Eleições Autárquicas em Viseu

Assistir à ação do sistema mediático em apoio do socialismo vigente nunca deixa de impressionar.
Quer seja a participação ativa de membros de governo na campanha quer seja o vociferar de promessas (agora é a promessa de uma Escola Superior de Tecnologias da Saúde quando deixaram escapar novamente a Escola de Medicina), a máquina do Partido Socialista (PS) não se tem poupado a promover o candidato João Azevedo à Câmara de Viseu.
Enquanto o tempo passa, o braço socialista no Hospital de Viseu continua a sua campanha (descarada) em prol da candidatura de João Azevedo anunciando a mesma obra vezes sem conta para que o seu candidato possa aparecer na foto (veja-se, o reforço de camas nos cuidados intensivos) esquecendo-se que meteram na gaveta, por exemplo, o alargamento das urgências sendo preciso uma pandemia para desencravar essa obra fundamental.
Não nos esqueçamos que o candidato socialista ainda tem que responder aos mangualdenses porque abandonou o cargo a meio do último mandato para concorrer à Assembleia da República. Neste particular, fica a dúvida: o que é mais importante para o candidato? O cargo autárquico ou o de deputado na Assembleia da República? Se dúvidas houvesse, ficaram esclarecidas quando a sua candidatura mandou colocar um outdoor em Lisboa para que os seus camaradas de partido não se esqueçam do seu gesto altruísta de enfrentar um bastião laranja. Em qualquer dos cenários, sairá vencedor pois não nos esqueçamos que, numa próxima remodelação governamental, o primeiro-ministro pode sempre contar com candidato João Azevedo pois o PS tem por hábito recompensar os seus.
Neste ponto, concordo com Alexandre Azevedo Pinto, conhecido militante socialista de Viseu, “Há muito que Viseu e os Viseenses estão afastados dos grandes investimentos estratégicos que os sucessivos governos têm feito no resto do País, limitando-se a receber pequenas migalhas do investimento público…Valem-se do conforto e das mordomias dos corredores do acesso ao poder e das pequenas fogueiras de vaidades com que se pavoneiam na Corte de Lisboa, mas não conseguem fazer a ponta de um dedo (mindinho) por Viseu.”
Na verdade, o candidato socialista apresenta-se com um discurso muito artificial, sem conseguir justificar porque votou contra na Assembleia da República sobre obras estratégicas para Viseu, seguindo o guião socialista de prometer o que não compete a um Presidente de Câmara e com uma equipa pouco abrangente para aquilo que são os desígnios de Viseu.
Também ficou por esclarecer a limpeza que fez às listas relativamente às últimas autárquicas. Se calhar, antes de Unir Viseu devia unir o PS Viseu.
Já nas candidaturas para as Assembleias de Freguesia, o PS anda há 2 anos no terreno a convidar tudo e todos (mesmo durante o último confinamento!) para parecerem muitos o que pode fazer surtir alguns efeitos no eleitorado.