O que fazer com os 16 mil milhões de euros? Salvar o Partido Socialista, claro!!!


A “bazuca” aprovada em Bruxelas destina a Portugal mais de 16 mil milhões de euros. O executivo traçou um plano que pôs agora à consulta pública. O PM apela à participação de todos os portugueses para decidir como deve ser gasto o dinheiro do Mecanismo de Recuperação e Resiliência da União Europeia.
Mas é inútil fazermos de “treinadores de bancada” (expressão usada pelo PM no dia 3 de Fevereiro quando opinava sobre os critérios de vacinação) pois este processo é um mero pró-forma. A forma como este dinheiro será distribuído terá em conta os interesses do Partido Socialista e do calendário eleitoral. Portugal e os interesses dos Portugueses ficarão, mais uma vez, colocados de lado.
Apesar de António Costa reconhecer que o tempo é de exceção, o PRR traz consigo muitos milhões de investimento (e muitos mais para desperdiçar) mas sempre onde se pode captar mais votos, nas grandes áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto deixando o interior do país, uma vez mais, de fora dos grandes investimentos.
Na distribuição de verbas, a área da resiliência fica com mais de oito mil milhões de euros do total das subvenções (61% do total) e servirá sobretudo para o investimento público e em áreas públicas.
Conclusão: O Estado precisa de investimento, como é evidente pelo que se viu nesta crise e pelos níveis de investimento público dos últimos cinco anos, inferiores ao investimento público no período da troika. Mas o que se vê é a utilização destes fundos para compensar o que não foi feito, o que não é propriamente uma estratégia para aumentar a competitividade do país e das empresas.
No distrito de Viseu, o centro oncológico do Hospital de Viseu continua omisso. A requalificação do hospital psiquiátrico de Abraveses nem uma linha! O IP3 vai continuar no bate boca dos políticos mais uns tempos. O IC 26 na gaveta, a requalificação da EN 229 e EN 222 uma miragem.
Como afirma Carlos Santos Silva, Presidente do Município de Sernancelhe e Presidente da CIM Douro, o “Governo assina a sentença de morte do interior com o PRR” pois este serve para “encomendar centenas de estudos e planos, reformas teóricas para a floresta, ações de informação e sensibilização e destine 1032 milhões de euros para o Metro de Lisboa, Porto, Loures.”
É fundamental desenvolver setores económicos de futuro que possam ser âncoras de desenvolvimento da região mas também do país. Devia haver um reforço da industrialização, na capacitação e na internacionalização das empresas para acelerar a transformação estrutural da economia portuguesa e na formação dos seus quadros.
Mas tanto dinheiro deve ser bem gerido, por isso o “Portal da Transparência” aprovado no OE de 2021 para monitorizar a aplicação dos fundos europeus e para evitar fraudes tem de ser uma realidade o mais rápido possível, pois quanto dinheiro irá efetivamente para as empresas com projetos produtivos, com real impacto na economia e na criação de empregos?