REFLEXÕES

Ruinas Romanas da Raposeira

Para quem tenha lido os artigos anteriores penso que terá ficado elucidado das aberrações que por conveniência de pessoas que pretendem marcar pontos no seu currículo e mais uma fatia na sua conta bancária, não olham a meios. Sempre me mostrei disponível para dar informações concretas e verdadeiras acerca da interpretação que se poderia dar a muitos pormenores da área construída. Mas não foram aproveitadas, houve sim a vontade de rejeitar a Verdade. Nestes meus escritos para os quais ainda gostaria de fazer uma compilação, além do interesse de colocar a História no seu verdadeiro lugar, não poderia deixar de apontar o desenrolar de todo o processo ou pelo menos parte dele, doa a quem doer. Nunca fui de meias palavras nem no meu íntimo se forjam mentiras ou desvios da Verdade. Por isso tenho de reagir perante joguinhos de poder venham de quem vier… Seguindo com a estória da História, cabe-me ainda reflectir sobre os horizontes carregados de nuvens negras que ao longo das campanhas de escavação se iam fazendo e desfazendo, que me obrigaram a subir e a descer, vezes sem conta, os degraus da Câmara Municipal para resolver os inúmeros problemas que ao começar do dia logo apareciam, fosse o apoio dum Dumper e camiões para retirada das terras excedentes, fosse a dificuldade do apoio financeiro, fosse a má vontade de vizinhos do terreno e até o local apropriado para o primeiro tratamento do inúmero material recolhido…. A própria incompreensão e alheamento em relação a todo o enorme esforço que era feito diariamente para que tudo corresse bem durante as horas de trabalho, era bem evidente. Porque, na verdade, quem deveria e deverá dar o apoio a iniciativas que ajudam a promover a importância dum determinado território se não o poder local ?? Quaisquer cidadãos que revelaram ou revelam disponibilidade para desenvolver acções comprovadamente válidas deveriam ser bem atendidos e sem reservas. Mas não é isso que na maioria das vezes acontece. Por isso num sem número de vezes o trabalho diário de campo se tornava duplamente desgastante. A verdadeira alegria surgia quando uma descoberta, um achado, nos traziam dados preciosos e imprescindíveis para a interpretação histórica do local. Mas no processo de restauro nada disto teve interesse… Quando demos por terminado o processo de escavação e avaliando o potencial do lugar para incremento da Cultura no concelho, procurámos accionar imediatamente os mecanismos para o seu restauro…Esforço perdido, o tempo foi- se arrastando por anos e anos com as intempéries a fazerem o seu trabalho de destruição. O que agora se apresenta ao visitante ou estudioso é uma espécie de réplica adulterada…