passado não ensombra aquilo que posso desfrutar no presente como ser, num ardente estado febril sublimado. Sei que vivo um mundo imperfeito com sombras que batem asas e ocultam ansiedades misteriosas como eu e como todos nós mas procuro pautar a minha vida pela coerência, enfrentando o mundo na sua evolução misteriosa. Ainda mora em mim um dos aspetos mais bonitos da vida e das coisas que me cercam refletido na matéria dos sonhos.
E numa sombra que nasce e num corpo que se esvai, já não me resta tempo para lidar com mediocridades. Não gosto de convívios onde desfilem egos inflamados. Como homem de boa vontade, adoro ser brando, conciliante e amoldável às circunstancias. lnquieto-me com invejosos que tentam destruir quem eles admiram, cobiçam seus lugares, talentos e sorte. Penetrado de humano sentimento, enfado-me com conversas intermináveis discutindo assuntos inúteis sobre as vidas alheias que nem fazem parte da minha.
No sangue que percorre as minhas veias, com velhos sofrimentos passados, já não tenho tempo para gerir mexericos de pessoas que apesar das sua idade empenham-se em afirmar a sua imaturidade.
Procuro um sentido de vida mais belo, mais claro, mais profundo. O tempo torna-se me escasso. Já não me contento com debater rótulos de amigos e conhecidos, quero a essência, a minha alma tem pressa na escassez do tempo. No meu perfil já doirado de penumbra, procuro o convívio de gente humana, de bem consigo e com a vida, gente que sabe rir dos seus tropeços, não se deslumbra com triunfos, não se considera abençoada de uma superioridade ridícula, não foge da sua mortalidade refugiando-se numa mística hipocrisia contagiosa. Adoro pessoas de verdade, acontecimentos altruístas.
A essência faz a vida valer a pena. Passado foi lugar para criar memórias e não raízes. Lembrar é fácil para quem tem memória, esquecer é difícil para quem tem coração.

IMAGINANDO

PARTE 135
Os Essénios – Parte 1
Para conhecermos a Tribo Essénia, vamos recuar no tempo, e compreender a sua origem.
Comecemos pela Tribo Levi, que tinha como seu lider Moisés, acompanhado de Arão a exercer o cargo de Sumo-Sacerdote, no momento em que o povo de Israel se encontrava no Egipto em regime de escravidão.
Entre a Tribo Levítica, havia um jovem e aqui existe uma dúvida, se seria filho adotivo de Moisés, ou filho biológico de Nadab e neto de Arão.
Seu nome era Essen.
Foi um seguidor de Moisés e merecedor da sua confiança.
Aprendeu com o Seu Mestre como comunicar com seu “Eu Superior” e conhecimentos sobre a reencarnação e técnicas de cura.
Acompanhava-o sempre que ele se deslocava no cumprimento de uma missão. A confiança do Mestre por este menino era tal que muitas vezes dizia e passamos a citar na íntegra:
Essen, menino de cera e de mel, toma tua cítara e esvazia Minha mente, que uma grande tempestade encrespou as águas da Minha fonte. Essen tocava cítara, e Moisés orava, chorando e clamando à Divindade, que transbordava sobre Ele como um grandioso manancial de estrelas e de sóis.
Foi este jovem de nome “Essen” a origem dos Essénios, ao tomarem seu nome.
Quando Moisés sentiu o aproximar do seu desencarne dirigiu-se para o Monte Nebo na Cordilheira de Albarin. Sem este se aperceber, Essen às escondidas acompanhou o Mestre, que só o veio a descobrir, quando já ambos se encontravam do cume do Monte.
Permitida a sua permanência junto de Moisés, Essen prestou-lhe juramento, que nada diria sobre a partida do mesmo para outras Dimensões.
Moisés havia instruido o seu sucessor Josué e restantes seguidores com o seguinte aviso:
Se durante trinta dias eu não aparecer, escusado será procurem-me na Terra, porque nessa altura já Jehová me levou para a Sua Moradia.
Quando Essen confirmou a partida de Moisés para outros Mundos, recolheu seu corpo e levou-o para o Vale Beth-peor no Monte Nebo onde o sepultou, juntando as duas tábuas que ele havia gravado ( num momento em que entrou em extase) e partidas, como indignação ao ver o povo judeu adorar um bezerro, quando ao regressar descia o Monte Horeb.
Ficou então determinado que o Monte Nebo e o Vale Beth-Peor onde o Mestre foi sepultado, seria um um Grande Templo Essénio, que perdurou até à vinda do Mestre Jesus aos planos terrenos.
(Baseado em Harpas Eternas-Josefa Rosália Luque Alvarez)
Continua