“Só percebemos o valor da água depois que a fonte seca!”


É inevitável que a perda de algo que tem muito valor na nossa vida cria um impacto imediato no quotidiano. Mas será resignação a resposta ao inevitável? Aceitar que vou padecer de algo só porque “está na família”
É com grande incómodo que observo a elevada incidência de problemas cardiovasculares em pessoas jovens, e a incúria dos séniores em controlar os fatores que promovem as doenças cardiovasculares. A responsabilização em zelar a saúde é um dever quase sempre remetido aos profissionais de saúde, quando o principal interessado é a própria pessoa. Os sintomas crónicos devem ser monitorizados pela pessoa que tem os fatores de risco cardiovasculares, porque os profissionais de saúde são apenas um suporte até ser autónomo no tratamento contínuo. Ultimamente tem sido cada vez mais recorrente a frase “pois fiquei assim porque deixei de ter consultas” ou “desde que o Covid apareceu nunca mais fui visto”, associado a fatalidades quase sempre relacionadas com hipertensão arterial descontrolada ou diabetes descompensada.
São vários os órgãos alvos destas patologias, mas recentemente a doença nefrológica ou do rim tem sido bastante evidente. A função do rim é mais vulgarmente conhecida é a produção de urina, veiculo onde são expelidas as toxinas tais como ureia, creatinina, ácido úrico entre outros. Mas também é responsável pelo equilíbrio da água e minerais no nosso organismo e produção de algumas hormonas essenciais para o metabolismo corporal. Sendo um dos “filtros” do sangue, é um órgão que está constantemente em esforço caso haja um consumo excessivo de sal, bebidas alcoólicas, proteínas animais, marisco, açúcar… Enfim a palavra excesso, não é absoluta ou quantificável, mas deveria ter considerada diariamente para quem padece de problemas de tensão arterial e diabetes! Também é importante observar a urina tendo atenção à sua cor e odor, mas numa sociedade com pudores superficiais e omissão de valores tão essenciais como a prevenção, o ar de escárnio aliado à repulsão são as respostas perante este preceito.
Como havia referido compete à pessoa a vigilância da sua doença, e saber reconhecer sintomas e efeitos que poderá padecer quando há uma dissonância entre o tratamento e a patologia, ter dores de costas associados a uma urina com sangue, é motivo para ser “visto” por um médico. Ter valores alterados nas análises associados a sintomas físicos também é um motivo.
Por fim, o rim é muito sensível ao frio sendo essencial no Inverno proteger a zona lombar com roupa quente e ingerir bebidas quentes. Lembre-se que as escolhas são suas, colocar culpa no inevitável não é gerir a sua saúde!