EDITORIAL Nº 803 – 15/7/2021

Desafios Climáticos
A revolução nas cidades e nos transportes já começou. Ainda que vagarosa está a acontecer. Mas, está a andar mais depressa do que alguma vez se imaginou.
O que é um facto é que não podemos esperar por 2050 para nos libertarmos do carbono.
A transição energética já se iniciou com um financiamento comunitário de 100 milhões de euros.
As energias renováveis estão a ser implantadas por todo o lado. Portugal é já hoje o 4.º maior produtor mundial de energias renováveis. E o 4.º com a maior quota de veículos eléctricos.
A indústria automóvel vive a maior revolução de sempre.
Admite-se já o fim dos motores de combustão. Mas, a mobilidade mais limpa vai além dos automóveis.
Vai chegar aos transportes pesados, camiões, navios e aviões.
A ferrovia e a sua electrificação está na ordem do dia. Ligar cidades, mais uso da ferrovia no transporte de pessoas e cargas.
Estudos feitos recentemente mostram que o comboio emite 23 menos poluição que o transporte rodoviário e 32 vezes menos que o avião.
O transporte ferroviário está a renascer, as ligações nocturnas em comboios está a ser incrementada.
Portugal neste Sector parou no tempo. Com a pandemia suspendeu as ligações ferroviárias quer a Paris, quer a Madrid. Já passa mais de um ano e não se vislumbra o reatar das ligações.
Não há ligações a estas grandes Capitais. Regredimos no tempo.
Isolamo-nos cada vez mais. Somos ultrapassados por todos os outros países.
Portugal também se atrasou no investimento na ferrovia.
O Plano para a ferrovia anunciado em 2017 para estar concluído em 2020 não se concretizou. Está agora a iniciar-se!
Tudo isso se vai repercutir no futuro do País.
As políticas anunciadas para o investimento na ferrovia, não se verificou, foi o falhanço de uma política anunciada.
Na Península Ibérica a Cidade de Barcelona é um exemplo a seguir. Mais de 500 ruas com o trânsito condicionado. Ruas e cruzamentos ocupados com Praças, Jardins, Arte Pública, Ciclovias, ou Esplanadas.
Estamos no momento de pensar na “nova” Cidade, com menos poluição.
Uma “nova” mobilidade, um “novo” espaço público.
Não podemos desejar o regresso ao passado. Temos que superar, iniciar um novo ciclo de desenvolvimento sustentado.
Ultrapassar as últimas duas décadas de crises e de crescimento anémico.
Aproveitar bem os Fundos Europeus. Fazer investimentos reprodutivos. Criar riqueza, mais postos de trabalho, melhores salários para melhorar o nível de vida.
Apostar mais na nossa indústria, pois são as empresas que criam riqueza, postos de trabalho, que exportam e aumentam a entrada de divisas.
Não basta convergir com a Europa. Temos mesmo que crescer mais. Para não sermos ultrapassados por países que entraram na UE mais tarde que Portugal e que nos ultrapassaram ou estão em vias de ultrapassar.
Não devemos, nem queremos ser a lanterna vermelha do Pelotão dos 27.