Arrogância no dia-à-dia

“O desenvolvimento exponencial dos meios tecnológicos é um desafio da contemporaneidade e levanta questões ao nível do acesso ao conhecimento, da gestão da informação, que afeta as relações de poder e de autoridade, influenciando valores, atitudes e comportamentos, com implicações claras em matéria de saúde e de educação.”
Este conceito expresso, foi citado sob a temática Saúde Mental nas crianças e adolescentes no site da Direção Geral de Educação, tratando-se de um alerta para aquilo que tanto se fala: que os telemóveis, televisão, computadores são portas para o bem-estar social, mas o equilíbrio passa por manter contatos reais com a família, amigos, comunidade e cultura!
Competências sociais, aptidões, habilidades… enfim! Antigamente era denominada por educação, sendo a forma que a família (núcleo primário do indivíduo) fornecia valores, crenças, tradições para a pessoa interagir no grupo criando um sentimento coletivo de pertença. Posteriormente esse papel passou a ser delegado para terceiros, como por exemplo as escolas, Igreja entre outros. Mas a realidade é, mesmo mudando a designação, por civismo, educação, competências sociais é cada vez mais evidente a intolerância, a falta de conduta, egoísmo e arrogância no quotidiano. Tal é espelhado nas gerações vindouras que consideram exemplos a seguir quem maltrata, ofende, inveja ou ridiculariza! Numa era em que o respeito, a humildade, a empatia, são ministradas em meios escolares e familiares sendo refutadas por redes sociais, grupos virtuais, mexericos de celebridades, a sociedade e os núcleos familiares devem estar mais alertas dos riscos dos falsos julgamentos e injustiças. O típico “já sei tudo; a culpa não foi minha; eu nunca me engano; eu sei mais que tu” é tão recorrente que muitas vezes se confunde com determinação. Ser determinado é ser consciente dos seus limites e delinear um caminho para chegar, com mérito, ao objetivo. Ser arrogante é atribuir a si próprio, propriedades pessoais sem considerar que é falível e necessita de aprender sempre novos conhecimentos. Tal faceta é mais referida em pessoas acometidas de maior riqueza financeira, no entanto esta mazela é transversal a todas as classes sociais e económicas. A democracia trouxe a liberdade de ter direitos, desde que respeite os direitos dos outros, e muitas vezes este conceito é deturpado para obter vantagens recorrendo a caminhos pouco democráticos!!!! Curioso é, que esta “surdez” em saber escutar os outros e esta “cegueira” em reconhecer que tem limites, está atualmente tão presente contribuindo a conflitos e difamações desnecessárias e constrangedoras. Porque afinal, o tempo não volta atrás e não lhe dá tudo o que perdeu!