CONSULTÓRIO

AS BASES DO EQUILÍBRIO ALIMENTAR
Uma das más coisas que a pandemia do SARS COV2, também, nos trouxe foi o confinamento e, com ele, as perturbações sob o ponto de vista alimentar. Deixámos de praticar actividade física, nomeadamente caminhar, e a porta do frigorífico e a da despensa ficaram mesmo ali ao lado! Como consequência, como parámos ou abrandámos a actividade física, perdemos massa muscular e, por termos as portas da ucha abertas, fomos petiscando mais vezes e ganhando massa gorda.
Pode-se não ter ganho peso, ou muito pouco, mas a proporção entre as proteínas (massa muscular) e os lípidos (massa gorda) alterou-se na relação entre eles!
Nesse sentido, desta vez, vamos falar sobre o equilíbrio alimentar, uma expressão que, muitas vezes, não significa nada de concreto.
O Equilíbrio Alimentar repousa sobre:

  • uma igualdade entre os gastos energéticos e a entrada de alimentos que trazem essa energia;
  • uma boa repartição das proteínas, dos lípidos e dos glúcidos na alimentação;
  • e o esquecimento de um certo número de ideias feitas tais como “o pão faz engordar e, portanto, não devo comê-lo”.
    A base do equilíbrio alimentar constrói-se do seguinte modo:
  • tomando três refeições por dia;
  • comendo de tudo, segundo o apetite;
  • comendo somente quando se tem fome ou ainda tem fome;
  • comendo somente quando se está sentado à mesa, com um prato, uma colher, um garfo, e uma faca;
  • nunca comendo na rua;
  • não comendo entre as refeições.
    O movimento é essencial: devemos mexer-nos o máximo possível - quanto mais se fica imóvel, ou sentado (quer numa cadeira, quer numa viatura), menos energia se gasta e mais proteína (músculo) se perde.
    O desequilíbrio alimentar e o sedentarismo estão (entre outros) na origem do aumento de peso levando, passo a passo, à obesidade. E a obesidade é nociva à saúde.
    Portanto, o desequilíbrio alimentar e o sedentarismo são nocivos à saúde.
    Os alimentos devem ser bem repartidos.
    Cada refeição deve conter:
    Glúcidos – quer dizer, os alimentos que os contêm:
    Pão – ao pequeno almoço, almoço e jantar;
    Pastas, arroz, batatas, legumes secos – ao pequeno almoço e jantar.
    A energia fornecida pelos glúcidos é rapidamente disponibilizada. É dispensada, em permanência, pelo corpo, apesar deste possuir reservas muitos escassas (200 a 300 g). Daí a necessidade importante dos glúcidos: 50 % das calorias diárias.
    Lípidos - em quantidades limitadas:
  • um alimento rico em lípidos somente a cada refeição;
  • controlar os corpos gordos.
    A energia fornecida pelos lípidos não é utilizada imediatamente, é armazenada no organismo, nas reservas do tecido adiposo. Ela é utilizada quando falta a energia glucídica: na sequência de um esforço longo (ténis, bicicleta, jogging, etc.) ou em caso de déficit global de energia (regimes hipocalóricos, jejum). As calorias fornecidas pelos lípidos devem corresponder, somente, a 30 a 35% do total.
    Proteínas – as proteínas ao se degradarem quando são usadas, fornecem energia:
  • um ou mais alimentos ricos em proteínas a cada refeição.
    As proteínas devem ser responsáveis por 12 a 15% das calorias diárias.
    Todo o equilíbrio alimentar assenta na assimilação, nas proporções precisas, de proteínas, glúcidos e lípidos, em função dos gastos energéticos.
    A diversidade da alimentação é própria dos regimes equilibrados. A mobilidade completa esse equilíbrio. E, assim, estaremos melhor preparados para vencer esta longa batalha da pandemia ou de tudo o que estiver, mais, para aparecer!