Depois de amanhã


“Não deixes para amanhã o que podes fazer hoje!…” Ouvimos esta expressão vezes sem conta, mas parece que ninguém a leva a sério. Devemos aprender com os erros e dar um passo em frente, porque amanhã pode ser tarde demais
Água para 5 meses é como se faltasse depois de amanhã!
O velho ditado de Santa Bárbara aplica-se especialmente a este caso. O que diz o Povo? “Só te lembras de Santa Bárbara quando troveja!…”
Santa Bárbara foi uma mártir do Sec.III. É invocada como protetora por ocasião de tempestades, raios e trovões. Era uma bela jovem, filha única de um nobre, que a trancou numa torre para que não assistisse à sociedade corrupta. Do alto da torre ela contemplava a natureza e tudo o que a rodeava, questionando a sua criação. Quando chegou à idade de casar, Barbara recusou todos os pretendentes. Seu pai, permitiu então que conhecesse a cidade, mas foi condenada à morte, por abraçar a Fé Cristã. Quando foi degolada, um enorme, um imenso trovão fez estremecer os céus. Um relâmpago flamejou pelos ares e fez cair, morto, o corpo de seu pai autor do crime. E a partir daí o povo passou a considerá-la como protetora contra os relâmpagos e as tempestades.
Foi já em 2017 que o alarme da seca soou. No meio de tantas promessas e projetos, a única certeza que temos, é que se continuar a não chover, brevemente vamos ter a Barragem de Fagilde outra vez nos 10% da capacidade e nessa altura não serão 5 meses, serão 20 dias.
Qual será a solução? O projeto de uma nova barragem e a constituição de uma empresa intermunicipal responsável pela sua construção? ou o recurso a soluções já existentes como a Águas do Douro e Paiva? ou ainda as duas coisas em simultâneo? Afinal parece que ter uma reserva de água na região sempre faz falta…
No entanto está a ser uma decisão difícil de tomar, entretanto será seca ou seca… e o povo à espera a desesperar. Nem a dança da chuva resolve, resta-lhes pedir ao São Pedro que mande chover!
Não resisto ao trocadilho, mas se calhar a decisão não se toma por existirem tantos manda-chuvas no país.
Pois valha-nos Santa Bárbara, que a tempestade está á vista.