O Ministro das Finanças João Leão afirmou no dia 7 de Julho numa audição parlamentar que “Portugal não voltará à austeridade“. Não sei se o Sr. Ministro sabe o significado da palavra austeridade mas a verdade é que os impostos têm subido e o contribuinte sente-o todos os dias, os automóveis são um exemplo flagrante: nos combustíveis, no ISV e nas ex-scut.
Os portugueses têm de trabalhar, em média, quase o dobro dos espanhóis para conseguir abastecer um depósito com 50 litros de gasolina. A taxa de esforço em Portugal não tem paralelo nos restantes países da Europa Ocidental e equipara-se às economias de leste (com rendimentos baixos). Portugal é o 3º país com a gasolina mais cara e o 6º país com o preço do gasóleo mais elevado entre os 27 países da União Europeia. Acresce que os países com gasolina e gasóleo mais caro que Portugal têm todos um poder de compra muito superior. Na verdade, comparando, a título de exemplo, o preço médio de venda ao público em 2008 e em 2021, conclui-se que a cotação do preço do petróleo está agora mais baixa, mas que o preço final é mais alto devido, sobretudo, ao aumento do peso do IVA e do Imposto Sobre os Combustíveis.
Em 2016, quando o preço do petróleo baixou de forma significativa, o executivo de António Costa subiu o Imposto Sobre os Produtos Petrolíferos para não perder receita, comprometendo-se a reajustar em baixa, no caso de o custo da matéria-prima voltar a subir. Tal compromisso, todavia, não foi cumprido.
Também durante este mês fomos brindados (ironia) com mais um aumento de impostos sobre as carrinhas com peso bruto de 3500 quilos e sem tração às quatro rodas. Basicamente, todas as viaturas fabricadas na PSA de Mangualde, até agora isentos de pagar ISV, passam a pagar 10% desse imposto.
No dia 1 de julho, entrou em vigor a Lei do Orçamento do Estado que prevê um desconto de 50% no preço das portagens das ex-SCTU. Esta proposta apresentada e aprovada com os votos contra do PS (Partido Socialista) era muito clara mas, num passe magia (ironia), como a receita iria baixar drasticamente, “em vez de aplicar uma redução de 50% sobre o preço que estava em vigor, veio a aplicar uma redução de 50% sobre o preço inicial das portagens, passando por cima de todos os descontos que entretanto tinham sido instituídos desde 2011” acusa Luís Garra, um dos elementos da Plataforma P’la Reposição das SCUT A23 e A25.
Esta falta de seriedade não cumpre o que foi decidido pela Assembleia da República mas, mais uma vez, o Governo do Partido Socialista, em vez de ser sério e honesto, continua a brincar com o contribuinte Português.
Podem-lhe chamar o que quiserem mas a verdade é que a austeridade está bem presente, na verdade, ela nunca acabou, muito menos nos (des)governos do punho cerrado de António Costa.